CarlosGate - ponto de situação 20-12-2018

Mais um apanhado das noticias ligadas ao CarlosGate, e para seguir este tópico basta clicar na tag respectiva - ficam abaixo os principais desenvolvimentos como sempre sem tretas, conservantes ou adoçantes acrescentados.

Tribunal recusa prolongar detenção de Ghosn
Esta foi inesperada - um tribunal de Tóquio decidiu não prolongar a detenção de Carlos Ghosn e dos braço direito Greg Kelly. Claro que ainda é possível que o ministério publico japonês recorra da decisão mas ainda não o fez.A NHK disse que Ghosn pode ser libertado na sexta-feira se for permitida fiança - mas o mais certo é que possa acontecer na próxima semana.


Executivos da Renault e Nissan procuraram outras formas de pagar a Ghosn
Uma investigação da Reuters descobriu documentos que entre 2010 e 2017 executivos quer da Renault quer da Nissan por duas vezes procuraram formas legais de pagar somas indeterminadas a Ghosn através das finanças partilhadas entre os parceiros da aliança - ambas as tentativas falharam mas segundo a documentação na primeira tentativa estavam envolvidos executivos da Renault.

São os rendimentos não declarados de Ghosn que estão no centro de todo este escândalo (supostamente 43 milhões de dólares entre 2010 e 2015) que iria receber mais tarde.

Segundo a Reuters (que esteve a rever emails, facturas e declarações) em 2010 vários executivos da Renault, incluindo a secretária geral Mouna Sepehri, discutiram passar parte do salário de Ghosn através da holding holandesa da aliança: a Renault-Nissan BV ou RNBV. Surge até um email de Kelly a agradecer o esforço para determinar se parte do rendimento do CEO teria de ser feita pública. Em declarações à Reuters a Renault disse que esse assunto foi encerrado porque foi feito claro na altura qye qualquer rendimento em França teria de ser tornado público.

Claro que isso não significa que pararam de tentar, daí a segunda tentativa.

Em 2017 com o rendimento a pagar por parte da Nissan continuava a subir os executivos tentaram novamente. Desta vez a ideia era pagar milhões em bónus a Ghosn e a outros gestores da aliança via uma empresa de serviços holandesa. A Reuters noticiou isso e 2 dias depois numa reunião de accionistas Ghosn negou a existência de tal plano. Segundo emails esse plano foi abandonado mas depois da reunião - curiosamente nesses emails aparecem as moradas do atual CEO da Renault Bollore e o actual CEO da Nissan Hiroto Saikawa.

O plano terá sido feito pela empresa Ardea Partners que recebeu apenas metade da gratificação inicialmente prevista - coincidente com um plano apresentado mas nunca implementado. Mas por pouco - segundo um email interno da Ardea Partners estavam na fase final.

A Renault diz que a Ardea trabalharam como consultores financeiros com a RNBV e que os seus executivos não lideravam o projecto, mas que era possivel estarem ligados a algumas trocas de emails.

A Nissan está a pressionar a Renault para uma investigação conjunta da finanças da aliança e quer re-examinar a recentemente criada fundação na Suiça que iria receber 30 milhões de euros - que acabou por ser cancelada com a detenção de Ghosn.

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