Peugeot e Citroen rendem-se à General Motors?

Esta é uma noticia/rumor da Reuters que é um misto "Mas que raio?!" e "Estava-se mesmo a ver" e claro ainda não comentada pelas respectivas marcas. Mas a acreditar na Reuters, a PSA (Peugeot-Citroen) esta a ficar sem capital (e pode não chegar ao fim de 2013), e a família Peugeot (que detém 38.1% dos votos na empresa) estará disposta a dar o controlo da PSA à GM depois de terem procurado (sem sucesso) parceiros que ajudem a financiar o negócio.
 
Sinceramente, duvido que a GM se meta nisto porque seria repetir os erros do passado - a GM já tentou parcerias/alianças com Isuzu, Suzuki, Subaru, Fiat e quem podia esquecer a SAAB. Todas falharam. E com a recente saida da GM da falência/reestruturação nos EUA e os biliões que já enterrou na Opel, será que a GM acha boa ideia investir "no" construtor automóvel europeu em piores lençóis?
 
Não é só acerca de dinheiro - é uma completa salgalhada (1ª vez que uso esta expressão aqui) política - é que a GM já esta a ter problemas em reorganizar a Opel na Alemanha e agora meter-se a reorganizar a PSA francesa arrisca-se a reacender os ódios entre estes 2 vizinhos: dizer que é um verdadeiro campo minado politico é dizer pouco.
 
Teoricamente A GM poderia harmonizar as várias gamas de Opel/Citroen/Peugeot em plataformas comuns e reorganizar fabricas e pessoal, tirando multiplas vantagens incluindo ter um modelo para todos os gostos e feitios sem grande despesa.
 
E é aí azeda o leite - qualquer combinação entre GM e PSA vai encontrar grandes obstáculos políticos porque vai obrigar ao encerramento de fábricas e perda de empregos na Alemanha e França, e isto sem contar com possíveis problemas nos EUA.
 
O presidente francês Francois Hollande não quer para já dizer nada, esperando os planos dos gestores da Peugeot e seus accionistas antes de se pronunciar - leia-se, ele sabe que medidas radicais são necessárias e não quer ser ele o portador de más noticias. Quem não esperou para se pronunciar foram os sindicatos, preocupados com o aprofundamento da aliança com a GM que pode significar mais cortes de capacidade produtiva (leia-se despedimentos).
 
Oficialmente a GM não comenta, se bem que no passado recente já tinham dito que não tinham intenções em colocar mais dinheiro na PSA. Ou seja, a GM sabe que a PSA está apertada e vai ficar à espera a ver o que cai - podem (talvez) estar interessados na mesma coisa que a Fiat fez com a Chrysler: comprar a um preço muito baixo e com carta branca para fazer o que for preciso para dar a volta.
 
Resumindo - a PSA não tem dinheiro em caixa, nem presença internacional ou gama para navegar a tempestade do mercado europeu. Acrescem as pressões politicas que lutam para preservar empregos nacionais sem pensarem em mais nada, e claro a concorrência que sorri à ideia de ver um concorrente a menos no mercado.
 
A direcção da PSA tem sofrido imenso nas mãos da politica francesa (algo mais irrascivel que o Bloco de Esquerda) - o actual CEO da PSA Philippe Varin teve nos últimos tempos de cortar mais de 11.000 empregos, fintar a União Europeia para assegurar um empréstimo ao seu ramo financeiro, vender várias empresas que detinha e fazer uma aliança com a GM, mas terá que ir mais longe na reestruturação da empresa e encontrar parceiros onde pode.
 
Espero que consigam, porque adorei o novo Peugeot 208, em breve vou ter uma volta no 2008 e do que já li do 308 parece que a Peugeot tem a carteira de produtos para vencer. Espero ver o leão a rugir em breve...

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