Nos automóveis elétricos muitas das vezes apenas nos questionamos sobre a capacidade da bateria de automóveis elétricos e na velocidade de carga, mas e o que se perde durante a carga? A ADAC alemã (Allgemeiner Deutscher Automobil-Club) esteve a estudar as diferente formas de carregar um automóvel elétrico (tomada caseira, wallbox e ponto de carga rápido) para calcular as ineficiências que se refletem na conta da luz e na autonomia.
Para estes testes o o ADAC usou 4 modelos em que as baterias foram carregadas em 20% nas mesmas condições: Renault Zoe, Volkswagen ID.3, Tesla Model 3 e o Fiat 500e.
Tomada domestica
Estas foram as perdas na carga pela omnipresente tomada domestica de 220 volts (2,3 kW) em cada modelo:
- Renault Zoe: 24,2%;
- Tesla Model 3: 15,2%;
- Volkswagen ID.3; 13,6%
- Fiat 500e: 12,7%.
Ou seja, em média, por cada 20 kWh que saem da rede apenas 15 a 17 kWh chegam à bateria - o resto perde-se em consumos auxiliares (entre 100 e 300 W/hora para a climatização da bateria e diferentes controladores), ineficiência do carregador de bordo (que converte corrente alternada em continua) e calor. No caso do Zoe, paga 100 kWh de eletricidade mas apenas 75,8 kWh chegam à bateria.
Wallbox 11 e 3,6 kW
Passando para as wallboxes a ADAC testou uma wallbox trifásica de 11 kW e a potencia reduzida de 3,6 kW.
Para a wallbox de 11 kW os resultados foram bastante diferentes dos anteriores:
- Renault Zoe: 9,7%;
- Volkswagen ID.3: 9%;
- Tesla Model 3: 7,7%;
- Fiat 500e: 6,3%;
Aqui há um fator muito importante - numa box destas o tempo de carga é muito menor, logo mesmo que hajam perdas (neste caso menores) elas decorrem durante muito menos tempo. Voltando ao Zoe (já que foi o pior exemplo) com esta wallbox por cada 100 kWh consumidos, 90,3 kWh chegam à bateria.
Baixando a potencia da box para 3,6 kW as perdas sobem em 11 a 14% relativamente à box de 11 kW - a carga é mais longa, logo mais perdas:
- Fiat 500e: 13,9%;
- Tesla Model 3: 11,4%;
- Volkswagen ID.3: 9,2%;
- Renault Zoe: sem medição;
Carga rápida DC
A carga rápida DC tem a vantagem que não é necessária a conversão AC para DC dos exemplos acima, com as perdas médias a variarem entre 5 a 15% conforme a temperatura da bateria e a eficácia da gestão térmica. Para este teste foram outros quatro carros elétricos: Hyundai Ioniq 6, Renault Megane E-Tech Electric, Tesla Model Y e VW ID.3.
Num ponto de carga rápida um Hyundai Ioniq 6 com bateria quente perde apenas 1 kWh por 100 kWh carregados, mas se fizer a carga rápida com a bateria fria com temperatura ambiente de 0ºC salta para 6 kWh por cada 100 kWh. Com um Renault Megane E-Tech varia entre 4 e 8%, entre 3 a 10% para o Tesla Model Y, e 3 a 5% para o ID.3.
Ou seja, no inverno o aquecimento da bateria pode consumir até 8% da energia que carrega - pre-condicionar acelera a carga mas não poupa na carga.
O que fazer para reduzir perdas?
Primeiro evitar a tomada caseira como a peste - só mesmo em caso de emergência. Use uma wallbox (instalada por um profissional) na potencia máxima para reduzir perdas (menos tempo de carga menos perdas) e fazer a carga enquanto a bateria ainda esta quente para maximizar a carga.
0 comentários:
Enviar um comentário