Acidentes rodoviários vão ser a quinta causa de morte em 2030

Este é um artigo que retirei do site da Allianz e que nesta altura em que muitos se fazem à estrada na procura de algum descanso do trabalho (e do bloco de esquerda), creio que é importante recordar o velho lema de "há ir e voltar". Fica o texto abaixo e tenham cuidado na estrada - não temos tantos leitores como gostariamos e não quero perder nenhum.
 
A cada seis segundos alguém no mundo é vítima de um acidente rodoviário e, muito provavelmente, é uma pessoa africana ou asiática e desloca-se a pé, de bicicleta ou de motorizada. Estas são algumas das conclusões do estudo mais recente do Centro Allianz para a Tecnologia (CAT). O organismo defende a cultura de segurança e mudança de mentalidades como fatores críticos de sucesso para se conseguir reduzir, globalmente, o risco de acidentes na estrada.

Os acidentes rodoviários ceifam, anualmente, 1,2 milhões de vidas e provocam 50 milhões de feridos, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que prevê que, em 2030, se tornem a quinta maior causa de morte a nível mundial. Na faixa etária dos 15 aos 29 anos, os acidentes rodoviários já lideram o ranking das causas de morte.

O estudo do Grupo Allianz mostra que, por um lado, a maior parte dos acidentes poderiam ser evitados e, por outro lado, quanto mais baixo for o rendimento das pessoas, mais atreitas se tornam aos acidentes. “Quanto mais baixo é o rendimento per capita, maior é o risco de uma pessoa se tornar vítima de um acidente rodoviário. Precisamos travar esta tendência. A segurança na estrada não pode ser uma questão de rendimento”, refere Christoph Lauterwasse, CEO do CAT.

O relatório destaca, ainda, outras tendências: As maiores taxas de mortalidade registam-se em África, no Médio Oriente e nos países Árabes. A quase totalidade das 20 nações com o maior número de mortes per capita situa-se em África ou no Médio Oriente; Enquanto as fatalidades aumentaram cerca de um terço, de 2000 a 201,0 nos países africanos e asiáticos, durante o mesmo período, a Europa e o continente Americano registaram uma redução das mortes, especialmente nos estados-membros da União Europeia; Estatisticamente, o “risco de morte por milha percorrida” é mais elevado para os peões, ciclistas e motociclistas. Por exemplo, na Indonésia 61% das mortes por acidente rodoviário verificam-se em condutores ou passageiros de veículos de 2 e 3 rodas; Embora as taxas de mortalidade estejam relacionadas com taxas de pobreza, o crescimento económico não implica necessariamente um aumento da segurança rodoviária. O Banco Mundial prevê grandes aumentos das taxas de acidentes e fatalidades em economias emergentes como a Índia e a China, à medida que o tráfico motorizado também aumenta.

A chave para a segurança rodoviária, a nível global, é encurtar o gap existente entre o rápido crescimento económico e a redução das mortes na estrada, o que já foi conseguido por estados da União Europeia, como a Alemanha, por exemplo. O que se pretende é uma “nova cultura de segurança”. Os analistas de riscos pedem enquadramentos legais e sociais que reforcem a segurança nas estradas. Segundo referem, pode ser encorajada uma mudança de mentalidades, por parte de todos os utilizadores das estradas, através de dois tipos de medidas de segurança: passivas e ativas.

As medidas passivas passam pela utilização de capacetes e cintos de segurança. As medidas ativas incluem uma legislação mais rígida para a atribuição de cartas de condução, leis que combatam a alcoolémia nas estradas, a construção de ruas mais seguras e campanhas de educação rodoviária.

“O objetivo de reduzir os acidentes rodoviários, a nível mundial, só pode ser conseguido através de um esforço conjunto para otimizar a responsabilidade cívica, a fiabilidade das leis e a vontade dos condutores de repensar as suas mentalidades”, assegura Christoph Lauterwasser.

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