Renault e Nissan anunciam construção modular

Quando a Volkswagen entrou com a plataforma modular MQB disse que a palavra "modularidade" iria ser a palavra-chave na tecnologia automovel - pouco depois surgiu a Toyota com a “Toyota New Global Architecture” (TNGA), a Peugeot-Citroen com a EMP2 e agora temos a "Common Module Family" (ou CMF) da Renault e Nissan. Este sistema modular ira servir de base ao automoveis das marcas e é baseada na montagem/combinação de 5 módulos compativeis das seguintes "familias": compartimento do motor, compartimento de passageiros, sub-chassis dianteiro, sub-chassis traseiro e arquitectura electrica\electronica.
 
Actualmente a Renault e Nissan partilham plataformas técnicas de vários modelos e fazem-no há muito tempo (o Juke é um Clio, o Qasqhai é um Megane, etc), este sistema CMF pode ser usado para criar quer um citadino a um SUV.
 
Notem que eu referi modularidade e não plataforma porque tecnicamente falando isto é mais uma especie de kit que se monta e que cria a plataforma.
 
Para os que querem saber onde fica este sistema no universo da modulabildiade automovel...é complicado. É que enquanto a VW tem um sistema modular por segmento (MQB, MQS, etc), o CMF cobre (para já) 5 segmentos diferentes, logo várias plataformas. Parece ser mais vasto que o sistema da VW mas mais limitado em termos de variedade.
 
A Nissan/Renault esperam uma redução de custo na compra de componentes de 20 a 30% e de 30 a 40% na engenharia do produto e processo (criar o produto e a linha de montagem). Em poucas palavras, alguns componentes e desenvolvimento do automovel vão custar menos (o número certo parece ser 30% menos). Com este sistema, a Renault e Nissan reduzem o número de fornecedores e até 2020 50% dos componentes vão ser comuns entre os fabricantes.
 
Este sistema de módulos significa que os fornecedores entregam nas fábricas componentes grandes constituidos por outros mais pequenos ou entregrarem os módulos já completos sendo apenas necessário "juntá-los".
 
Mas mudar uma arquitectura significa actualizar ou construir novas fábricas, mas no caso da CMF a Nissan/Renault diz que a CMF utiliza o AIMS (Alliance Integrated Manufacturing System ou Sistema de Produção Integrada da Aliança) que permite que o mesmo produto seja produzido em diferentes fábricas ou muitos produtos sejam produzidos na mesma linha/fábrica. Ou seja, já não preciso dedicar fábricas inteiras a um determinado modelo, basta que a fábrica seja dedicada à arquitectura do kit de módulos - padronização do processor de fabrico em todas as fábricas da aliança em todo o mundo.
 
A Renault já tem previstos 11 modelos para esta plataforma, com o primeiro a ser o substituto da Espace (2014) seguida pelos proximos Scenic e Laguna. A Nissan para já só planeia 3 até 2020 com os primeiros a serem o próximos Qashqai e X-Trail (ainda em 2013). Começam pelos compactos e superiores, os sub-compactos devem receber este sistema em 2015 e os citadinos em 2016.

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