CarlosGate - ponto de situação 14-01-2019

O primeiro apanhado das noticias ligadas ao CarlosGate de 2019, e para seguir este tópico basta clicar na tag respetiva - ficam abaixo os principais desenvolvimentos como sempre sem tretas, conservantes ou adoçantes acrescentados.


Executivo Nissan sai
Jose Munoz, um dos principais executivos da Nissan, aliado de Ghosn, um dos principais candidatos à sua sucessão e pessoa de interesse na investigação em curso, demitiu-se. Munoz chegou à Nissan pela unidade europeia em 2004 e esteve à frente da unidade nos EUA durante a crise financeira onde conseguiu vendas recordistas e depois passou para a unidade chinesa onde procurava o mesmo resultados. Mas a Nissan está a investigar decisões de Munoz durante a sua passagem pelos EUA e segundo a noticia recusa-se a colaborar com a investigação a Ghosn - tal que tinha sido colocado em licença. Sai agora.


Ghosn recebeu 7 milhões de euros pela unidade holandesa
O jornal Les Echos disse no domingo que Carlos Ghosn terá recebido 7 milhões de euros via a unidade conjunta holandesa da Nissan e Mitsubishi criada em Junho de 2017 para pagar bónus ao pessoal e gestores dos 2 construtores japoneses.

Supostamente os directores de topo não deviam receber bónus desta unidade mas em Fevereiro de 2018, sem conhecimento dos outros directores, Carlos Ghosn foi "contratado" como um funcionário da unidade tornando-o elegível para receber pagamentos.

Mas não terá sido o único a receber por este esquema - segundo a Reuters, Carlos Ghosn e Greg Kelly (ambos peças centrais deste escândalo), terão aprovado pagamentos de meio milhão de euros à secretária geral da Renault e responsável pela governancia corporativa Mouna Sepehri via a unidade holandesa Renault-Nissan BV (RNBV). Esta compensação não é necessariamente ilegal...excepto que segundo a Reuters foi o único director a receber compensação directamente desta unidade e a sua função (que lhe dava controlo de comunicações, assuntos legais, relações publicas e fluxo de informação para a direcção) incluía ficar de olho em situações como esta que Ghosn e Kelly estão a ser acusados.

Para "ajudar à festa" fez parte da equipa de executivos que tinha tentado no passado encontrar formas legais de pagar a Ghosn via RNBV ou outras filiais - tentativas que falharam depois de expostas como forma de pagar de forma oculta ao CEO.


Sauditas ao barulho
Os procuradores de Tóquio apresentaram mais acusações à longa lista já existente - agora acusam Carlos Ghosn de ter usado fundos da Nissan para pagar a um homem de negócios saudita que o ajudou a resolver problemas financeiros.

Segundo os procuradores em outubro de 2008 Carlos Ghosn estava a tentar lidar com uma perda de 16.6 milhões de dólares devido a um contrato swap com um banco japonês. Aí entra em cena Khaled Al-Juffali (vice chairman da "E. A. Juffali and Brothers" e membro da direcção da "Saudi Arabian Monetary Authority") - ele detém a maioria de uma empresa chamada Al-Dahana que detém metade de uma joint venture chamada Nissan Gulf e a outra metade pertence à Nissan. Al-Juffali terá usado os seus bens pessoais como garantia para que um banco passar uma nota de crédito que o banco japonês Shinsei Bank estava a exigir a Ghosn para cobrir as perdas. Ghosn terá então um fundo interno da Nissan para fazer os 4 pagamentos a uma empresa detida por Al-Juffali via uma outra unidade da Nissan num total de 14,7 milhões de dólares entre 2009 e 2012. Terá sido assim que Ghosn se safou da divida depois de ter falhado em tentar passar a conta directamente para a Nissan.

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