Híbrido ligeiro, clássico ou plug-in qual escolher?

Escrevi há uns anos atrás que a electrificação do automóvel era inevitável mas ela vem em múltiplos sabores - cada um com as suas vantagens e desvantagens. Tendo em conta que em 2020, com a entrada em vigor dos limites de emissões mais restritos, a electrificação passará a ser a norma e não a excepção talvez seja a boa ideia dar uma vista de olhos sobre o menu.

Híbridos ligeiros
De todas as tecnologias híbridas disponíveis, o híbrido ligeiro ou "mild hybrid" é a mais simples e barata, mas não permite circular em modo 100% eléctrico - o motor de combustão é que move o automóvel. Basicamente o alternador foi substituído por um motor eléctrico que dá uma ajuda o motor a gasolina ou diesel em acelerações - altura em que o motor consome mais. A aceleração é mais suave e os consumos menores em cidade, mas na estrada e auto-estrada pouco efeito fará.

O motor eléctrico pode ser alimentado pela normal bateria de 12 volts para custo ainda menor (caso dos Suzuki Baleno, Ignis ou Swift, ou nos Audi A6 de 4 cilindros), um sistema eléctrico de 24 volts (como no caso dos Mazda 3 e CX-30) ou 48 volts (como nos Mercedes, Land-Rover ou Audi equipados com motores V6). Qualquer que seja a bateria que alimenta estes sistemas, esta só pode ser recarregada durante travagem ou desaceleração.

Segundo a industria o híbrido ligeiro consegue 80% da eficácia do híbrido clássico mas a 30% do custo.


Híbrido "clássico"
Ligeiramente mais caro que o híbrido ligeiro, recebe um motor eléctrico mais potente mas bateria mais pequena para manter os custos sobre controlo. Já permite circular em modo 100% eléctrico mas curtas distancias apenas (entre 3 a 5 quilómetros) com as baterias a serem rapidamente recarregadas durante a travagem ou desaceleração. Graças a estas características é um sistema muito eficaz em cidade.

Este é o sistema privilegiado pela Toyota\Lexus que o inclui desde o pequeno Yaris ao enorme coupe LC, a Honda usa-o no novo CR-V, a Hyundai e Kia têm-no nos Ioniq e Niro, Ford Mondeo e novo Kuga, e a Renault com o novo Clio 5

Outra possibilidade deste sistema é permitir tração integral a um custo controlado - colocando um motor eléctrico no eixo traseiro deixa de ser necessário o eixo de transmissão e respectivo túnel de transmissão a atravessar o automóvel poupando peso.


Híbrido plug-in
O híbrido plug-in permite o melhor dos 2 mundos - permite circular em modo 100% eléctrico entre 30 a 50 quilómetros (perfeito para pequenas deslocações) e para as grandes viagens tem sempre o motor a combustão disponível. E além da recarga durante desaceleração e travagem (que nunca bastará para recarregar a bateria completamente) pode recarregar rapidamente via uma tomada. Infelizmente trata-se de um sistema com baterias maiores e motores eléctricos mais potentes resultados em custos (Vai demorar mais tempo a compensar o investimento) e peso elevados (que irá aumentar os consumos quando circular apenas com o motor de combustão).

O híbrido plug-in está mais adaptado a quem circula principalmente em cidade e tem acesso a uma tomada para manter a bateria carregada - assim poderá utilizar ao máximo o modo 100% eléctrico. Mas atenção, terá que utilizar o motor de combustão de vez em quando senão arrisca danos ao mesmo.

Este sistema é o mais caro daí que surja principalmente em modelos mais caros - Audi, BMW, Mercedes ou Porsche usam este sistema, especialmente em modelos em que as emissões são maiores. A Peugeot recentemente apresentou os 3008/5008 e 508 híbridos mas aponta ao topo de gama, já a Renault anunciou para 2020 versões plug-in dos novos Captur e Mégane.

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