Peugeot e Citroen apresentam a sua plataforma modular

Se há algo que me fascina no mundo automóvel é a constante procura pela tecnologia que dará a vantagem de um construtor sobre outros - e actualmente "modularidade" parece ser a tecnologia a ter. Aplicada em grande escala pela Volkswagen primeiro com a partilha de plataformas e mais tarde com um sistema de construção tipo Lego para automóveis como a recente plataforma MQB, este tipo de tecnologia promete enormes economias de escala ao aplicar um sistema e ferramentas comuns para um grande número de produtos. Exemplo em caso - a Plataforma B da Nissan/Renault que é usada no Renault Clio, Dacia Sandero, Nissan Cube e muitos outros.
A BMW vai mais longe - enquanto a maioria dos construtores têm uma linha de produção por modelo, a BMW é capaz de construir múltiplos modelos diferentes na mesma linha. E eis a PSA Peugeot Citroen a serem os mais recentes a apresentar a sua plataforma modular EMP2, que deverá ter a sua primeira aplicação no novo Peugeot 308.

Esta plataforma EMP2 será aplicada nos segmentos C e D e servirá de base aos próximos Citroen C5/Peugeot 508, Citroen C4 Picasso/Peugeot 5008/Peugeot 3008, Citroen C4/DS4/DS5 e Peugeot 308 seja em carrinhas, sedans, SUV e monovolumes. Ira também ser aplicada aos comerciais ligeiros da PSA. Só há um pormenor que não percebo - segundo a PSA esta plataforma só será aplicada aos segmentos Ce D e não ao segmento B que é o mais popular (e não é só na Europa) enquanto o MQB da Volkswagen consegue ser aplicado ao segmento B.

A PSA diz que esta plataforma assegura uma redução de 70 quilogramas relativamente à construção actual, e tal como a MQB da VW é baseada numa série de módulos que podem ser instalados livremente - a titulo de exemplo estão disponiveis 2 tipos de suspensão traseira, um mais básico e um multilink dependendo se se procura melhor preço ou melhor performance. Vejo também outro possível ponto fraco no sistema EMP2 - enquanto na plataforma MQB o único componente que é sempre o mesmo é a secção entre o tablier e o motor, no EMP2 toda a secção dianteira é sempre a mesma, podendo mesmo assim aceitar todo o tipo de motores.
Creio que enquanto a Volkswagen foi para uma solução mais aberta mas provavelmente mais cara, a PSA escolheu algo mais limitado (daí provavelmente a limitação ao segmento C e D) mas provavelmente mais barata.

Mas esta plataforma não vai ficar apenas na PSA - a Opel também vai adoptar a EMP2 no próximo Opel Zafira, tais como os próximos C4 Picasso, Peugeot 3008/5008. Por troca os proximos monovolumes pequenos (segmento B) como o Citroen C3 Picasso vão ser produzidos na plataforma PSA actual na fábrica da Opel em Ruesselsheim, e provavelmente vamos ter o próximo Opel Corsa baseado na plataforma PSA. O que continua por definir neste acordo é em que ponto está o dilema C5/508/Insignia - esta plataforma pode ser PSA pode ser usada para este segmento, mas calculo que cada um esteja a puxar a sardinha para o seu lado: a PSA quer produzir o Insignia nas suas fábricas, e a Opel quer o C5/508.

0 comentários: