Um ano depois de chegar à Renault Luca De Meo apresenta o seu plano estratégico para a Renault, Alpine e Dacia. De forma resumida este plano "Renaulution" que decorre até 2030 aposta na modernização e simplificação da produção automóvel, reorganizar as gamas e plataformas com os parceiros Nissan-Mitsubishi e lançar novos modelos - tudo para tentar inverter a degradação causada pela fuga de Carlos Ghosn e divergências na aliança Renault-Nissan.
O plano ter 3 fases:
- "resurrection" até 2023 focado em melhorar margens e recuperar dinheiro;
- "renovation" até 2025 focado em melhorar o lucro da empresa com novos veículos;
- "revolution" a partir de 2025 focado em tecnologia, energia e nova mobilidade;
Identidade das marcas
O primeiro objetivo de Luca De Meo é definir claramente a identidade e o lugar de cada uma delas. Se a Renault continua no centro, a Dacia passa a ser considerada a sua própria marca e não mais uma submarca (até recebeu um novo logo) e a Alpine tomara as rédeas de todo o projeto e gama desportiva. Novidade é a introdução de uma nova marca à equação - a Mobilize que concentra os serviços de mobilidade.
Renault: subir e eletrificar
Luca De Meo quer fazer à Renault o que Carlos Tavares fez à Peugeot. Os novos Clio e Captur já demonstram uma melhor qualidade de construção e design mas falta o resto da gama. O futuro está também na eletrificação aproveitando a plataforma do atual Zoe e a nova CMF-EV: dos 14 novos modelos a lançar até 2025 são 7 são 100% elétricos (incluindo um novo Renault 5) e os restantes híbridos ou híbridos plug-in E-Tech, espalhados entre os vários segmentes incluindo os mais lucrativos segmentos C e D.
Neste slide podemos ver a atenção no segmento B e C (Clio e Megane respetivamente), o segmento A (atualmente ocupado pelo Twingo) está em branco ou seja não há modelos planeados, e vários modelos 100% elétricos incluindo comerciais.
Dacia/Lada: não mais a submarca
A Dacia tem aguentado financeiramente a Renault e isso não escapou a De Meo - que continuará a apostar na marca depois dos lançamentos dos novos Duster e Sandero mas agora com a Lada à mistura: estas 2 marcas vão trabalhar como uma única unidade: a Dacia será mais cool enquanto a Lada será mais simples e dura. O foco será em melhorar a eficiência, quer mecânica (aposta no GPL e uso da tecnologia hibrida E-Tech da Renault) e industrial (cortando de quatro plataformas nas duas marcas para apenas uma, a CMF-B, e de 18 carroçarias para apenas 11 mas aumentando o volume de cada uma delas). A Dacia e Lada vão lançar 7 novos modelos até 2025 incluindo 2 modelos de segmento C (4 para a Lada e 3 para a Dacia).
Para já foram apresentados dois concepts - um SUV de 7 lugares para a Dacia denominado Bigster que irá substituir o Lodgy em breve baseado na plataforma CMF-B e tecnologia hibrida E-Tech, e o futuro Lada Niva também baseado na mesma plataforma para o mercado russo.
Alpine: gama completa elétrica
A Alpine regressou à vida em 2017 com o magnifico A110 mas desde então...nada. Mas pelos vistos não será assim por muito mais tempo: Laurent Rossi, que dirige a unidade desportiva, disse que o futuro da Alpine é elétrico, utilizará as plataformas CMF-B e CMF-EV, e que irá fazer parceria com um construtor de automóveis desportivos de renome (leia-se Lotus) para novos modelos.
Podemos ver nesta imagem críptica 3 modelos diferentes todos ligados a um carregador: um crossover, um desportivo compacto e um novo A110 elétrico. Dito isto, 100% elétricos ou PHEVs como os Peugeot Sport?
A Alpine vai ser também o centro para todos os desportivos, incluindo os modelos Renault Sport e competição com a Formula 1 no topo.
Mobilize: soluções mobilidade
A Renault não quer ficar de fora do crescimento dos sistema de car-sharing, serviços de subscrição e e-mobility e para esse fim criou uma nova unidade denominada Mobilize especializada para este mercado que deve gerar mais de 20% dos lucros do grupo até 2030. A Mobilize terá 4 modelos específicos: 2 para car-sharing, um para serviços TVDE e um para entregas curta-distancia.
Foi apresentado o protótipo EZ-1, que parece um Twizy 2.0 mas segundo a Renault é apenas para demonstração da conectividade para carga, partilha e operação dos veículos desta solução.
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