E regressa o Ecomentalismo das 2 rodas, como tinha saudades - a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB) diz que quem pedala está a ser vítima de uma «guerra civil». A culpa, dizia na TSF o presidente da federação, é dos automobilistas que não tem respeito pelos ciclistas. Uma falta de cuidado que nos último dois meses terá originado cinquenta acidentes. E acusam o presidente do ACP de ser o responsável. Hem?!
Entrevistado pela TSF, o presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP) Carlos Barbosa, diz que a falta de cautela é de quem se diz vítima. Carlos Barbosa sublinha ainda que as autarquias não têm verbas para criar ciclovias e que as cidades portuguesas não são ideais para andar de bicicleta, que os ciclistas têm que respeitar o código da estrada e ter atenção ao ambiente automóvel.
Já a Prevenção Rodoviária, pela voz de José Manuel Trigoso, considera que a responsabilidade tem de ser repartida. É preciso respeito mútuo, mas os ciclistas têm que respeitar o código da estrada porque os ciclistas não são uma espécie de peões com pedais.
Não estou a defender os condutores dos automóveis (porque sei bem que atrás do volante estão muitos incapazes), mas não posso deixar de me manifestar contra a crescente tendência de que os ciclistas se achem na posição da superioridade moral e que por isso acham que podem fazer o que bem lhes apetecer, incluído escolher que regras e leis têm de cumprir.
Para os que acham que estou errado permitam-me partilhar a minha experiência: há coisa de 4 anos atrás, enquanto de férias, vi que tinha que atravessar a estrada nacional que dividia a vila com o meu filho de meses ao colo. Dirigi-me à passadeira mais próxima, e esperei no passeio que os automóveis parassem. Isto numa estrada em linha recta, com boa visibilidade e uma passagem de peões muito bem sinalizada quer na horizontal quer na vertical.
Tendo os automóveis em ambos os sentidos parado, iniciei a minha travessia apenas para quando chego a meio da passadeira vejo que um grupo de ciclistas escolheu ignorar as placas que indicavam passadeira e os automóveis parados e cortaram a direito. Apercebo-me que eles não vão parar e a única coisa que posso fazer é virar-lhes as costas embrulhando o meu filho de meses nos meus braços e esperar que ele não se magoe.
Por sorte nenhum me acertou mas também nenhum se lembrou de parar e vir pedir desculpas por colocarem o meu filho em perigo.
E se esta experiência não vos convence proponho que me contactem (o email esta no fundo da página) porque tenho um amigo que gostaria de apresentar ao senhor presidente da Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB): este amigo terá que passar o resto da vida numa cadeira de rodas, porque ao desviar-se de um ciclista que não parou num semáforo vermelho despistou-se e teve um acidente. O ciclista viu o acidente que causou, mas não ficou nem para ajudar os feridos do acidente ou assumir responsabilidade pelos seus actos.
Tenho um irmão que adora andar de bicicleta e leva consigo a minha sobrinha - não quero que nada lhes aconteça. Por isso tenho muito respeito e cuidado pelos ciclistas que encontro na estrada, e espero que eles tenham o mesmo respeito - respeito não é algo adquirido, conquista-se.
Se os ciclistas querem andar em segurança na estrada também têm de ter cuidado, seguir as regras e ter algum bom senso.
Já apanhei vários a circular de noite, em ruas e estradas sem iluminação, sem um farolim, sem um reflector traseiro, e vestidos com roupas escuras. Só se vêm quando já se está "em cima deles". Custava muito ao menos comprar um daqueles coletes reflectores obrigatórios para os automobilistas?
Os automobilistas não podem sair de um carro avariado ou acidentado sem colete ou são multados. Os ciclistas... andam por aí feitos ninjas à espera de levar com um carro em cima!