E além do dieselgate agora temos um Carlosgate. Carlos Ghosn, chairman da Nissan e chairman e CEO da Renault, foi preso por crimes financeiros. Um dos mais respeitados e conceituados CEOs da industria automóvel responsável pela recuperação da quase falência da Nissan e por uma das mais bem sucedidas alianças da industria automóvel está por detrás das grades e colocou sérias questões sobre o futuro da aliança. Com ele cai também o seu representante Greg Kelly, ambos estariam sobre investigação interna há vários meses.
Carlos Ghosn teve sem dúvida uma carreira de grande sucesso - começou na Michelin em 1978, chegou à Renault em 1996 onde reinventou a marca francesa e depois salvou a Nissan da falência em 1999. Apostou no automóvel eléctrico quando mais ninguém o fazia, navegou com sucesso a crise económica mundial, estabeleceu uma forte parceria com a Mercedes e recentemente trouxe a Mitsubishi para a aliança.
Mas é igualmente conhecido tanto pelo corte de custos como pelo salário astronómico que exigia - há 5 meses atrás conseguiu convencer os acionistas da Renault a pagarem-lhe 7.4 milhões de euros pelo seu trabalho de 2017.
As acusações:
- Uso de dinheiro de investimentos da empresa para uso pessoal - segundo a Nissan Carlos Ghosn e o representante do diretor Greg Kelly estão a ser investigados há vários meses por usos indevidos de fundos da empresa.
- Abuso de despesas em nome da empresa - Nissan Carlos Ghosn e o representante do diretor Greg Kelly terão declarado despesas pessoais como de empresa.
- Ocultação de rendimentos - Ghosn é também acusado de não declarar quase 10 mil milhões de yenes (aproximadamente 77 milhões de euros) de rendimentos ao fisco.
Segundo o CEO da Nissan Hiroto Saikawa isto foi possível porque foi permitido que Ghosn concentra-se demasiado poder em si.
E a aliança?
Infelizmente este escândalo explode numa altura em que a aliança tenta equilibrar as participações entre os diversos parceiros - a Renault detém 43,4% da Nissan, enquanto a Nissan detem 15% da Renault sem direito a votos na parceria e a Nissan detém 34% da Mitsubishi. E agora?
Macron responde
O presidente francês Emmanuel Macron já veio comentar a situação e disse que tudo irá fazer para preservar a estabilidade da Renault e da sua aliança com a Nissan. Não esquecer que o governo francês detém 15% das ações da Renault.
Curiosamente há alguma história entre Macron e Ghosn - como ministro das finanças para o presidente Francois Hollande Macron sempre criticou o elevado salário do CEO da Renault e queria aumentar a participação do estado francês na Renault de 15 para 20%.
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