CarlosGate - ponto de situação 07-05-2019

Mais um apanhado das noticias ligadas ao CarlosGate, e para seguir este tópico basta clicar na tag respetiva - ficam abaixo os principais desenvolvimentos como sempre sem tretas, conservantes ou adoçantes acrescentados.

Novas acusações de enriquecimento pessoal
Já vão em 4 o número de vezes que as autoridades japonesas adicionam novas acusações a Carlos Ghosn, desta por apropriação de 5 milhões de dólares (2,5 milhões em Julho 2018 e 2.5 milhões em Julho 2017) da Nissan para uso pessoal.

Segundo a Nissan, entre 12/2015 e 06/2018 cerca de 15 milhões de dólares foram pagos de uma subsidiaria da Nissan a um representante estrangeiro mas 5 milhões foram desviados para uma conta bancária Ghosn para uso pessoal.


Renault propõe empresa conjunta com a Nissan
Para tentar dar a volta à rejeição da fusão proposta em Abril segundo o jornal japonês Nikkei a Renault ira propor à Nissan criar uma empresa conjunta baseada num país terceiro, com ações de ambos os construtores, para dar a ambos os construtores igualdade de partes na aliança. Iria dissolver a posição do governo francês na Renault para 7 ou 8% dos atuais 15%, algo que sempre apoquentou a Nissan.

E por detrás começa a empurrar a Nissan nessa direção - segundo o jornal Yomiuri a Renault terá anunciado que irá bloquear a continuidade de Saikawa como CEO da Nissan, ao que o CEO respondeu recusando-se (com o apoio do governo japonês) a reunir com o banqueiro contratado pela Renault para avaliar a situação, e segundo o jornal francês Les Echos apresentar a proposta da empresa conjunta da Renault. Pelos vistos temos a Renault e governo francês de um lado, e do outro a Nissan e o governo japonês.

Para já a Nissan já disse "obrigado, mas não obrigado".


Acordo com Daimler começa a quebrar
A parceria entre a aliança Renault-Nissan e a Daimler\Mercedes dura à quase 10 anos mas com Carlos Ghosn na cadeia e Dieter Zetsche (Doctor Z para os amigos) a ser substituído este mês por Ola Kallenius coloca em risco os acordos existentes. Segunda a revista alemão "Manager Magazin" o novo CEO Ola Kallenius não irá renovar os projectos em comum e prefere dedicar-se à uma parceria com a rival BMW.

A parceria arrancou em Abril de 2010 inicialmente limitada a 3 projetos para a Europa mas rapidamente cresceu. Uma lista dos principais projetos entre a Daimler e Renault-Nissan:
- desenvolvimento da arquitetura de motor traseiro para os Smart e Renault Twingo. Smart ForFour construído ao lado do Renault Twingo na fábrica da Renault na Eslovénia, e os motores eléctricos para os Smart são fabricados pela Renault na unidade de Cleon na França;
- produção da Mercedes Citan derivada da Renault Kangoo, ambas produzidas em Mauberge, França;
- desenvolvimento de um novo motor muito eficiente a gasolina turbo de 1.3 litros de injeção direta M282, utilizado na Renault Scenic, Megane e Mercedes Classe A;
- Mercedes usa o 1.6 dCi da Renault nas Vito e o 1.5 dCi é usado nas versões acessíveis do Mercedes Classe A, Classe B, CLA e GLA;
- Nissan Navara usada como base para as Renault Alaskan e Mercedes Classe X, fabricadas em Espanha pela Nissan e Renault na Argentina;
- A Daimler forneceu a arquitetura para os malogrados Infiniti Q30 e QX30 produzidos na fabrica da Nissan em Sunderland;
- A Nissan produz motores para a Daimler no Tennessee;

Há alguns anos que não surgem novos projetos e com a saída de cena dos 2 principais defensores destas aliança o futuro não parece brilhante para a parceria.

A Daimler já anunciou o fim do programa com a Renault nos Twingo/Smart - irá trabalhar em conjunto com os chineses da Zhejiang Geely Holding Group para a produção dos Smart na China. O Renault Twingo poderá mesmo desaparecer.

Mas não é assim tão simples - quando a parceria arrancou a Daimler adquiriu 3,1% na Renault e 3,1% na Nissan, e ambos Renault e Nissan adquiriram cada 1,55% na Daimler. A aliança Renault-Nissan é o 3º maior accionista individual na Daimler, depois da chairman da Geely Holding Li Shufu e do fundo soberano do Kuwait.

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