Quanto tempo dura a bateria de um híbrido plug-in?

Ainda bem que pergunta porque a ADAC tem um estudo que responde a isso mesmo - spoiler alert: para a maioria dos veículos avaliados a bateria de tração terá uma vida útil equivalente à vida útil do veículo.

Tal como os automóveis elétricos, os híbridos plug-in (aka PHEV) usam baterias dispendiosas que perdem capacidade com o tempo - dai o receio em comprar em usado. Afinal quando os PHEVs são usados extensivamente em modo elétrico as baterias (mais pequenas) acabam por acumular muitos ciclos de carregamento e descarregamento. Mas como referi acima (mais) este novo estudo de 28.500 veículos dos alemães da ADAC em parceria com a Aviloo acalma muito desses receios - a degradação parece ser muito mais lenta do que previsto.

Analise
A analise de dados foi feita entre marcas e com 3 com diferentes perfis de utilização que por vezes é importante na durabilidade.

Os gráficos da ADAC mostram o estado de saúde ("State of Health" aka "SoH") ao longo da quilometragem até 200.000 quilômetros (100% SoH corresponde à capacidade de uma bateria nova) com os automoveis agrupados por percentagem de condução elétrica:
- Top 25%: minimo de uso elétrico em amarelo;
- Médio 50%: médio uso elétrico em cinza claro;
- Baixo 25%: máximo de uso elétrico em cinza escuro;


Avaliação geral
No gráfico com todas as marcas misturadas notem que os pontos amarelos/baterias menos usadas estão no topo indicando que boa capacidade da bateria. 
A grande dispersão dos pontos ilustra que, além do tipo de uso, fatores como fabricante, modelo, tipo de bateria e temperatura são importantes para a vida útil da bateria.


Avaliação por marca
O bom:
- Mercedes: ligeira degradação em média e menos influenciados por percentagem de condução elétrica com as linhas quase sobrepostas. Um desempenho muito estável até os 200.000 km.

- Grupo VW: correlação clara entre a frequência de uso elétrico e a degradação. Clara maior degradação para quem mais usa o elétrico.

- Volvo: correlação clara entre a frequência de uso elétrico e a degradação, mas notem que há poucos outliers/valores discrepantes para baixo.

- BMW: degradação claramente influenciada pelo uso elétrico, quanto mais elétrico é conduzido, mais forte o envelhecimento com alguns outliers para baixo.


O mau:
- Mitsubishi: degradação clara, mesmo com baixa percentagem de condução elétrica. Felizmente, a perda de capacidade tende a diminuir ao longo do ciclo de vida.


O insuficiente para tirar conclusões:
- Ford: semelhante à Mitsubishi com taxa de degradação relativamente acentuada inicialmente (vários outliers em quilometragem até 75.000 quilômetros) acabando por estabilizar. Mas o baixo número de veículos disponiveis não permite tirar conclusões estatisticamente significativas.


Recomendação ADAC
Se for comprar um automóvel hibrido plug-in a ADAC recomenda, com base nos dados, a seguinte correlação entre a quilometragem do veiculo e o SoH da bateria de tração:
- até 50.000 km: pelo menos 92%;
- até 100.000 km: pelo menos 88%;
- até 150.000 km: pelo menos 84%;
- até 200.000 km: pelo menos 80%;

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