Denegrir versus Criticar

Num mundo em que tudo é um espectro, nada é "preto ou branco" cada vez mais as pessoas teimam em tentar dividir tudo em campos com o mínimo de sobreposição e máxima conflito entre eles. Cada um tem que escolher o seu lado/equipa e odiar com toda a sua fibra e poro folicular qualquer outra equipa sem piedade. É na politica, na alimentação, sexo, futebol e até nos automóveis - ontem fui acusado no Facebook de "propositadamente denegrir" a Volkswagen porque critiquei o falta de substancia em quase tudo o que trouxe ao salão automóvel de Munique. Notem o uso de "denegrir" e "criticar".

Segundo o Dicionário:
"criticar": Encontrar defeitos; avaliar negativamente.
"denegrir": manchar a reputação de alguém, desacreditar ou difamar.

É um conceito muitas vezes (propositadamente) ignorado que duas coisas podem ser verdade ao mesmo tempo. Exemplo moderno - o assassinato do tal influencer politico Charlie Kirk. É correto condenar a sua morte e ao mesmo tempo dizer que ele era uma pessoal execrável e que o mundo está melhor sem ele - duas coisas podem ser verdade ao mesmo tempo e o universo não implode, exceto claro para quem tem outras intenções (como denegrir).

É possível criticar (especialmente quando apresentamos as bases para a critica) a Volkswagen pela sua longa e continuada ineptidão em acertar com os elétricos acessíveis apesar dos seus recursos e peso na indústria automóvel - a Renault já comercializa o moderno R5 e o R4 (a versão SUV do R5 basicamente) muito antes da VW sequer apresentar ao publico o ID.Polo na sua forma final. 

Sim, critiquei que o que levaram ao salão de Munique cheira a desespero, mas sabe uma coisa? Já vou no meu segundo VW e o atual há de morrer nas minhas mãos por o apreciar tanto. É possível criticar algo sem denegrir, é possível ser fã de uma equipa de futebol e criticar a sua prestação ao invés de culpar o arbitro. Posso criticar uma marca e ao mesmo tempo que aprecio um dos seus produtos. Duas coisas podem ser verdade ao mesmo tempo.

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