Ensaio Novo Opel Astra

O 4r1v volta aos ensaios e começamos o ano com o ensaio ao novo Opel Astra, que já chegou aos stands. Devo dizer que conduzi o anterior Opel Astra e não correu muito bem - em 2008 cheguei a considera-lo para carro particular e acabei por comprar um Renault Megane carrinha. Diz algo sobre o que eu pensava dele. Mas este é o novo Opel Asta, um carro que tem que ter sucesso para salvar a imagem da Opel, danificada depois do vende-não vende da GM.
Será que o novo Opel Astra consegue fazer melhor que os novos Renault Megane e Volkswagen Golf? E acima de tudo, se fosse o meu dinheiro, compraria o novo Opel Astra?

Antes de continuarem, peço desculpa por não ter fotografias próprias - por erro apaguei-as todas. Ops!

Aspecto Exterior
Fazer melhor que o antigo Opel Astra não é propriamente um desafio, o antigo modelo era uma colecção de linhas agradáveis à vista mas sem emoção, sem chama. Parece ter sido desenhado por um marceneiro, só linhas rectas e superfícies planas. Mas se olharmos para o antigo Opel Astra, fechar-mos os olhos e olhar-mos em seguida para o novo a diferença é capaz de ferir a vista - é um animal completamente diferente. E é lindo!

A frente é mais fluída, agressiva com a grelha cromada a dar uma boa impressão. O novo Opel Astra tem uma pose muito mais dinâmica parecendo em movimento mesmo quando parado, efeito bem conseguido pela frente baixa e afilada e a traseira mais larga que parece agarrada à estrada.
O novo Opel Astra é tambem maior, com cerca de 4,42 metros de comprimento. As jantes de 18 polegadas calçadas com Bridgestone no modelo que conduzi contribuem também para a agressividade do conjunto.



Aspecto interior
No interior proponho o mesmo teste - passar do antigo para o novo Opel Astra e parece que saltamos uma geração. Linhas suaves, cores, montagem cuidada...adeus a austeridade e arestas do anterior. O tablier tem um aspecto complicado mas que funciona bem: o combinado dos mostradores é tirado do Opel Insignia (boa escolha, tem qualquer coisa de Alfa Romeo), bem como o volante multi-funções e os comandos na consola.

Gosto particularmente do alinhamento da banda superior das portas da frente com o alto do tablier é simplesmente linda. Mas a grande quantidade de botões torna o seu uso um pouco complicado, no inicio é fácil perder "o norte" em tanto botão.

Mas mesmo com este design "colorido", continua "alemão" - os botões têm o tamanho certo (não são minúsculos como no Citroen C5) e aposto que posso apertar aqueles botões 1 milhão de vezes e que vão continuar a funcionar.

Normalmente branco, ao apertar o botão Sport a instrumentação adquire a cor vermelha muito masculina - parece aqueles sacos de casa de banho masculinos que são sempre em preto e com uma lista e letras a vermelho. Eu gosto.
Os bancos do novo Opel Astra são mais confortáveis e dão bom apoio, mas continuam um pouco duros demais e apertados para quem tenhas as costas largas...como eu - as vezes parece que estamos sentados num sapato ortopédico.Como disse acima, o novo Opel Astra cresceu e sente-se nos lugares dianteiros a sensação de espaço. Infelizmente nos lugares traseiros é que não houve alteração e podem até ser pequenos para pessoas de maior porte...como eu.
O acesso aos lugares traseiros também não é fácil para quem tenha cabeça - a linha exterior pode ser muito bonita mas dificulta o acesso. Acesso difícil também à mala - a traseira pode ser muito bela, mas a abertura da mala é muito alta e pequena. Mas é um sacrifício aceitável por tão belas linhas...

Condução
Passando para o volante, o novo Opel Astra mostra que é um animal completamente diferente do anterior - a suspensão é muito melhor e confortável: quando conduzi o modelo anterior a condução era desagradável ao ponto da minha filha ter vomitado o jantar nas costas do meu banco, algo que ela nunca fez em nenhum carro. Este novo Opel Astra consegue ser mais confortável, silencioso e não notei grandes vibrações do motor diesel. Mas é ao deixar o alcatrão linear a magia começa a escapar...e o amor por este lindo carro também.

Já conduzi os actuais Renault Megane, Volkswagen Golf e Ford Focus e posso dizer que estes conseguem ser mais confortáveis e equilibrados. Para ser justo, o modelo que conduzi vinha equipado com jantes de 18 polegadas e suspensão pilotada - que em conjunto com os bancos duros talvez não sejam a melhor combinação.
O modelo que testei era o 1.7 CDTi que debitava 125 cavalos, mas a aceleração era sofrível e a potencia parecia que nunca estava ali. Isto é capaz de ter algo a haver com os 1540 quilos que este Opel pesa - mais 180 que o modelo antigo e em média, mais 140 quilogramas que a concorrência directa. Sei que muito desse peso foi para as 5 estrelas do EuroNCAP que o novo Opel Astra conseguiu e equipamento incluido, mas a performance sofre muito e os consumos também vão reflectir-se.
Também não ajuda o facto que o intervalo de rotações útil é muito pequeno obrigando a um constante manusear da caixa de velocidades. Decididamente, este Opel Astra prefere as auto-estradas.

Este peso excessivo afecta também o comportamento de estrada - em auto-estrada e em condução calma de nacional o Astra comporta-se muito bem, mas se aceleramos um pouco em estradas com muitas curvas a direcção assistida não dá grande resposta ou leitura da estrada e a suspensão electrónica não dá grande confiança ao condutor. Outro detalhe importante - a visão traseira a 3/4 é basicamente nula - os enormes pilares traseiros que dão o lindo design bloqueiam a visão tornando as marcha-atrás trabalhosas.

Resumindo - compravas o novo Opel Astra?
Sim e não. A verdade é que testei um modelo com jantes 18 e a suspensão Flex-Ride, que sendo um gadget interessante, gostaria de experimentar um modelo com suspensão clássica e pneus mais confortáveis (jante 16 ou 17) antes de tirar conclusões. E sendo pai de família, a carrinha com o sistema de gestão da bagageira é fundamental, logo esperaria pela carrinha para tomar a minha decisão. Mas este teste-drive é um bom agoiro.

A verdade é que a Opel produziu um bom carro, muito bonito e não duvido que seja fiavel - apesar do design mais vistoso, continua tão alemão como a cerveja. Mas não corrigiu alguns dos defeitos do antigo modelo como a suspensão, bancos, o comportamento do carro e motor e isso quebra muito do fascínio inicial criado pela linda carroçaria. É simplesmente lindo, tras muitos equipamentos novos ao segmento e o preço é "correcto", mas a Opel tinha a obrigação de fazer melhor.

3 comentários:

  • Sp says:
    17 de março de 2010 às 18:32

    A opel tem apostado na beleza e tem conseguido a meu ver. Agora é preciso dar um passo em frende e dar aos materiais uma durabilidade digna, bem como fiabilidade acima da concorrencia, não só do motor mas dos componentes em geral. Eu tenho um Opel novo, gosto muito do carro, mas Opel outravez? Não Obrigado. A assistência pós venda é péssima e alguns materiais duram o tempo suficiente até a garantia acabar. Depois que se lixe o material e os cliente que é mesmo assim. Este astra é muito bonito mas não acredito que a vanguarda tecnologica não deixasse para trás erros antigos e materiais menos prestáveis... É preciso pensar de outra forma... cada vez mais..

  • anarquista_duval says:
    18 de março de 2010 às 11:14

    1500 kg??? 4,42m?? A fiabilidade é capaz de se ressentir, especialmente se houver algum 1.3 CDTI e um pé assim mais para o pesado. Parece k o 1.6 turbo é o mais adequado.

  • José Neves says:
    19 de março de 2010 às 11:31

    Ó turbo, deixa-te de azeiteiriçes e testa o 1300 ecoflex. Esse sim é que vai vender, não me venhas com suspenções pilotadas e jantes de 18'. Viva a crise!