Emissões Renault - ponto de situação 18/01

Enquanto a Renault é interpelada pela comissão da ministra da Energia Ségolène Royal ficam mais uns detalhes sobre o imbróglio que a Renault e outras marcas se encontram em França. Esta comissão tem como objectivo avaliar se (e como) os construtores estão a contornar/manipular os testes de homologação de emissões automóveis e já receberam 10 resultados de testes dos 22 que a UTAC concluiu até agora.
Metodologia de teste
Um pormenor que me preocupava era saber que metodologia o UTAC utilizou - se teria utilizaram o NEDC ou desenvolveram um teste próprio. Pelos vistos o UTAC desenvolveu um método de avaliação próprio constituído por 3 testes diferentes: um teste NEDC em laboratório, um teste NEDC adaptado para enganar possível software que reconheça que o carro esta a ser testado e finalmente um teste de estrada. Ou seja, não é o teste usado para homologação mas algo entre o NEDC e o futuro WLT - não tem qualquer base legal. Isso significa que a Renault (e qualquer outro construtor) pode simplesmente responder isso e ignorar a comissão sem qualquer repercussão.


Quais os Renault em questão
Os veiculo da Renault debaixo da lupa são um "utilitário" Euro5 não especificado, o Captur Euro6 e a Espace Euro5 - mas a atenção está sobre o Captur supostamente menos poluente mas que nos testes feitos emitia 5 vezes mais óxidos de azoto que o limite legal.
No caso do Renault Captur (testaram 2 modelos com o dci 110 cavalos e 1 modelo equipado com o dci 90 cavalos) foi detetado um problema técnico com este modelo que pode bloquear o sistema anti-poluição - a Renault disse já estar a preparar a correção deste problema técnico com uma recolha. Mas mesmo assim, com o sistema a funcionar em circuito o Renault Captur emitia poluentes muito acima dos limites legais - algo que certamente os técnicos da Renault vão ter que explicar, especialmente porque a comissão (via as declarações de Ségolène Royal e Emmanuel Macron) já veio afirmar que a Renault não está a usar truques de software. 

Uma possível explicação? A Renault usa o sistema de captura dos óxidos de azoto não tão eficaz, como por exemplo os sistemas SRC usados pela PSA que passou sem problemas nestes testes.


E quem mais?
Com base nos resultados para já entregues à comissão uma Ford C-Max Euro6 foi apanhada a emitir mais de 5 vezes mais oxidos de azoto que limnite legal em estrada , se bem que dentro dos limites quando em laboratório. A Ford já veio declarar publicamente que não sua truques nos seus automóveis e que os seus automóveis cumprem todos os parâmetros descritos na lei (ou seja, apenas o NEDC em laboratório) e que testes não-oficiais em condições inconstantes podem originar todo o género de resultados.
Também debaixo de olho esta o Mercedes Classe S 350 Euro 6 que teve resultados incoerentes após várias repetições do teste. A marca alemã diz que não tem qualquer software de falseamento de emissões e pediu os detalhes do processo de teste para dar uma resposta - que até agora parece não ter entregue. Na Volkswagen testes ao Tiguan e Audi Q3 detectaram a presença do tal malfadado software.


E quem passou nos testes?
Com bons resultados teste estiveram a PSA (208 Euro5 e 508 Euro6), Toyota (veiculo Euro4 não especificado) e BMW (Serie 3) sem incongruências detetadas.

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