[update] Alemanha versus 2020

E a senhora Merkel conseguiu adiar pela terceira vez o voto sobre o limite de 95g de CO2 por quilometro - segundo a Automotive News Europe, com o apoio de Inglaterra, Republica Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia. Pelos vistos, os governos querem mais tempo para analisar a proposta alemã que procura uma aplicação progressiva entre 2020 e 2024. Vai haver novo debate e possivelmente nova votação no conselho dos ministros do ambiente no dia 14 de Outubro.
O que foi aceite porém, foi o limitar das emissões de CO2 por carrinhas comerciais - até 2020 têm que ser de 147g de CO2 por quilometro.
Post original de 03-10-2013
Antes de mais, acho que é justo dar os parabéns à Senhora Merkel por ser o único politico com uma verdadeira vitória - sim, o PS pode ter tido mais camaras municipais mas perdeu 1 milhão de votos e somando votos brancos, nulos e abstenções 51% do pais disse aos políticos "Que são todos uma trampa!" Opinião que partilho. Mas fresca da sua vitoria a senhora Merkel pode agora degladiar-se com algo mais interessante - o limite de emissões automóveis 95g/km de CO2 para 2020. Não esperavam esta pois não?
 
A questão é que estes futuros limites de emissões podem prejudicar as exportações para os fabricantes alemães de automóveis de luxo (BMW, Mercedes) mas também Jaguar, Land-Rover - e um dos últimos actos do anterior mandato de Merkel foi bloquear esta legislação, ou seja, a luta continua!
 
Já agora, não falei na Audi porque afinal fazem parte da VW e isso significa modelos muito económicos noutras marcas para equilibrar - algo que os BMW, Mercedes, Jaguar e Land-Rover não têm.
 
Limitações de emissões significam limitações de consumos e a verdade é que os alemães fabricam e exportam para fora da europa muitos motores bem grandes. Merkel queria que a legislação incluísse os chamados supercréditos que seriam ganhos pela venda de elétricos, híbridos e híbridos plug-in e depois abatidos na fabricação dos automóveis mais consumidores. Mas a verdade é que a Comissão Europeia disse que não e Merkel bloqueou - afinal, isso iria prejudicar as exportações, logo mau para a Alemanha e para a Europa.
 
E de certa forma concordo - a Europa não é fechada sobre sí mesma, se todo o mundo joga-se pelas mesmas regras tudo bem mas não é o que ocorre. A Europa (também) tem que exportar o que os outros mercados querem. Claro que a actual crise joga a favor da Alemanha, com a crise a pesar em Grécia, Portugal (obrigado sr. Paulo Portas), Espanha, Irlanda e com Itália e França a tremer, fala mais alto quem tem o livro de cheques na mão...
 
Claro que a Comissão Europeia pode simplesmente dizer não a esta ideia dos supercréditos, mas arriscar a criar um conflito com o pais que está basicamente a servir de contra-peso aos anteriores mencionados?
 
Aumentar a eficiência (logo reduzir emissões) sai extremamente caro - é algo de bom, mas se não há procura, se o Mercado europeu bateu no fundo e como não há apoios para reduzir o preço destes automóveis numa altura de crise é esfregar sal numa ferida aberta. Sinceramente, duvido que a Comissão Europeia vá querer este confronto - mas ai entra a politica outra vez: Merkel precisa de um parceiro na Alemanha para coligação com maioria absoluta e como o anterior parceiro nestas eleições não tem votos que chegue sobram, entre eles, os Verdes e o SPD ambos ecomentalistas e de bom grado se opõem à ideia dos super-creditos a acreditar na Reuters.
 
E há um problema ainda maior que os ditos ecomentalistas se esquecem - esta pressão de reduzir as emissões automóveis obriga de forma indireta à aposta em híbridos plug-in e elétricos, e isso  coloca pressão aumentada sobre a produção elétrica dos países que muitos ainda dependem de combustíveis fosseis. A menos que consigamos primeiro acabar com este problema, automóveis elétricos vão simplesmente aumentar as emissões indiretas.
 
Claro que os ambientalistas se opõem a esta ideia dos super-creditos porque significaria que o objectivo seria apenas atingido no papel e não na realidade. Sim, porque todos na Europa estamos ricos e podemos comprar V8's! Adoro especialmente uma afirmação de um grupo ecologista que diz que não cumprir o acordo para 2020 ira resultar em contas de combustível mais elevadas para os condutores....EM MÉDIA NA EUROPA 74% DO CUSTO DA GASOLINA SÃO IMPOSTOS QUE OS GOVERNOS ADICIONAM! A GASOLINA POR SI ATÉ É BARATA NÃO FOSSE OS GOVERNOS QUEIMAREM O DINHEIRO DOS CONTRIBIUNTES!
 
O problema agora é que este acordo para 2020 foi feito com um cenário económico que não existe e para uma procura de automóveis elétricos que simplesmente não aconteceu e agora não há forma realista de o cumprir e agora há que conseguir um consenso...
 
A contra-proposta dos alemães é esta - o tal limite de 95 gramas por quilometro apenas se aplica a 80% dos novos automóveis em 2020 e essa percentagem iria aumentando 5% até chegar à implementação total em 2024.
Contra-proposta que já recebeu apoios no mundo automóvel - antes defensores do limite para 2020, a Citroen, Peugeot, Renault, Opel juntaram-se à BMW e Mercedes a pressionar para renegociar o acordo. A nível de países temos a Hungria, Eslováquia e Republica Checa dos lados dos alemães, os Franceses ainda não responderam mas o mais certo é ficarem do lado da sua industria automóvel e a Espanha também deve-se juntar já que tem muita industria automóvel local.
 
É importante dizer que defendo a redução das emissões, mas não ao custo excessivo que vai resultar em mais crise e despedimentos. Mas posso deixar só uma possível medida simples, que reduz as emissões automóveis em toda a Europa muito mais rapidamente, com maior volume de redução efetiva, sem prejudicar exportações e ao mesmo tempo estimular as vendas europeias de automóveis novos e ate aumentar o valor de alguns usados? Que tal proibir a circulação na Europa de automóveis (não clássicos) com mais de 20 anos? E quem tiver automóveis clássicos mas limitados a x quilómetros por ano por exemplo. Apenas uma ideia....

14 comentários:

  • Anónimo says:
    4 de outubro de 2013 às 08:33

    Como muito bem escreve "Limitações de emissões significam limitações de consumos" o que é óptimo para a carteira de quem comprar esses automóveis tão poupadinhos mas é por demais evidente que tais limitações de consumo, isto é, tais limitações de emissões de CO2 pouco têm a ver com o benefício (da carteira) dos futuros compradores e muito têm a ver com políticas ambientais.

    Obviamente é óptimo para a carteira deste grupo específico de consumidores mas tais pressões políticas e legislativas para baixar o consumo/emissões de CO2 são impulsionadas por políticas ambientais que infelizmente estão fundamentalmente erradas.

    Perito climático alerta para iminente crise de arrefecimento global
    http://freebeacon.com/climate-expert-warns-of-impending-global-cooling-crisis/
    September 26, 2013 4:49 pm

    Já, anteriormente, comentei longamente o assunto e podia agora colocar aqui dezenas de “links” com notícias do mesmo género sobre o estado do clima global e da esmagadora influência do Sol ou dos oceanos ou ainda das emissões de gás vulcânicas, etc., mas não o vou fazer porque o que interessa é que não ignoremos que a corrente de pensamento dominante é apenas isso: dominante, não significa que não haja outra pelo que é lamentável que, apesar de ninguém conseguir prever o futuro - NINGUÉM - os representantes dos vários povos, nomeadamente europeus, apenas dêem ouvidos a uma das partes e ignorem descaradamente a outra parte apesar de lhes ser impossível afirmar com certeza qual das partes tem verdadeiramente razão.

    Confrontados com duas versões deixaram-se influenciar para aceitar cegamente uma delas e para, convenientemente, a partir dela criar movimentações massivas de dinheiro originárias em impostos especialmente criados para o efeito e negócios multimilionários que envolvem a compra e venda de créditos de carbono que apenas têm contribuído para impedir o desenvolvimento de países ditos do 3.º mundo e abrandar o desenvolvimento de países ainda em vias de desenvolvimento, ou até de países como o nosso que se crê desenvolvido mas que tem uma fraca base industrial.

    Como se verifica nem a Alemanha está imune pois vê a sua enorme indústria ameaçada com a imposição de limitações à emissão de CO2 (motores de 95g/km de emissões de CO2 para 2020)!


    Se alguém que leia os (meus) comentários anteriores que coloquei neste blogue que abordam o alegado "aquecimento global"

    http://www.4rodas1volante.com/2013/03/volkswagen-rejeita-hfo-1234yf-ue-ameaca.html

    http://www.4rodas1volante.com/2013/04/regras-de-emissoes-relaxadas.html

    http://www.4rodas1volante.com/2013/05/hfo-1234yf-vs-mercedes-parte-2.html

    ainda considera que são despropositados ou que puxo para uma discussão imprópria para um blogue sob automóveis basta pensar que quem defende haver "aquecimento global" tem pressionado os diversos governos de muitos países a "resolver" o assunto através de políticas ambientais que se traduzem em leis que nos têm afectado fortemente a todos desde há vários anos e que, infelizmente, nos continuarão a afectar por muitos mais e que afectam fortemente a indústria automóvel que por sua vez nos volta a afectar a todos ainda mais (não só quem compra automóveis mas a todos nós!) como o caro Turbo-lento muito bem exemplificou em algumas partes do seu texto. (continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    4 de outubro de 2013 às 08:36

    (continuação...)

    Relativamente ao seu último parágrafo, caro Turbo-lento, onde escreve:

    “Que tal proibir a circulação na Europa de automoveis (não clássicos) com mais de 20 anos? E quem tiver automoveis clássicos mas limitados a x quilometros por ano por exemplo. Apenas uma ideia....”

    ou como escreveu a 30 de Abril:

    “Mas se queremos reduzir todas as emissões automóveis perigosas é uma questão de obrigar/legislar o tempo de vida dos automóveis: ainda temos muitos automóveis com 20 anos”

    quero lembrá-lo, mais uma vez, que uma das nossas liberdades fundamentais é o direito à propriedade e estas suas ideias – a de proibição de circulação ou a de obsolescência programada imposta por lei para automóveis com mais de 20 anos - não são simples ideias como parece querer passar! São ideias que, se postas em prática, interfeririam gravemente com o direito à propriedade.

    Ainda vivemos num estado de direito e tais imposições seriam absolutamente inaceitáveis! Já nos basta os mil e um impostos inventados que cobrem todos os pormenores relativos (neste caso) aos automóveis.

    Tenha em atenção que rescindir de uma liberdade em nome de um ideal, por muito bem intencionado que pareça ser , é “só” o primeiro passo para que líderes políticos (ou outros) apareçam e...
    (se não sabe como esta frase acaba, leia isto:

    http://www.espacoacademico.com.br/065/65lima.htm

    deixo-lhe aqui dois pequenos excertos:
    «Quando a intolerância quer ser reconhecida como moral e legal, justificando que a repressão da autonomia dos sujeitos é necessária “para o bem de todos”, a razão se faz cínica»
    e
    «Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores»)


    Afinal, o Turbo-lento também está a gozar do seu direito à propriedade quando adquiriu o seu Twizy. Se realmente houvesse razão para alguém se opor à propriedade de algo porque não opor-mo-nos à propriedade de “brinquedos” como o seu?
    O Turbo-lento sabe muito bem de tudo o que foi preciso para poder desfrutar do seu automóvel eléctrico!
    Sabe muito bem do muito dinheiro desperdiçado em subsídios tanto no estrangeiro como em Portugal!
    E sabe muito bem do muito dinheiro desperdiçado em instalações de carregamento mal pensadas e manifestamente sobredimensionadas e em quantidade digna de um país rico!
    Muito dinheiro desperdiçado que também saiu do meu bolso e do bolso dos restantes portugueses e que continua a sair e que apenas resultou no privilégio de uma ínfima parte da população de possuir um carro eléctrico.


    Humberto

  • Turbo-lento says:
    5 de outubro de 2013 às 23:35

    Tanto para responder, portanto vamos por partes:
    1) Aquecimento global: sabia que já houveram estudos que provavam que o açúcar ajuda a perder peso? Que sulfatar crianças com DDT (um pesticida) tinha efeitos positivos? E até nos anos 90, que o tabaco não fazia mal nenhum. Sempre houveram estudos para tudo - mas a internet tornou o mundo mais pequeno e com a partilha de dados e ideias veio uma maior discussão e consenso sobre o que é verdade ou não. E na ultima reunião magna sobre o tema, aparentemente, 95% dos cientistas sobre o clima a nível mundial concordam que existe tal coisa chamada aquecimento global e que o homem é o maior responsável. 95% parece um grande consenso - e estamos a falar de cientistas, não caramelos como eu.
    Essa influencia negativa do ser humano sobre o ambiente vem de várias campos: poluição industrial, destruição de florestas (Amazónia por exemplo) e transportes - em que o uso de um automóvel pessoal também fará parte, mas duvido que seja um valor tão representativo quanto o pintam. Há outros campos mais influentes, mas para variar e distrair o povo, há sempre que haver alguém para arcar com todas as culpas e distrair dos principais problemas, e no caso do ambiente é o automóvel e não as centrais térmicas por exemplo.
    Um pouco como o Sr. Seguro estar sempre ao ataque para não ter que admitir que ele e o seu partido tiveram muito a haver com os sarilhos que temos neste momento.

  • Turbo-lento says:
    5 de outubro de 2013 às 23:35

    2) validade de um automóvel - todos os dias você, eu e muitos outros gastam dinheiro em algo que tem validade: comida. Todos os produtos alimentares que compramos no supermercado (com a exceção do vinho) tem uma data de validade. Porque? Porque ao fim desse período o dito produto pode saber mal ou simplesmente matar-nos. Um automóvel tem milhares de peças e não foi feito para durar tanto tempo. Então porque não um tempo de vida limitado? Sim, muitos como os Mercedes 190 ainda andam por aí enquanto os Renault Fuego não. Mas a verdade é que muitos deles já não estão em condições para assegurar a segurança, quer dos seus passageiros quer das pessoas com que se cruzam. Além das questões ambientais. E sabe que mais? Há existir esta "data de validade automóvel" os usados valiam mais dinheiro e durante mais tempo, até se aproximarem "da data" claro. Os automóveis novos teriam que ser montados localmente para evitar o custo ambiental de os trazer do outro lado do mundo. E aposto que se os automóveis fossem fabricados para um tempo de vida definido, provavelmente custariam menos ao consumidor e geravam mais emprego.

    Fala também de liberdades fundamentais...estamos a falar de automóveis, não de liberdade de expressão ou escravatura. Com a crescente pressão sobre o automóvel e o seu proprietário, no futuro o mais certo é pagar para usar um automóvel e não pela propriedade do mesmo que cada vez mais se torna insuportável. É por isso que vê-mos cada vez mais sistemas de car-sharing a surgirem por toda a europa e vários construtores (BMW, Mercedes, Renault) montaram os seus próprios sistemas. Seja um aluguer de longa duração, seja um cartão de quilómetros em que vamos apanhar um automóvel e pagamos pelos quilómetros.

    E não se preocupe que os governos têm outras formas de tirar estes automóveis da estrada sem ser "tirar o automóvel à pessoa", simplesmente proibir que circule dentro de vilas ou cidades, ou aumentar as exigências de inspeções técnicas, por exemplo.

    E já que teve o "bom-gosto" de meter o meu Twizy e a mim ao barulho (na provável esperança de uma resposta mais esquentada - é preciso mais para me tirar do sério, ver a minha esposa para detalhes) permita-me responder: o meu Twizy não lhe custou nada uma vez que apenas é recarregado numa tomada de 220 volts normal e não naqueles pontos de carga rápida que sugere. O "brinquedo" é o veiculo que mais usamos em minha casa e o gasóleo de 1 mês agora dá para 3 meses. E uma novidade de ultima hora: no outro dia um senhor ofereceu pagar-me o valor da mensalidade da bateria (50 euros) todos os meses por troca de eu colocar publicidade "no brinquedo". Por tanto, não lhe custou nada e a mim agora custa menos.

    E o problema com a rede de carregadores rápidos é que foram instalados para puxar pela fábrica de baterias que a Nissan iria instalar em Portugal na altura de Sócrates e depois mudou de ideias quando a crise explodiu graças (novamente) a Sócrates. E por isso foi dinheiro mal gasto porque não havia qualquer plano e é possível fazer sentido dos atuais automóveis elétricos como a Noruega já prova e a Holanda e Dinamarca já preparam para replicar. Ver http://www.4rodas1volante.com/2013/04/nissan-leaf-faz-sucesso-na-noruega.html

    E está chateado comigo e com os proprietários de automóveis elétricos porque? Recomendo o senhor Sócrates para esse efeito - infelizmente o pais tem memória curta e já se esqueceu do que ele fez...

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:52

    Adoro uma boa discussão! Contasse eu com resposta e teria voltado mais cedo.


    «Tanto para responder, portanto vamos por partes:
    1) Aquecimento global: sabia que já houveram estudos que provavam que o açúcar ajuda a perder peso? Que sulfatar crianças com DDT (um pesticida) tinha efeitos positivos? E até nos anos 90, que o tabaco não fazia mal nenhum.»


    Sim...


    « Sempre houveram estudos para tudo»

    Sem dúvida e uma coisa que o passar dos anos sempre trouxe foi a certeza de quais os estudos estavam certos e quais estavam errados (nomeadamente os que... nomeia).

    Com o passar dos próximos anos igualmente veremos se são os estudos que defendem que vem aí o aquecimento global (doravante escrito como A.G.) e ainda por cima de origem antropogénica ou se são os estudos que apontam o oposto que vingarão.

    Pessoalmente, espero e é decididamente melhor para a humanidade que o aquecimento global defendido pela aparente maioria seja mesmo verdade, que esteja mesmo a acontecer e que a concentração de CO2 esteja mesmo a aumentar na atmosfera nas proporções que dizem estar pois tal significaria que a humanidade continuaria o seu caminho em direcção à prosperidade como o tem feito até agora. O oposto seria muito pior. (Curiosidade: a expansão do império romano ocorreu numa altura em que a temperatura era mais alta do que a actual.)
    Um eventual arrefecimento global é o pior que podia acontecer à humanidade neste momento em que já somos mais de 7 mil milhões e se acompanhado de um abaixamento das concentrações de CO2 na atmosfera então ainda pior seria pois a produção vegetal (alimentos incluídos) sofreria um um duplo rude golpe: o do frio e o da falta de alimento para a vegetação que é o que o CO2 é.

    Suponho que saiba, pois foi notícia em tudo o que é telejornal ou noticiário, que a concentração de CO2 na atmosfera atingiu as 400 partes por milhão. Mas sabia que esta concentração foi detectada num observatório (o “Mauna Loa Observatory”) situado na encosta de um vulcão activo do Havai?
    É interessante saber que este observatório situa-se a mais de 3300 metros de altitude (onde a pressão atmosférica (concentração de gases) é consideravelmente menor que ao nível do mar) no flanco norte do maior dos cinco vulcões da Ilha do Havai e que o vulcão se encontra activo. Este facto crucial não me lembro eu de o ouvir nos telejornais! Só soube dele quando pesquisei por mais pormenores na Net.
    Pois este observatório foi construído nesta localização, dizem eles, porque fica longe o suficiente dos continentes de modo a não ser afectado pelo CO2 libertado pelas indústrias, com o objectivo de medir a libertação de CO2 do oceano Pacifico mas o que eu gostaria de saber é se conseguem garantir que este observatório não seja afectado pelo CO2 libertado pelo próprio vulcão onde se situa uma vez que, volto a repetir, este vulcão se encontra activo.

    A concentração de CO2 na atmosfera não tem qualquer influência na temperatura do planeta, bem pelo contrário, é a concentração do CO2 que depende da temperatura... dos oceanos: 800 a 1000 anos depois de a temperatura dos oceanos aumentar começa então a aumentar a concentração de CO2 na atmosfera. São os oceanos que libertam a esmagadora maioria do CO2 presente na atmosfera, depois temos a actividade vulcânica, pântanos, etc.
    Há que ler e reler este último parágrafo pois a informação lá contida é de extrema importância porque nos diz de onde vem o aumento da concentração de CO2 medido actualmente na atmosfera.
    Caso ainda não se tenha apercebido, o actual aumento de CO2 na atmosfera é consequência do período medieval quente
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Paleoclimatologia#Per.C3.ADodo_Quente_Medieval
    que, obviamente, também aumentou a temperatura dos oceanos. Período este que foi de grande prosperidade e de explosão demográfica.
    [1/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:53

    (continuação...)

    Mais curiosidades:
    - O aumento das temperaturas não aumenta necessariamente o tamanho dos desertos pois com o aumento da temperatura aumenta a humidade presente no ar o que por sua vez aumenta a quantidade de nuvens e de chuvas.
    O melhor exemplo será talvez o local onde actualmente se situa o deserto do Sara (“Sahara”) devido à variação cíclica da inclinação do eixo da Terra. Antes do aparecimento da grande civilização egípcia este local recebia maior quantidade de radiação solar do que recebe actualmente e no entanto era um local com vastas savanas, era atravessado por rios e tinha também locais com vegetação luxuriante e até monções frequentes.
    - Os fenómenos El Niño e El Niña que são fenómenos locais conseguem influenciar o clima em todo o mundo.


    « - mas a internet tornou o mundo mais pequeno e com a partilha de dados e ideias veio uma maior discussão e consenso sobre o que é verdade ou não.»

    Aqui discordo num único ponto: sem dúvida que a Net tornou o mundo mais pequeno e que a partilha de dados e ideias possibilitou uma maior discussão mas... foi com esta maior discussão que o consenso desapareceu (se é que alguma vez existiu).

    É graças a todas estas coisas boas que a Net possibilita que eu já pude ler muitos textos (muitas e muitas horas passei eu a ler sobre assuntos relacionados com o alegado A.G. que de outra modo não teria acesso) que me mostraram um outro ponto de vista que, na minha opinião, faz muito mais sentido do que a corrente de pensamento dominante que, agora, me parece cheia de falhas.
    E digo “agora” porque também eu já fiz parte dessa maioria de pessoas onde o Turbo-lento ainda se insere. Mas fiz parte só enquanto deixei que essas notícias chegassem passivamente até mim porque quando passei a ir activamente em busca de mais esclarecimentos sobre o que lia, via ou ouvia nos vários noticiários acerca do assunto rapidamente se fez luz e mudei de opinião que passou a ser a minha opinião em vez da opinião de terceiros que me era atirada para cima e que eu simplesmente absorvia.


    « E na ultima reunião magna sobre o tema,»

    O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) foi divulgado dia 27 de Setembro.

    http://fakeclimate.wordpress.com/2013/09/29/1688/#more-1688


    « aparentemente, 95% dos cientistas sobre o clima a nível mundial concordam que existe tal coisa chamada aquecimento global e que o homem é o maior responsável. 95% parece um grande consenso»

    95%... Mas sabe quem diz que esse valor é de 95% de cientistas apoiantes? É o IPCC, um dos maiores acérrimos defensores da teoria do A.G. de origem antropogénica. Curiosamente, este órgão da ONU é provavelmente o que mais debandada de cientistas teve desde a sua criação.

    Confia assim tão cegamente numa das partes (IPCC e outros semelhantes) sem saber exactamente o que defende ou porque o defende e, pior ainda, sem saber o que a outra parte (os cépticos) defende ou as razões que leva a que defenda o que defende?
    Já pesquisou sobre o assunto? Ou, como a esmagadora maioria das pessoas onde também eu já estive incluído, limita-se a ouvir o que passa na televisão?

    Caso queira, para poder dizer que percebe a argumentação de ambos os lados, pode começar a sua leitura aqui:

    http://ecotretas.blogspot.pt/
    que, apesar de estar sem contribuições há mais de um ano, continua a ser actual.

    http://fakeclimate.wordpress.com/

    http://terrorismoclimatico.blogspot.pt/

    http://sandcarioca.wordpress.com/
    muito completo mas da autoria de um italiano que ainda está a aprender português (razão pela qual os seus textos são um pouco confusos no que se refere à gramática)

    http://espectadorinteressado.blogspot.pt/search/label/Ambiente

    http://luzligada.blogspot.pt/

    http://wattsupwiththat.com/

    http://notrickszone.com/
    notícias da Alemanha em Inglês
    [2/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:54

    (continuação...)

    Todos estes blogues ou “sites” da autoria de cépticos cujos textos são tão desprezados pelos meios de comunicação e autoridades em geral têm o benefício de terem os seus argumentos fundamentados com “links” para “sites” noticiosos, de terem gráficos e tabelas igualmente resultantes de estudos científicos, etc.

    Ou então, se neste momento não tiver muita paciência para leituras (como eu que por vezes também não tenho), por que não ouvir o que estes cientistas brasileiros têm para dizer:

    Palestra do Dr. Prof. Ricardo Augusto Felicio - 2011 Universidade de São Paulo
    http://www.youtube.com/watch?v=oJTNJBZxX6E&feature=player_embedded

    biografia de Ricardo Augusto Felicio
    http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4769802H5


    Aquecimento Global...(Luiz Carlos Molion - Canal Livre Band)
    http://www.youtube.com/watch?v=VW_r-NGfLAg

    Luiz Molion: “O CO2 não controla o clima global”
    http://www.horadopovo.com.br/2010/janeiro/2830-15-01-2010/P4/pag4a.htm

    biografia de Luiz Carlos Molion:
    http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4781589E7

    Muitos outros vídeos se podem encontrar no youtube com entrevistas a estes cientistas!


    Ou ainda em inglês:
    Talvez o mais famoso documentário - “The great global warming swindle”
    http://www.youtube.com/watch?v=tpvpiBiuki4

    ainda mais vídeos
    http://www.populartechnology.net/2008/01/censored-global-warming-videos.html


    « - e estamos a falar de cientistas, não caramelos como eu. »

    … ou como eu.

    Mas estamos a falar também de cientistas que ganham a vida a fazer exactamente isso, a fazer estudos que comprovem o A.G. e que dão a humanidade como a maior culpada com o objectivo de nos influenciar com cenários catastrofistas. Lembra-se de algum cenário por eles avançado que não seja catastrofista?
    Parece-lhe demasiada desconfiança ou cinismo da minha parte?
    Bem... já reflectiu nas quantidades astronómicas de dinheiro envolvido em toda esta questão do A.G. nomeadamente com a imposição dos créditos de carbono? (já abordei esta questão em pelo menos um comentário anterior)
    Ou tão simplesmente as muitas centenas de milhões de dólares atribuídos anualmente a estes cientistas para fazerem os seus estudos?

    Sabia que é incomparavelmente mais fácil para um cientista conseguir um subsídio se na sua proposta de trabalho de investigação incluir um qualquer assunto relacionado com o A.G. do que se pretender investigar algo que seja contrário ou que eventualmente entre em conflito com a ideia de A.G.?

    Esta ideia do A.G. está tão enraizada em tantas pessoas que tem o vício de censurar a investigação ao serem negados subsídios para trabalhos de investigação perfeitamente legítimos apenas porque quem está responsável por atribuir tais subsídios está já predisposto a atribuí-los com base no "se não concordas com a corrente dominante então não mereces qualquer subsídio pois tal seria um desperdício de dinheiro" como se este tipo de atitude fosse razoável.

    Já reparou que os argumentos do Turbo-lento resumem-se aos alegados 95% de cientistas apoiantes e... de se tratarem de cientistas? Cientistas há-os de ambos os lados da questão!
    E já reparou na enorme quantidade de argumentos contra este alegado A.G. que lhe tenho transmitido nos meus comentários ao longo dos últimos meses?


    «Essa influencia negativa do ser humano sobre o ambiente vem de várias campos: poluição industrial, destruição de florestas (Amazónia por exemplo)»

    Sabe aquela ideia há muito difundida de que a Amazónia é o pulmão do mundo?

    Pois tal não podia estar mais longe da verdade, facto que é surpreendente para muitas pessoas até ficarem a saber que o verdadeiro “pulmão” do mundo é o fitoplâncton que flutua pelos oceanos e que se estima ser responsável por 98% da produção mundial de oxigénio.
    [3/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:55

    (continuação...)

    O ser humano sempre teve uma influência negativa sobre o ambiente como muito bem refere mas também sobre si mesmo.

    Por exemplo, a produção de óleo de colza utilizado no biodiesel ocupa já 13% da área de cultivo na Índia.
    Esta enorme área de cultivo e outras em outras partes do mundo tiveram origem ou no abate de florestas ou na substituição do cultivo de alimentos pelo cultivo de produtos com vista à produção de biodiesel: óleo de colza, óleo de palma, óleo de girassol, óleo de soja... ou com vista à produção de bioetanol : milho, beterraba, cana-de-açúcar...


    « e transportes - em que o uso de um automóvel pessoal também fará parte, mas duvido que seja um valor tão representativo quanto o pintam.»

    A partir do momento em que introduziram a obrigatoriedade do gasóleo ter uma determinada percentagem de biodiesel aumentaram exponencialmente as causas dos problemas ambientais relativos aos veículos automóveis. Aos que funcionam com motores a gasóleo, evidentemente. Mas aumentaram-nos também a todo o tipo veículos terrestres ou aquáticos ou ainda máquinas industriais que funcionem com este tipo de motor.
    Como se a adição de biodiesel ao gasóleo não fosse já má em tantos aspectos... ainda querem fazer o mesmo com a gasolina!

    « Há outros campos mais influentes, mas para variar e distrair o povo, há sempre que haver alguém para arcar com todas as culpas e distrair dos principais problemas, e no caso do ambiente é o automóvel e não as centrais térmicas por exemplo.»

    Bem pior que qualquer central térmica temos a produção eólica que nos foi impingida e que estamos a pagar bem caro todos os meses (o que nos levaria ainda a uma outra discussão, por sinal também bastante extensa).


    «Um pouco como o Sr. Seguro estar sempre ao ataque para não ter que admitir que ele e o seu partido tiveram muito a haver com os sarilhos que temos neste momento.»

    Como o facto de termos em Portugal excesso de produção de energia eléctrica que nas horas de vazio exportamos a custo zero para Espanha.


    «Turbo-lento says:
    5 de Outubro de 2013 às 23:35

    2) validade de um automóvel - todos os dias você, eu e muitos outros gastam dinheiro em algo que tem validade: comida. Todos os produtos alimentares que compramos no supermercado (com a exceção do vinho) tem uma data de validade. Porque? Porque ao fim desse período o dito produto pode saber mal ou simplesmente matar-nos.»


    Ora aí está, respondeu contra a sua própria argumentação de modo exemplar: os produtos alimentares têm prazo de validade porque são perecíveis.


    « Um automóvel tem milhares de peças e não foi feito para durar tanto tempo. Então porque não um tempo de vida limitado?»

    Um automóvel não é um produto perecível, logo, não é sequer comparável a produtos alimentares.

    E, ao contrário do que diz, um automóvel desde que bem tratado (condução minimamente cuidada e manutenção regular) pode mesmo durar muito tempo por mais milhares de peças que tenha. Se, por acaso, o Turbo-lento não tem tratado bem dos automóveis que já lhe passaram pelas mãos... isso já é outra história!
    Há muitos automóveis que duram 200.000, 300.000 Kms até mudarem de dono estando ainda em estado bastante razoável quando tal acontece.

    Por essa sua lógica de pensamento o que fazer então aos prédios (sim, prédios) que não cumprem os mais recentes requisitos legais para as novas construções? Vamos proibi-los de ocupar os terrenos onde estão implantados? Passados 20 anos vêm abaixo porque há prédios novos e melhores? Ou somos razoáveis e fazemos pequenas obras de melhoria de modo a colmatar algumas falhas?


    « Sim, muitos como os Mercedes 190 ainda andam por aí enquanto os Renault Fuego não.»

    Imediatamente me veio o seguinte pensamento: “O que seria de Cuba se tal estado autoritário tivesse aplicado semelhante medida à defendida por si?”
    [4/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:56

    (continuação...)

    Não é por o Turbo-lento estar razoavelmente bem de vida (suposição razoável de se fazer) que passa a ter automaticamente o direito de decidir o que os mais desprivilegiados podem ter ou deixar de ter. (Remeto-o para a 2.ª parte do meu primeiro comentário nesta página.)

    E afinal até o Turbo-lento admite que há automóveis que aguentam bem o peso da idade.


    « Mas a verdade é que muitos deles já não estão em condições para assegurar a segurança, quer dos seus passageiros quer das pessoas com que se cruzam.»

    Para isso existem as inspecções periódicas. Se eventualmente considerar que não são rigorosas o suficiente então sugiro que se debata por maior rigor nas inspecções!
    Não descarregue é essa sua frustração nos donos de carros com mais de 20 anos que se os têm e andam neles é porque precisam deles tal como o Turbo-lento precisa do seu.

    Não se esqueça que até em automóveis com poucos anos é possível detectar (nas inspecções automóveis, por exemplo) graves problemas que comprometem a segurança “quer dos seus passageiros quer das pessoas com que se cruzam”. Um bom exemplo são as travagens deficientes que podem resultar dos mais variados problemas que por vezes aparecerem nos sistemas de travagem de automóveis relativamente novos.
    O comprometimento da segurança está longe de ser um exclusivo dos veículos automóveis com mais de 20 anos.


    « Além das questões ambientais.»

    O Turbo-lento sabe bem que há diferentes métodos de resolver essas “questões ambientais” num veículo já com alguns anos que não seja mandá-lo para a sucata. Eu mesmo já enumerei aqui neste seu espaço alguns desses métodos.


    « E sabe que mais? Há existir esta "data de validade automóvel" os usados valiam mais dinheiro e durante mais tempo, até se aproximarem "da data" claro.»

    Tem a certeza que os usados valeriam mais... e durante mais tempo? É que não só defende que valeriam mais como valeriam mais durante mais tempo!

    Quem no seu juízo perfeito pagaria ainda mais por um carrito usado sabendo que daí por algum tempo, daí por alguns anos (mal atingisse os 20 anos), valeria ZERO pois, independentemente do bom ou do mau estado em que estivesse, passaria automaticamente a ser sucata.
    De acordo com uma imposição dessas um automóvel que não possa andar na estrada não serve para nada, é sucata.

    O turbo-lento também defendeu que, com mais de 20 anos, só os clássicos é que poderiam ser permitidos a circular nas estradas mas só uns x Kms.
    Diga: se atingidos os 20 anos todos os carros seriam sucata... como distinguir de entre todas estas sucatas os futuros automóveis clássicos? Quem decidiria tal coisa? O Turbo-lento?


    « Os automóveis novos teriam que ser montados localmente para evitar o custo ambiental de os trazer do outro lado do mundo.»

    A ser essa outra imposição do Turbo-lento rapidamente nos veríamos na situação de quase todos os donos de automóveis aguentarem com o seu veículo durante muitos mais anos e muitos a ficarem sem o seu meio de transporte quando este atingisse os 20 anos.
    E a razão de tal é que sabendo-se que qualquer construção de uma nova fábrica é extremamente dispendiosa, que marca se aventuraria a construir nova fábrica para um mercado tão pequeno como o nosso (se até o mercado Europeu já é pequeno para algumas marcas!)?

    E mesmo que houvesse alguma marca disposta a gastar uma imensidão de dinheiro numa nova fábrica para satisfazer tal imposição e poder vender automóveis num mercado tão pequeno... para que essa marca tivesse um mínimo de lucro teria de haver agressivas reduções de custo como, de certo, o Turbo-lento se está a esquecer. Olhe para o Brasil e o que lá se passa. E o mercado brasileiro é enorme quando comparado com o nosso.

    Carros produzidos no Brasil são "mortais", segundo agência (13/05/2013)
    http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/carros-brasileiros-sao-chamados-de-mortais-por-agencia
    [5/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:57

    (continuação...)

    Aliás, o custo ambiental (como diz) de os trazer do outro lado do mundo reduz-se a cada ano que passa. A optimização das rotas marítimas e os grandes navios porta-contentores estarem cada vez maiores e mais eficientes reduzem o custo do transporte de qualquer carga. E, em 2014, com o alargamento do canal do Panamá concluído, mais uma rota se abrirá aos grandes navios porta-contentores o que poderá baixar ainda mais o custo do transporte de mercadorias (automóveis incluídos).


    « E aposto que se os automóveis fossem fabricados para um tempo de vida definido, provavelmente custariam menos ao consumidor»

    Só seria possível custarem menos com uma redução agressiva de custos. Mais uma vez aplica-se o infeliz exemplo do Brasil.

    Se o Turbo-lento realmente quer automóveis mais baratos à saída do fabricante então lute CONTRA esta política ambiental fundamentada na luta contra o CO2 e matará vários coelhos com uma só cajadada.
    Não só os automóveis ficariam mais baratos como também ficaria mais barato todo e qualquer outro produto que de algum modo dependa da produção de CO2 para ser produzido ou utilizado ao serem eliminados inúmeros impostos e ecotaxas recentemente inventados e directamente relacionados com a produção de CO2 que só acrescentam encargos à economia prejudicando enormemente a competitividade.

    E se realmente quiser uma utilização mais barata dos automóveis então lute também CONTRA os chamados biocombustíveis (que de “bio” só têm o facto de serem produzidos a partir de plantas pois de ecológicos não têm nada) que não só irão continuar a encarecer os respectivos combustíveis

    Biodiesel encarece gasóleo em 260 milhões/ano (20/06/2012)
    http://www.tvi24.iol.pt/economiaeconomia/gasoleo-biodiesel-combustiveis-precos-iva-agencia-financeira/1356475-1730.html

    Meta de biocombustíveis vai tornar a gasolina portuguesa mais cara a partir de 2014 (09/04/2013)
    http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/meta-biocombustiveis-vai-tornar-gasolina-portuguesa-mais-cara-partir-2014

    como irão continuar a contribuir directamente para o abate de florestas para criação de novos campos agrícolas e substituição de culturas agrícolas já existentes pelo cultivo de produtos com vista à produção de biocombustíveis que deste modo ainda têm o infortúnio de aumentar o preço dos alimentos em todo o mundo, empobrecer ainda mais vastas populações de vários países que vêem assim o seu acesso à comida diminuir por esta se tornar mais escassa, menos variada e mais cara.

    Outro factor que tem contribuído para o agravamento do preço dos automóveis fabricados em Portugal (e para o agravamento do preço de inúmeros outros produtos produzidos em Portugal e de ainda mais que apenas passam por Portugal em direcção a outros destinos) prejudicando enormemente a competitividade actual e futura é o enorme atraso que temos em relação a Espanha na construção das linhas férreas de alta velocidade (e) em bitola europeia que ligaria os portos portugueses ao resto da Europa.
    Portos de grande importância para Portugal como o de Sines, já não significam nada quando comparados com os portos de Algeciras, Cadiz e Huelva de Espanha que neste momento já estão interligados entre si em linhas de bitola europeia de alta velocidade a Madrid e ao resto da Europa retirando por completo qualquer protagonismo que os portos portugueses (com a sua localização atlântica privilegiada) poderiam ter no transporte de mercadorias oriundas de todo o mundo em direcção à Europa nomeadamente pelo novo canal alargado do Panamá que abrirá em 2014.
    Mas ,infelizmente, toda a histeria anti “TGV”, ou melhor, anti alta velocidade só nos está a prejudicar a todos e as consequências disso irão durar muitos e muitos anos.
    [6/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:58

    (continuação...)

    Caro Turbo-lento, quer diminuir o custo dos automóveis ao consumidor? Como vê, tem muito por onde escolher e ao fazê-lo irá estar a lutar simultaneamente pela diminuição de custos de muitos outros produtos e também pelo bem-estar de muitas populações pois neste mundo em que vivemos... está tudo interligado.


    « e geravam mais emprego.»

    Durante quanto tempo? Até os incentivos do estado se acabarem?


    «Fala também de liberdades fundamentais...estamos a falar de automóveis, não de liberdade de expressão ou escravatura.»

    Estamos a falar da liberdade de se ter propriedade privada!
    Que direito à propriedade privada é esse que acaba quando o bem perfaz 20 anos?

    ,,,,,,,,,,,,,,,,
    Quando uma liberdade é posta em causa e a população aceita... outras liberdades se seguirão.
    ”””””””””

    Temos, infelizmente, muitos exemplos de liberdades postas em causa ou até (temporariamente) abolidas um pouco por todo o mundo e é desses exemplos que trata o artigo que indiquei e que relembro aqui:
    http://www.espacoacademico.com.br/065/65lima.htm


    « Com a crescente pressão sobre o automóvel e o seu proprietário, no futuro o mais certo é pagar para usar um automóvel e não pela propriedade do mesmo»

    Esse modelo de negócio já existe há muitos e muitos anos com os alugueres de longa duração.
    Por outro lado, quem tem automóvel actualmente também já paga para o usar nos muitos impostos que paga e que se os não pagar fica sujeito a multa ou até a ser impedido de o conduzir.

    « que cada vez mais se torna insuportável.»

    A péssima ideia dos 20 anos do Turbo-lento, no mínimo, seria um valente empurrão em direcção a essa insuportabilidade de se possuir um automóvel e as vendas cairiam a pique tanto de novos como de usados.

    Pessoas que não têm dinheiro para comprar um automóvel novo porque que razão iriam comprar um usado se, no entender do Turbo-lento, passaria a valer «mais dinheiro e durante mais tempo, até se aproximarem "da data" claro» quando já sabem de ante-mão o que os espera (o limite dos 20 anos)? Seria o mesmo que torrar dinheiro!

    Supondo que tal ideia fosse mesmo posta em prática, não só cá mas um pouco por todo o mundo... quanto tempo acha que demoraria até a esmagadora maioria das marcas de automóveis ir à falência deixando no desemprego muitos milhões de pessoas por eliminação tanto de postos de trabalho directos como indirectos?

    « É por isso que vê-mos cada vez mais sistemas de car-sharing a surgirem por toda a europa e vários construtores (BMW, Mercedes, Renault) montaram os seus próprios sistemas. Seja um aluguer de longa duração,»

    Ora aí está o já velhinho aluguer de longa duração. Não é novidade nenhuma.


    « seja um cartão de quilómetros em que vamos apanhar um automóvel e pagamos pelos quilómetros.»

    … e também o velhinho aluguer de curta duração... agora propiciado por novas tecnologias como um simples cartão de quilómetros. Falta saber se ficará mais barato e/ou mais conveniente do que um táxi.


    «E não se preocupe que os governos têm outras formas de tirar estes automóveis da estrada sem ser "tirar o automóvel à pessoa", simplesmente proibir que circule dentro de vilas ou cidades,»

    Os governos, sejam locais ou nacionais, têm sempre muitas formas de fazerem o que querem (ou pelo menos de tentarem) mas para isso existe todo um processo democrático que nos permite ter voz.


    « ou aumentar as exigências de inspeções técnicas, por exemplo.»

    Óptimo, mas não se esqueça de a isso juntar outras habituais reivindicações: uma verdadeira consciencialização e controlo muito mais apertado sobre quem bebe álcool e conduz (por pouco que beba), sobre quem utiliza telemóveis enquanto conduz, sobre quem permite crianças nos bancos da frente e/ou com os cintos de segurança mal colocados, sobre quem insista em ter uma condução perigosa seja por excesso de velocidade seja por constantes manobras perigosas, etc..
    [7/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 12:59

    (continuação...)

    «E já que teve o "bom-gosto" de meter o meu Twizy e a mim ao barulho (na provável esperança de uma resposta mais esquentada - é preciso mais para me tirar do sério, ver a minha esposa para detalhes)»

    Nunca foi minha intenção tirá-lo do sério. Limitei-me a tentar mostrar-lhe que, como qualquer pessoa (eu incluído), também o Turbo-lento tem telhados de vidro.

    Se voltar a ler essa parte onde incluí o seu Twizy como exemplo de automóvel eléctrico poderá verificar que apenas o fiz como contra-argumento à sua ideia absurda dos 20 anos.


    «permita-me responder:»

    Faça favor.


    « o meu Twizy não lhe custou nada uma vez que apenas é recarregado numa tomada de 220 volts normal e não naqueles pontos de carga rápida que sugere. O "brinquedo" é o veiculo que mais usamos em minha casa e o gasóleo de 1 mês agora dá para 3 meses.»

    Mais uma vez o Turbo-lento parece ter-se esquecido dos subsídios dados aos fabricantes (sejam eles de peças ou do produto final) pelos governos de vários países e até aos compradores desse tipo de automóveis ou ainda dos benefícios fiscais.
    De onde saem afinal os subsídios? Dos impostos cobrados aos contribuintes. Eu sou contribuinte.

    O Turbo-lento pode nem ter recebido qualquer subsídio do estado quando comprou o seu automóvel eléctrico mas já outras pessoas o receberam. De qualquer forma, esse tipo de veículos, como bem sabe, já recebeu muito subsidiozinho...


    «E uma novidade de ultima hora: no outro dia um senhor ofereceu pagar-me o valor da mensalidade da bateria (50 euros) todos os meses por troca de eu colocar publicidade "no brinquedo"»

    Na minha opinião, ofereceram-lhe uma ninharia mas sempre é uma ajuda para as despesas...
    Claro que também depende do tamanho da publicidade.

    «. Por tanto, não lhe custou nada e a mim agora custa menos.»

    Expliquei pouco mais acima o como já me custou algo a mim e a outros que podem nem ter qualquer veículo automóvel.


    «E o problema com a rede de carregadores rápidos é que foram instalados para puxar pela fábrica de baterias que a Nissan iria instalar em Portugal na altura de Sócrates e depois mudou de ideias quando a crise explodiu graças (novamente) a Sócrates. E por isso foi dinheiro mal gasto porque não havia qualquer plano e é possível fazer sentido dos atuais automóveis elétricos como a Noruega já prova e a Holanda e Dinamarca já preparam para replicar. Ver http://www.4rodas1volante.com/2013/04/nissan-leaf-faz-sucesso-na-noruega.html
    »


    Ou seja, o exemplo português apesar de ser um desastre cá correu bem lá, aos Noruegueses, e possivelmente até correrá bem aos Holandeses e Dinamarqueses.
    Portugal, decididamente, não é comparável a qualquer um desses países.
    [8/9](continua...)


    Humberto

  • Anónimo says:
    13 de outubro de 2013 às 13:00

    (continuação...)

    «E está chateado comigo e com os proprietários de automóveis elétricos porque? Recomendo o senhor Sócrates para esse efeito - infelizmente o pais tem memória curta e já se esqueceu do que ele fez...»

    Não, também eu não esqueci o que esse senhor fez nem esqueci o que outros senhores fizeram ao apoiá-lo activamente ou a simplesmente ficarem calados no seu cantinho como ratinhos amedrontados permitindo que fizesse o que fez e que agora andam por aí a fazerem-se de gente grande ou até de salvadores da pátria.

    Mas se pensa que estou chateado consigo então não percebeu a intenção do que escrevi. Se realmente pensa que estou chateado consigo então devo estar tão chateado consigo como o Turbo-lento está chateado com os proprietários de automóveis com mais de 20 anos. Está o Turbo-lento chateado com os proprietários de automóveis com mais de 20 anos?

    Não, nunca estive chateado consigo nem estou chateado consigo neste momento. Nada disso. Repito: apenas utilizei o exemplo do seu Twizy enquanto veículo eléctrico como contra-argumento à sua ideia dos 20 anos.

    Infelizmente, ler textos na Net que nos sejam dirigidos tem destas coisas... ao não vermos a cara do nosso interlocutor não vemos se está zangado ou se está bem disposto e temos quase inevitavelmente tendência a ficarmos com a impressão errada.


    Não confunda o estilo de argumentação com o estado de espírito e... um bem-haja para si

    Humberto

    [9/9, Fim ]

  • Turbo-lento says:
    13 de novembro de 2013 às 11:59

    Não vou debater estudos - mas se há algo que aprecio no verdadeiro processo cientifico é que é longo, demorado e tortuoso de experiencia e resultados e não é apenas opinar. O que vejo em comum com todas as vozes que se opõem ao aquecimento global é que há outros factores que afetam o afetam o ambiente além do fator humano.
    Mas sobre dados brutos creio que não há grande discussão possivel: a concentração de CO2 passou 304ppm e cresce a um ritmo incrivel, a popuplação mundial passou no tempo de vida dos nossos pais de 3 mil milhões a 7 mil milhões, o nivel de água dos oceanos subiu e aqueceu, o ano de 2012 foi o mais quente desde que há registos e se olharmos para o mais recente furacão que atingiu as FIlipinas há cada vez mais eventos climáticos extremos.
    Fala do tal aquecimento que houve na altura da Roma medieval - foi provado que esse aquecimento foi apenas na Europa não global; falam da actividade vulcanica quando já foi provado que apenas actividade vulcanica localizada junto ao equador tem efeito sobre o aquecimento global e os ciclos solares a mesma coisa.
    Mas sabe a parte que mais me chateia em tudo isto e nesta discussão futil? É que se tomarmos medidas agora para reduzir o CO2 e aquecimento global e eu (e 95% dos cientistas do tema) estivermos errados não se perde nada. Mas se voce estiver errado e nada for feito sabemos o que acontece.