[Vídeo patrocinado] Novo Peugeot 308 ensaio

Enfim consegui meter as mãos no novo Peugeot 308, um automóvel que confesso estava muito curioso por conduzir - então posso deixar de agradecer ao meu amigo "o qual não posso dizer o nome" por-mo emprestar durante o fim de semana. E sim devolvi com o depósito atestado tal como me foi entregue.

Mas passemos ao novo Peugeot 308, que apesar do mesmo nome é automóvel completamente novo, com novas intenções e acima de tudo um cenário económico completamente diferente. Depois do sucesso do 208 e 2008, será que a Peugeot consegue não só manter "o nível" mas também elevar este novo 308 onde antes não chegou?
 
Infelizmente o cartão do meu telemóvel não estava tão ansioso e esta foi a única foto que sobreviveu do novo Peugeot 308. Aproveito para recolocar o vídeo patrocinado pela Peugeot de ensaios por outros bloggers (sim, esqueceram-se de mim...) em Paris. Espero que da próxima vez se lembrem de mim...

Não é preciso dizer mas fica aqui de qualquer forma - apesar do patrocinio acima tudo o que escrevi são as minhas observações e não me deixo influenciar.
 
 
Introdução
Creio que o melhor ponto de partida é explicar porque é que o novo Peugeot 308 é tão importante e daí a minha curiosidade para o conduzir - afinal é um Peugeot, não um Ferrari ou algo parecido. Este novo 308 é um exemplo típico daqueles casos de que a soma das partes é maior que o todo...eu explico.

Primeiro como noticiamos à pouco tempo, a Peugeot pretende subir de segmento (criando uma maior diferença entre si e a Citroen) e ser uma marca premium. Ou seja, este novo Peugeot 308 não quer apenas bater-se com os Golf, Megane, Focus e companhia mas ir atrás do Mercedes Classe A e Audi A3! O que é um grande salto em termos de automóvel e em termos de consumidor porque hoje em dia ser considerado Premium é algo que depende mais na percepção do comprador do que propriamente no automóvel em si - e é com este 308 que a Peugeot quer provar ser capaz.

Segundo, a crise. Como já aqui escrevi muitas vezes a PSA foi apanhada descalça na Europa quando a crise financeira se instalou. Dependendo fortemente apenas na Europa a PSA teve que reagir rapidamente - expandir rapidamente para mercados chave como a China (onde o número 8 dá sorte) e acima de tudo produzir melhores automóveis. Já conduzi o novo Peugeot 208 e o 2008 e posso dizer que restabeleceu a minha fé na marca francesa capaz de produzir automóveis divertidos de conduzir. Numa altura que é preciso libertar inovação e ideias que antes seriam descartadas pelos contabilistas chegam então à realidade?

Terceiro, nova plataforma completamente nova. Apesar de manter o mesmo nome (afinal já houve um 309 nos anos 80) é um automóvel completamente novo e a segunda aplicação da nova plataforma modular EMP2 (a primeira foi o novo Citroen C4 Picasso) que afirmam melhorar peso, performance e comportamento. Só que começando de uma folha em branco nem sempre é fácil, é muito mais dispendioso e a possibilidade de erros maior. Terá a Peugeot feito o seu trabalho de casa, ou terá feito como a Alfa Romeo no MiTo que admitiu o ter lançado sem que toda a afinação estar terminada?
 
Se olharmos para o que a Peugeot se propõem fazer é como atravessar um oceano enquanto se muda a forma do casco do barco mas sem nunca parar de navegar. Será que conseguem? Bem, analisemos o novo 308.
 
 
Primeiro contacto
O perfil é clássico mas elegante. Mas é acima de tudo mais um belo exemplo do novo design de Gilles Vidal, muito dinâmico com os flancos esculpidos e os faróis traseiros "arranhados" - muito 208.
 
É definitivamente muito mais elegante, mais bem proporcionado que o anterior 308. A frente é menos trabalhada que o novo 208, gosto daquela nervura lateral que acompanha a linha das janelas laterais e a traseira é baixa com faróis angulares e aquele vidro pequeno - dá-lhe um ar desportivo, como que se a traseira estivesse agarrada à estrada.
 
Esta segunda geração do Peugeot 308 é ligeiramente mais larga, mais curto (4,28 para 4,25 metros), mais baixo (1,50 para 1,46 metros) e bastante mais leve (em média menos 140 quilogramas) relativamente ao anterior 308. Além da nova plataforma EMP2 (Efficient Modular Platform 2) que lhe serve de base recebe ainda capot e para-lamas dianteiros em alumínio, alguns elementos da suspensão são em alumínio e a tampa da mala é plástica Mais baixo, mais leve, centro de gravidade mais baixo - condução promete.
 
 
Bem-vindos a bordo
As portas abrem-se e fecham-se com um som de qualidade e como se tudo encaixasse na perfeição. No interior temos um tablier moussado (sim eu sei que não é uma palavra mas uma sensação) simplesmente belo, quase Zen. Temos (tal como nos 208 e 2008) um volante pequeno e baixo com o painel de instrumentos por cima do volante. O detalhe das agulhas do conta-quilómetros e conta-rotações a rodarem em sentidos oposto custa a habituar mas são uma bela peça de design em vermelho e cromado. Tudo envolto numa peça hexagonal e num tablier com contorno cromado - alguém passou muito tempo a pensar em cada detalhe daquele tablier e é uma bela peça de design.
 
O 308 recupera a posição de condução do 208 com os mostradores visíveis por cima do pequeno volante tipo kart. É preciso saber acertar a posição de condução - eu tive a sorte de ter o designer do interior do novo Peugeot 208 a explicar-me aquando da apresentação em Portugal. Tentem, porque funciona.
 
Mas a maior surpresa de todo é a completa limpeza nos botões - os automóveis franceses habituaram-nos a uma avalanche de botões mas este novo 308 tem 1 botão para o volume do rádio...mais nada. Ok, o volante tem 4 botões. A dominar o interior esta o grande ecrã de 9,7 polegadas (se bem que nem todo é utilizado) orientado para o condutor que comanda o sistema áudio, climatização e navegação - original e porque liberta o interior de todos aqueles botões que odiamos. Todos os modelos do Peugeot 308 recebem este ecrã tirando o modelo base - sinceramente não recomendo esse modelo.
O interior é bem desenhado, elegante e pratico com arrumos numerosos e vastos. Temos um grande porta-luvas refrigerado, um compartimento entre os assentos, todo o género de formas de ligar o smartphone e logo abaixo das ligações um espaço perfeito para colocar o tal smartphone.
 
Como referi no início, o novo Peugeot 308 é mais baixo e mais curto em 4 centímetros de comprimento mas como a distancia entre eixos ganhou 1 centímetro pensei que não iria afetar o espaço interior. Não tive qualquer problema em encaixar o meu 1,84 metros costas largas nos confortáveis assentos dianteiros, se bem que não compreendo porque é que não há possibilidade de regular a altura do cintos de segurança dianteiros.
Nota-se que atrás perdeu-se algum espaço para as pernas - há espaço para 2 adultos mas não muito mais e os trincos proeminentes dos cintos de segurança traseiros também não ajudam. Infelizmente algum deste espaço foi para a mala que aumentou de capacidade - segundo o catalogo 330 litros.
 
A Peugeot conseguiu aquele interior "premium"? Sinceramente, tenho que concordar - adorei os confortáveis assentos, os toques de cromado um pouco por todo o lado, aquele pequeno volante que encaixa muito bem na mão, os opcionais interessantes (desde o já conhecido teto de vidro paronamico, faróis 100% LED's, a cruise control ativo até assentos massajantes, aquecidos e eletricamente accionados...sim, estou a ficar velho), os plásticos no tablier e nas portas são muito agradáveis. Excepto alguns dos plásticos no fundo do tablier que são um pouco duros demais, é um bom sitio para se estar.
 
 
Condução
O que eu conduzi foi o Peugeot 308 1.6 HDi 92 Active - o diesel menos potente no segundo nível de equipamento. Tinha debaixo do capot 92 cavalos de potência e 230 Nm de binário disponíveis logo às 1800 rpm, que chegam ao eixo dianteiro por uma caixa de 5 velocidades.
 
Arrancando na cidade, rapidamente notei o quanto o Peugeot 308 está à vontade graças ao binário e disponibilidade do motor, embraiagem é bem doseada, a direção suave e boa brecagem. Só a caixa de 5 velocidades é que podia ser um pouco mais precisa, apesar de boa e progressiva a suspensão trepida um pouco e o motor também vibra um pouco demais - podia ser mais discreto.
 
Mas é na estrada nacional que gostei de estar - o pequeno volante faz com que não tenhamos que mover muitos os braços para conduzir, o eixo dianteiro parece colado à estrada e o 308 voa de curva em curva. O chassis é ágil e estável, a suspensão filtra bem as irregularidades e gere muito bem as mudanças de direção repentina e a inclinação do chassis. Abusei dele um pouco em algumas curvas e posso dizer que nunca me deixou com a aquela sensação que as vezes temos de "ops espero não acabar na berma" - dá muito confiança.
O motor de 92 cavalos mostra-se suficiente graças ao baixo peso e o binário disponível - este 308 mexe-se bem e demarca a eficácia do chassis e o óptimo trabalho de afinação. Ultrapassar em 4ª velocidade é facil, mas com mais carga ou uma família completa pode ser mais complicado - o guiar da caixa também não ajuda.
 
Na pouca auto-estrada que fiz deu para ver que o binário disponível é suficiente para manter a 5ª velocidade que é longa - a 120km\h em 5ª velocidade o motor fazia 2.000 rpm, o que é bom para os consumos e ruído. Estabilidade perfeita, potência quanto basta e confiança absoluta.
 
E claro que não podia deixar de ver os consumos - utilizando o 308 durante um fim de semana, em todo o tipo de estrada com condução um pouco acelerada e fazendo as médias por atestar do depósito (não pelo computador de bordo) verifiquei que fiz média geral de 6,2l/100km.
 
 
Conclusão
Sem duvida um salto a nível de qualidade de construção, conforto, acabamento e comportamento - tendo conduzido ambos novo e antigo Peugeot 308 é difícil de acreditar que vieram do mesmo construtor. Muito bem acabado e apresentado, boa ergonomia e montagem que denota cuidado e atenção ao detalhe, um chassis de referência, os 92 cavalos bastam e os consumos são bastante bons.
Sim, a insonorização podia ser melhor, bem como o comando da caixa de 5 velocidades e o tempo de resposta do turbo em algumas situações, mas não são o suficiente para manchar o belo automóvel que a Peugeot conseguiu.
 
Pontos positivos
- boa apresentação
- bons acabamentos
- chassis muito bem conseguido
- económico (hdi 92 cavalos)
 
Pontos negativos
- insonorização podia ser melhor
- controlo de vibrações
- guiar da caixa de 5 velocidades
- tempo de resposta do turbo
 
 
P.S. - não acabou
É quando estava a devolver o 308 estavam a descarregar um vermelho equipado com o 1.6 HDi de 115 cavalos e consegui fazer com que me deixassem dar umas voltas ao quarteirão. E ao contrário do que dizem muitos entendidos não é apenas uma questão de mudar um chip na eletrónica porque a diferença não se fica por aí - digo mais, o que encontrei no 92 cavalos que não gostei quase que desaparecem nesta versão.
A direção pareceu mais bem calibrada, caixa de 6 velocidades muito mais bem guiada e precisa. A suspensão parecia menos seca (isso pode dever-se a pneus diferentes) mas o mais importante é que o motor vibra menos e era mais silencioso também.
 
Pessoalmente, tendo em conta as opções e preços que vi no site da Peugeot - ou ia para o Hdi 92 cavalos Allure (3º nível de equipamento) ou para um Hdi 115 cavalos Active (2º nível de equipamento) que custam mais ou menos o mesmo. Mas tendo em conta o que me apercebi na condução sinceramente ia para o 115 Active com menos brinquedos. E não recomendo o modelo Acess que não tem o óptimo sistema multimédia.

Nota final - Não é preciso dizer mas fica aqui de qualquer forma - apesar do patrocinio acima tudo o que escrevi são as minhas observações e não me deixo influenciar.

4 comentários:

  • Anónimo says:
    11 de janeiro de 2014 às 02:08

    Adoro o teu blogue e sou seguidor diário dele. Muitos parabéns por isso. Para quando um teste a uma volvo v40 para saber a tua opinião sobre esse carro?
    Abraço

  • Turbo-lento says:
    15 de janeiro de 2014 às 12:56

    Infelizmente ainda não não conduzi nenhum volvo v40. Ensaio vários automoveis mas por falta de tempo apenas escrevo sobre aqueles que vale a pena - tentarei meter a mão numa V40 assim que possivel. Claro que se houver alguem da Volvo Portugal a ler podia dar uma ajuda...

  • Rui de Castro says:
    3 de julho de 2015 às 00:01

    Caro amigo. Gosto bastante do seu blogue, mas tem que ter mais cuidado com o português. No sentido que queria dar às frases, escreve-se encaixasse e deixassem, e não encaixa-se e deixa-sem. Bem haja.

  • Turbo-lento says:
    9 de julho de 2015 às 15:52

    Infelizmente a 1ª vitima do manter um blog, pagina de facebook, twitter juntamente com vida profissional (nada associada ao mundo automóvel) e família é o português...