Mais um apanhado das noticias ligadas ao CarlosGate, e para seguir este tópico basta clicar na tag respetiva - ficam abaixo os principais desenvolvimentos como sempre sem tretas, conservantes ou adoçantes acrescentados.
Ghosn, Kelly e Nissan indiciados por declarações rendimentos
A procuradoria de Tóquio acusou formalmente Carlos Ghosn, o seu ajudante Greg Kelly (segundo a Nissan Kelly é o "cérebro" por detrás deste esquema) e a Nissan de sub-declararem os rendimentos de Ghosn em vários milhões de dólares ao fisco durante 5 anos. Numa manobra que recorda Vale e Azevedo, eles foram libertados e imediatamente presos novamente prolongando a estadia de ambos na prisão pelo menos até 20 de Dezembro - altura em que podem apresentar novas acusações e repetir o processo.
A firma de advogados Go Kondo que representa Ghosn não comentou as acusações. Os média japoneses dizem que Ghosn terá negado as acusações. O advogado de Kelly, Yoichi Kitamura, terá recusado as acusações e vão a tribunal. Se considerados culpados Ghosn e Kelly podem passar até 10 anos na cadeia e multas.
Carlos Ghosn terá já apresentado uma queixa relativamente a esta "re-detenção" - tendo em conta que é um processo normal no Japão provavelmente vai cair em ouvidos moucos.
A Nissan, como entidade corporativa, foi também indiciada - o atual CEO Hiroto Saikawa terá assinado papeis relativos à "compensação deferida" de Ghosn quando este se reformar como "consultadoria" mas terá dito aos procuradores que não tinha ideia que se referiam a este esquema e a procuradoria terá acreditado no CEO.
Ghosn e Nissan lutam por apartamento recheado
A Nissan e Ghosn estão agora envolvidos numa luta legal pelo acesso ao apartamento do ex-CEO no Rio de Janeiro que supostamente contem dinheiro, peças de arte e pertences pessoais de Carlos Ghosn mas o apartamento pertence à Nissan. Ou seja, o CarlosGate já está a decorrer também no Brasil.
O apartamento, avaliado em 3 milhões de dólares, já terá sido auditado pela Nissan que indicou conter 3 cofres por abrir além de obras de arte. O conteúdo dos cofres é o que preocupa a Nissan - dado acesso Ghosn pode destruir potenciais provas.
Ghosn planeava remover o CEO da Nissan Saikawa
Uma noticia interessante - citando uma fonte interna o The Wall Street Journal noticia que antes da sua detenção Carlos Ghosn planeava despedir o atual CEO da Nissan CEO Hiroto Saikawa. Parece que Saikawa adiantou-se a Ghosn que parecia pronto para discutir a reorganização em Novembro passado.
Ghosn estaria desapontado com a performance financeira da Nissan sob a direção de Saikawa, que terá caído 17% no final do ao fiscal que terminou a 30 de Setembro 2018. Outro ponto de insatisfação seria como Saikawa estava a lidar com os problemas de inspecção final que obrigaram à recolha de mais de 1 milhão de automóveis no Japão - problema que ainda decorre porque a Nissan no inicio do mês ordenou a recolha de mais 150.000 automóveis.
Também havia fricção entre Ghosn e Saikawa sobre o caminho para a Nissan - Ghosn estabeleceu vários alvos quantificados para vendas e percentagem de mercado a que Saikawa se opunha por reduzir o lucro por unidade.
A idade de Saikawa era também um factor, com 65 anos aproximava-se da reforma.
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