O ultimo Nissan GT-R R35 deixou a linha de produção ao fim de 18 anos de produção, e para marcar este momento queria recordar porque é que este "não é apenas um carro", mas sim uma máquina de excepção e muito importante.
Mas para perceber a importância do Nissan GT-R, temos que olhar para os carros japoneses em geral - tomemos a Toyota como exemplo. Esta marca é capaz de produzir as melhores peças de engenharia de 4 rodas, mas a verdade é que toda aquela maravilhosa engenharia japonesa é completamente ocultada pelas formas mais aborrecidas que a humanidade alguma vez viu - não são feios, apenas aborrecidos! Sinceramente, para ser notado ao volante de qualquer Toyota, teria de atropelar (repetidamente) a pessoa. Se cada construtor fosse representado por uma cor, a Toyota (e os construtores japoneses) seriam a cor beje!
A sério, se tem problemas em adormecer, recomendo a leitura do catalogo da Toyota. Incrível...carros com propriedades medicinais! Se sofre, ou conhece alguém que sofra, de insónias dirija-se ao concessionário Toyota mais próximo e peça um catalogo. E quem sabe, acaba por comprar um bom carro...aborrecido, mas mesmo assim um bom carro.
Mas houve alguém que numa reunião da Nissan levantou-se, deu um murro na mesa e disse "meus senhores, não percebemos pevas de "alma" e "carácter". Todos os belos carros são Europeus e alguns Americanos e sempre que tentamos fazer algo parecido sai-nos furado".
"Alma" é algo que se conquista - tal como os grandes amigos que se conquistam depois de anos de confraternização, bebedeiras e cenas de pancadaria. Mas como tudo no mundo há atalhos - e o Nissan GT-R é um atalho: a Nissan aceitou que não consegue igualar o estilo Europeu e avançaram para onde Europeus e Americanos não os podem seguir - o mundo cibernético em que a CPU é rei.
Este carro parece que saiu de uma serie Manga japonesa. E conseguiram, o Nissan GT-R é único. Não copia nada de ninguém.
E quem quiser o expoente máximo de comportamento vs performance e que se lixe o estilo então o Nissan GT-R é o seu carro. O Nissan GT-R devora as curvas mais rápido que qualquer outro no Nurburgring mas deve-se ao monstro de 6 cilindros de baixo do capot? À tracção integral inteligente? Aos pneus cheios de azoto? Não sei e sinceramente não quero saber.
E as suas vantagens sobre o Porsche 911 Turbo não acabam apenas numa volta ao Nurburgring ou à diferença de preço.
Se comprou um Nissan GT-R os outros condutores vão deixa-lo passar nos cruzamentos. As mulheres vão querer dormir consigo (ao contrário de pensarem que esta a atravessar uma crise de meia-idade). Os seus clientes vão vê-lo como uma pessoa de sucesso mas sábia nas decisões que toma e os vândalos vão parar de pintar as paredes e vão aplaudi-lo ao passar - se tivesse um Porsche 911 provavelmente iam deixar um poio em cima do capot.
Eu admiro os automóveis porque são mais que apenas máquinas: ao ser desenhado e construído (e comprado) pelo ser humano, acabamos por dar um pouco de nós à máquina tornando-a especial. Algumas mais especiais e marcantes que outras - o Nissan GT-R é uma dessas máquinas.