Renault ZOE apresentado em Genebra

Para mim, o automóvel eléctrico que mais chances tem de massificar o eléctrico - a fraca autonomia condena o eléctrico as cidades algo que o Renault ZOE consegue com um preço interessante.

Para já a Renault oferece uma gama de eléctricos do sedan Fluence, ao Kangoo utilitário ao Twizy (que para mim é o único eléctrico que faz sentido), mas para conquistar publico era necessário algo acessível financeiramente e algo mais "utilizável".
O Zoe tem 4,08 metros de comprimento (mais ao menos do tamanho de um 208) e relativamente ao concept apenas perde os faróis de LEDs, os espelhos e jantes são diferentes e a frente foi ligeiramente alterada. O interior é mais clássico que o do concept mas oferece um quadro de instrumentos digital e o sistema multimédia R-link com um ecrã de 7 polegadas de série.
Inicialmente a Renault disse que o preço do ZOE seria idêntico ao de um citadino a diesel e para já parece cumprir a promessa: em França o ZOE Life será vendido a 15.700 euros (já com o desconto de 5.000 euros) o que é menos 2.000 euros que um Clio 1.5 dCi 75 Expression Clim e até o supera em performances já que o ZOE debita 88 cavalos e 220 Nm de binário. E inclui ar condicionado automático e o sistema multimédia R-link com um ecrã de 7 polegadas de série. Usando os preços em França como referência, custa um pouco mais que um Citroën C-Zero mas o Zoe tem melhor autonomia, equipamento e leva 5 pessoas.
Mas o Zoe life não tem cartão mãos-livres, as belas jantes de 16 polegadas ou o serviço de download de aplicações do R-link. Para ter estes equipamentos tem por 17.500 euros (já com o bónus deduzido) o ZOE Zen que ainda inclui os assentos de Téflon, difusor de aromas e ionizador do ar. No topo da gama está o ZOE Intens que acresce a ajuda ao estacionamento com câmara de recuo.
Mas atenção - ainda falta acrescentar o aluguer da bateria, que arranca em 79 euros por mês para um contrato de 36 meses e 12.500 km/ano. O que por si não é mau - o aluguer evita o problema de ter que um dia que comprar uma bateria nova ou perder 90% do valor do automóvel.
E em termos de autonomia, é de louvar a posição da Renault que resolveu ser sincera - ao contrario dos restantes construtores que continuam a se recusar de falar de certos temas. Segundo o ciclo de homologação (optimista) o Renault ZOE é capaz de percorrer 200 quilómetros com uma carga. Mas a Renault disse logo publicamente que em situações reais a baixas temperaturas a autonomia real seria de 100 km e em condições temperadas a autonomia real seria de 145 km.
Números bastante diferentes do ciclo de autonomia, mas permitem fazer uma comparação interessante - se o ciclo de homologação diz que o Zoe faz 200 km e que na realidade isso corresponde a 145 km, então se os Ion/C-Zero que segundo o mesmo ciclo de homologação conseguem 130 km quanto é que fazem na realidade?
O Renault Zoe tem uma bateria de litio de 22 kWh, e o motor é de rotor bobinado que tem um melhor rendimento que o de imans normalmente usados. Mas acaba-se por se pagar por um maior período de carga - 9 horas numa linha de 16 amperes normal. Mas usando o carregador "Chameleon" desenvolvido pela Renault, a carga pode ser feita em 1 hora a 22kW. A electrónica de controlo trabalha ao contrario e ajuda na conversão da corrente da rede pública para recarregar a bateria.

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