A Fiat chegou a acordo com a United Auto Workers para comprar o que faltava da Chrysler - yup, a Chryler é agora um construtor italiano! Um processo que arrancou em 2009 que termina agora ao som de 4,35 mil milhões de dólares.
A operação é paga por fracções pela Chrysler e em troca a UAW ajuda a revitalizar o construtor americano - ou seja, nada de greves. O mesmo não se aplica aos sindicatos italianos que temem pelos empregos e investimentos em Itália (provavelmente não deviam ter feito tantas greves e exigências antes...) mas se a união não funcionar conforme os desígnios de Sergio no final são os trabalhadores italianos que podem pagar a fatura. Já os accionistas ficaram satisfeitos com as acções da Fiat subirem 12% na bolsa de Milão.
Pode ser o completar o sonho de Sergio Marchionne, mas ainda há muitos obstáculos a ultrapassar. A Fiat continua a perder dinheiro hemorragicamente na Europa onde a crise ainda não partiu e as vendas no Brasil ficarem aquém das expectativas.
Ambas as empresas têm tido problemas na introdução de novos automóveis no mercado - o novo Dodge Dart (primeiro Chrysler com plataforma Fiat) não teve o sucesso esperado, o novo Jeep Cherokee foi atrasado por problemas com a nova caixa automática de 9 velocidades e quando é que a Fiat ou Alfa Romeo trouxeram novos modelos ao mercado?
O próximo grande desafio com o novo Chrysler 200 - este segmento já bastante preenchido e é um teste as capacidades da Fiat para criar um produto e uma plataforma global competitiva. Plataforma que deverá chegar aos Alfa Romeo - que depois de promessas de "um regresso em força" em 2012, que depois passou para 2013 e que ainda está para acontecer.
E apesar de estarem em 3 dos 4 maiores mercados (América do Norte, América do Sul e Europa) mas ambas as marcas pouco conseguiram conquistar nos mercados asiáticos onde está o maior crescimento e onde todos os construtores estão a apostar.
Mas a ideia para este negócio é principalmente aceder ao dinheiro da Chrysler. A parede entre as duas empresas desce um pouco com este negócio mas não desaparece completamente. É que segundo os empréstimos e acordos assinados quando a Fiat adquiriu a Chrysler em 2009 essa partilha de fundos é limitada e para ultrapassar essa barreira é necessário renegociar estes acordos e isso só será financeiramente possível lá para 2016. A não ser que a Fiat arranje de repente ainda mais dinheiro e compre já de volta todas essas obrigações...a Chrysler esta a fazer dinheiro que a Fiat precisa mas não o pode usar na totalidade.
Resumindo, tudo menos as contas foi fundido - compras e engenharia já está quase toda integrada e ambas as empresas são geridas pela mesma equipa.
Marchionne está a tentar um trabalho herculeano ao recuperar 2 marcas e tentar manter a actividade com duas entidades financeiras separadas seria ainda mais complicado. Sim, é um grande salto este acordo, mas não cantem já vitória...
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