Elétricos emitem mais partículas finas

Os automóveis, independentemente do que os move, tem vários tipos de emissões: de CO (monóxido de carbono), THC, NMHC, NH3 (amónia), NOx (óxidos de azoto) e partículas finas. No caso dos automóveis elétricos o problema está nas partículas finas: 60% das emissões das partículas finas de um automóvel vêm dos travões e pneus. E dois estudos recentes chamam a atenção desse problema nos elétricos.

Um estudo da "Agence de l'environnement et de la maîtrise de l'énergie" (ADEME) concluiu que automóveis elétricos emitem quase o mesmo número de partículas finas que um automóvel novo Euro6 com motor de combustão a gasolina ou diesel. Sim, podem não ter emissões de gás de escape mas em termos de partículas finas (causadores de cancros, doenças respiratórias e mais) quase não há diferença - e os pneus são o principal problema.

Graças aos filtros de partículas instalados nos mais recentes automóveis 59% das partículas finas PM 10 e PM 2,5 emitidas provêm dos travões, pneus e estrada. No caso dos elétricos não temos motores de combustão e segundo os dados da ADEME graças à travagem regenerativa os elétricos não emitem muitas partículas via travagem - mas compensam com maiores emissões de partículas via os pneus.
Os travões de um automóvel elétrico são responsáveis por 3% das partículas PM10 enquanto nos automóveis com motor de combustão é de 25%. Mas os automóveis elétricos pesam mais que os de combustão o que significa pneus mais largos aumentado as emissões de partículas de pneus/estrada (representa 61% das partículas PM10 num automóvel elétrico, 47% num automóvel com motor a combustão) e das partículas recolocadas em suspensão (representa 36% das partículas PM10 num automóvel elétrico, 28% num automóvel com motor a combustão).

Portanto, não há uma diferença significativa nas emissões totais de partículas entre elétricos e os mais recentes automóveis de combustão Euro6. Então como reduzir as partículas finas? Reduzir o peso dos automóveis que permitiria usar pneus mais finos e reduzir o esforço nos travões.


Mas além de emitirem mais partículas os automóveis elétricos degradam mais os pneus que os equivalentes a combustão - um meta-estudo (analise de informação de múltiplos estudos compatíveis) pela sociedade de gestão de frotas Epyx com dados de EVs premium (logo mais pesados) de 17 países europeus comparando com automóveis de combustão e híbridos concluiu que, relativamente aos automóveis com motor de combustão equivalentes, os automóveis elétricos não só degradam os pneus mais depressa como é mais caro substitui-los. Resumindo as conclusões:

Os pneus precisam de ser substituídos:
- automóveis elétricos após 29.000 quilómetros e/ou 551 dias;
- automóveis híbridos após 40.000 quilómetros e/ou 585 dias;
- automóveis de combustão após 39.000 quilómetros e/ou 670 dias;

Preço e dimensões médias dos pneus:
- automóveis elétricos: 18,59 polegadas e 240 euros;
- automóveis de combustão: 17,40 polegadas e 150 euros;

Algo que não surpreende sinceramente, porque além do peso temos também o binário elevado disponível logo a baixas rotações e isso coloca muita pressão sobre os pneus resultante em emissão de partículas e recolocar partículas em suspensão. O estudo não quantificou porém o pormenor que os automóveis elétricos têm menos manutenção mecânica que os automóveis com motor de combustão - seria interessante determinar se essa redução de manutenção compensa os custos acrescidos de pneus.

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