Dieselgate - ponto de situação 10/11/2015

Altura para fazer mais um ponto de situação das ultimas do #Dieselgate - como de costume sem tretas.

Pressão interna poderá explicar batota no CO2
Segundo o jornal Bild am Sonntag engenheiros da Volkswagen teriam admitido manipular as emissões de CO2 desde 2013 (alterando as pressões de ar dos pneus e acrescentando diesel ao óleo do motor) para conseguirem cumprir metas irrealistas do anterior CEO Martin Winterkorn.

Isto poderá estar ligado à cultura interna do Grupo VW - numa recente entrevista Bob Lutz referiu uma conversa que teve há muitos anos com Piech acerca de como a marca alemã conseguia ter distancias tão curtas entre os painéis da carroçaria, ao que Piech respondeu que quando queria algo ligava para o departamento de engenharia e dizia para o conseguirem ou que procurassem outro emprego. Martin Winterkorn disse no salão de Genebra de 2012 que queria reduzir as emissões de CO2 em 30% até 2015, e segundo o jornal nenhum dos engenheiros teve a força para lhe dizer que esse objectivo seria muito difícil, se não impossível, de atingir. Actualmente, a direção do grupo está a encorajar que as pessoas se cheguem à frente prometendo que não haverá despedimentos ou sanções - com excepção para os gestores/directores de departamentos. 

Mas se as emissões de óxidos de azoto não contam para cálculos de impostos, as emissões de CO2 contam - o imposto automovel tem uma componente de CO2. Relativamente a isto o grupo Volkswagen disse que pagaria qualquer imposto adicional que os condutores europeus tenham a pagar devido às emissões de CO2 serem superiores às homologadas dos 800.000 automóveis afectados.

Alemanha contra-ataca!
Numa discussão entre pessoas sãs de mente quando uma vê provas de que estava errada admite-o e segue em frente, já pessoas estúpidas recusam provas e passam ao ataque: entra a Alemanha a armar-se em estúpida. O grupo Volkswagen foi apanhado a fazer batota nas emissões dos seus automóveis e por isso tem os seus automóveis e escritórios sobre investigação ao que a Alemanha vai, segundo o ministro dos transportes Alexander Dobrindt, inspecionar automóveis diesel de construtores "estrangeiros" ou seja não alemães. Provavelmente para poderem apontar o dedo a um vizinho e dizer com voz birrenta e uma lágrima no canto do olho: "ele também fez"!

Já a União Europeia parece ter a posição mais ponderada: para tirar conclusões com base em factos terá dado 10 dias ao Grupo VW para que forneça toda a informação e esclareça toda a situação das emissões de CO2. Como já tinha escrito antes, existe um limite de CO2 para toda a gama de um construtor automóvel na Europa e ultrapassa-lo significa multas europeias avultadas.

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