Depois de uma longa campanha de teasing enfim a Porsche apresenta o seu primeiro modelo 100% eléctrico e simultaneamente recupera o desdenho pelas etiquetas a dizer "turbo" que o pessoal cola no automóveis...
Se parece familiar é porque em termos de design pouco mudou do concept Mission E, até mantiveram as jantes em branco - definitivamente uma boa ideia. Mantem aquela forma muito 911, é mais curto que Panamera (com 4,96 metros aponta claramente ao Tesla Model S), faróis dianteiros pequenos incorporados amplas coberturas das cavas das rodas, aberturas activas para canalizar ar para os travões, fundo plano, aileron traseiro activo e a tradicional barra luminosa atrás. Segundo a Porsche o Taycan é o modelo da sua gama mais aerodinamicamente eficiente com um Cd entre 0,22 e 0,25 conforme o modelo.
No interior temos a mesma abordagem organizada, com muita tecnologia mas tranquila - muito em linha com o novo 911 992, para não chocar os incondicionais da marca. Todo o conjunto de instrumentos está num display único sem moldura ou escondido de baixa da habitual pala para proteger do sol. Onde devia ficar a caixa de velocidades tem o selector dos modos de condução (Range, Normal, Sport, Sport Plus e Individual) e o botão start/stop agora diz "Power". Tem um segundo ecrã táctil para os controlo de climatização e se quiser pode acrescentar um outro ecrã táctil para o passageiro dianteiro para que este tenha acesso ao sistema multimédia se necessário.
Consegue sentar 4 passageiros graças as dimensões próximas das do Panamera (4,963 metros de comprimento, 2,9 metros entre eixos, 1,966 metros de largura e 1,378 metros de altura) e 2 malas (uma à frente com 81 litros e outra atrás com 366 litros).
Baseado na nova plataforma J1 que ira ser partilhada com o e-Tron GT da Audi, o Taycan trás tecnologias muito interessantes para o futuro do automóvel eléctrico. Estará inicialmente disponível em 2 versões: Turbo e Turbo S, e sim nenhuma delas tem um turbo. Ambos têm 2 motores eléctricos (um em cada eixo permitindo 4 rodas motrizes) e limitados a 260 km/h - o Taycan Turbo terá 680 cavalos e 850 Nm de binário sendo capaz de acelerar dos 0 aos 100 km\h em 3,2 segundos e o Turbo S terá 760 cavalos e 1050 Nm de binário sendo capaz de acelerar dos 0 aos 100 km\h em 2,8 segundos.
Toda esta potência é alimentada por uma enorme bateria de 93 kWh Performance Battery Plus (o que adivinha no futuro próximo uma bateria mais acessível) que permite uma autonomia WLTP de 450 quilómetros para a versão Turbo e 416 quilómetros para o Turbo S. Carregar 650 kg de bateria demora, daí que o sistema interno de 800 volts (competição usa um sistema de 400 volts) permite aceder aos postos de carga rápida da Tesla e aos futuros (ainda inexistentes) postos de 800v/270 kW que permitiram 80% da carga em 23 minutos.
Ao adquirir um Taycan recebe 3 anos de acesso grátis aos carregadores IONITY e o Porsche Charging Service que permite acesso aos carregadores de vários serviços. Na Europa terá tomadas Type 2 e CCS sendo capaz de aceitar cargas DC de 270kW/800v e 150kW/400v, e 11kW/240v em casa...que deve demorar.
A outra novidade é a caixa de velocidades usada no motor traseiro - é de dupla embraiagem com 2 velocidades, uma curta e outra longa. Ao contrario dos eléctricos actuais que têm apenas uma velocidade, esta caixa permitirá ter uma velocidade curta para melhores acelerações e outra longa para reduzir consumos em auto-estrada esticando a autonomia.
Infelizmente toda esta tecnologia electrizante tem o seu peso - 2,3 toneladas de peso, o que coloca grandes desafios para um automóvel desportivo. Para assegurar a agilidade o centro de gravidade é mais baixo que o do 911, pode receber suspensão pneumática de 3 câmaras, 4 rodas direccionais, diferencial traseiro autoblocante activo e um sistema de travagem com discos de carbo-cerâmica de 420 milímetros à frente.
Mas esperem mais Taycan no futuro próximo - em breve devemos ter as versões Carrera e Carrera S menos potentes mas mais acessíveis, bem como uma variante carrinha baseada no concept Cross Turismo.
update 13-09-2019
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