Ensaio novo Renault Megane

Quem segue este blog sabe que eu tenho uma Renault Megane carrinha - curioso portanto que seja eu a testar o novo Renault Megane.

Mas isso é uma vantagem - alem das qualidades, conheço bem os seus defeitos. O "antigo" Renault Megane tem um dos chassis mais equilibrados do mercado, confortável e com óptima aderência. O modelo 5 portas tinha uma mala ridícula (mais pequena que a de um Clio), uma linha que só a mãe gostaria e todos tinham a pior direcção assistida do mundo - parece que o volante e rodas não estão ligados um ao outro. Mas este é o novo Megane, e posso dizer que a Renault ouviu os clientes!

Apesar de a base mecânica deste novo Renault Megane ser uma evolução do modelo que substitui, a Renault conseguiu rever a fundo todo o carro e dar-lhe uma linha mais dinâmica e consensual que o antigo Megane - podemos dizer que é um novo automóvel.


Algo que não podemos dizer de modelos recentes da concorrência que parecem ser apenas restylings dos modelos antigos e não novos automóveis:

Peugeot 307
Peugeot 308Volkswagen Golf 5
Volkswagen Golf 6

Mas passemos definitivamente ao novo Renault Megane.

Relativamente ao anterior cresceu 9 cm para um comprimento total de 4,30 metros, e que diferença fazem esses centímetros: os lugares atrás tem mais espaço para as pernas (fim dos joelhos nas costas do condutor) e a mala deixou de vez a categoria de "Porta-luvas traseiro" para 320 litros de mala.
É possível rebater os bancos e aumentar a capacidade de carga, mas tal como no Clio, não é possível ter uma superfície de carga perfeitamente plana.

Os lugares traseiros são espaçosos mas sentado atrás pode ser claustrofóbico devido as pequenas janelas e a linha de cintura alta.

Sair e entrar do banco traseiro do novo Renault Megane pode até ser perigoso para os que tenham mais que 1,80 metros de altura - é impossível sair sem dobrar a espinha ou ficar com uma monumental dor de cabeça.

A bordo
Ao sentar ao volante do novo Megane, a primeira sensação é que estamos num coupe graças a linha de cintura alta a subir e baixa área vidrada. Interessante mas como disse acima um pouco claustrofóbica.

E tal como no novo Renault Laguna, continua no novo Megane a "germanização" do interior, com um tablier sóbrio, de material plástico agradável ao toque, escuro e as junções são tão precisas como no interior de um Volkswagen. Mas ainda há muitos plásticos duros na parte baixa do tablier e no forro das portas.

A ergonomia do interior é exemplar. O regulador de velocidade acessível, os comandos da climatização fáceis de usar e os comandos do radio atrás do volante são perfeitos.

Apenas o radio colocado baixo demais e com botões pequenos demais estraga a fotografia - facilmente carrega-se em 2 botões ao mesmo tempo e temos que tirar os olhos da estrada.

A nível de arrumos estão por todo o lado e de dimensão correcta.A única originalidade no interior do novo Renault Megane, é o conta-rotações clássico em que o red-line esta assinalado a amarelo, e o conta-quilómetros digital.


Original mas sem grande utilidade, a não ser que queira ir exactamente a 79km\h quando passa nos radares limitados a 80km\h.

ConduçãoA primeira surpresa agradável é que a Renault finalmente acertou com a direcção assistida eléctrica que no modelo anterior era completamente desprovida de sensação. A desmultiplicação da direcção foi reduzida o que ajuda nas manobras do dia-a-dia.
O comportamento continua eficaz e confiante até em estradas sinuosas. Mas uma das suas vantagens é sem duvida o conforto das suspensões - filtra as irregularidades da estrada sem sacudir os passageiros.

A nível de motor, a unidade que testei tinha o mesmo 1,5 DCI de 85 cavalos que o modelo actual, e como tal, vibra um pouco ao ralenti, a caixa não tem o comando mais agradável e quando o motor sobe nas rotações produz ruído demais. Tendo já testado os outros motores do Megane "antigo", a melhor escolha continua a ser o 1,5 dci de 105 cavalos - a caixa passa a ser de 6 velocidades e sem os defeitos acima mencionados da unidade de 85cavalos.

Não puxei acima dos 170km\h (o carro era novo e não era meu) e pelo meu relógio fiz dos 0 aos 100km\h em 13 segundos - não é muito rápido mas chega. A nível de consumos, auto-estrada e nacional, no final do dia calculei um média de 6.6 litros/100km. Arredondando as contas, calculo que o tanque de 60 litros permita 920km de autonomia - mais se não tentar puxar pela velocidade máxima como eu fiz...

A linha traseira pode ser agradável mas os pilares traseiros são muito espessos e bloqueiam a visibilidade traseira - os sensores de estacionamento são uma boa opção.


ResumindoO novo Renault Megane é sem dúvida um bom carro e agradável de conduzir. Tratando-se de uma evolução e não de um carro totalmente novo não duvido que seja fiável - o "antigo" Renault Megane fase 2 é dos mais fiáveis do mercado.

Pontos fortes
  • Boa ergonomia
  • Compromisso comportamento-conforto
  • Bom preço
Pontos negativos
  • Claustrofóbico e difícil acesso atrás
  • Motor diesel vibra e ruidoso demais
  • Interior muito "cinzento"
Na escala de 0 a 20 valores do 4rodas1volante - dou 15,5

3 comentários:

  • P. Cação says:
    23 de dezembro de 2008 às 12:24

    Muito porreira a review ;)

    Os Megane sempre foram um bocado para o "soft"...

  • Peter J says:
    23 de dezembro de 2008 às 12:25

    Antes de mais; Muitos Parabéns por esta nova rubrica no vosso Blog!

    Gosto muito deste carro, tal como gostava do anterior, mas a traseira podia ser um pouco mais arrojada...
    No interior perdeu uma característica que era marcante no modelo anterior: o travão de mão!
    A Renault é para a mim a Mercedes francesa...
    Muito boa qualidade, bons motores e modelos cada vez mais bonitos!
    Não existe um modelo na gama Renault que não seja uma referencia as marcas concorrentes...

  • Nuno Salvaterra says:
    23 de dezembro de 2008 às 14:30

    Parabéns pela review, adorei a nova rubrica.