PSA recebe luz verde no empréstimo

A PSA Peugeot Citroen recebeu luz verde da comissão europeia para aceitar o empréstimo de 7 mil milhões de euros para o braço bancário da PSA. Este empréstimo consegue não só apaziguar os receios da concorrência e permite que a PSA possa oferecer financiamentos competitivos aos seus automóveis.
 
Mais uma boa noticia para a Peugeot-Citroen que segundos os mais recentes resultados está em melhor forma que se pensava, mesmo assim com um longo caminho pela frente: na primeira metade de 2013 as perdas foram reduzidas em cerca de 600 milhões de euros relativamente a 2012. Mas instituições como o Commerzbank e Morgan Stanley já disseram com a Peugeot-Citroen pode voltar aos lucro em 2015, mas muito ainda esta no cinzento. A PSA continua a queimar dinheiro, as margens de erro são muito curtas e continua muito limitada ao seu mercado caseiro. Para já teve sucesso com o novo Peugeot 208, 2008 e a gama Citroen DS, mas muito depende do sucesso dos novos Peugeot 308 e Citroen C4 Picasso.
 
E já que estamos a falar do futuro da PSA - porque não olhar para o mercado automóvel europeu? Os números parecem bons - a queda estabilizou e há sinais que a economia europeia esta a melhorar, mas a verdade é que esta a caminhar em gelo muito fino. A verdade é que as marcas estão a fazer enormes descontos, basicamente a oferecer os automóveis - ainda recentemente ofereceram-me uma Scenic 7 lugares Bose nova por 25.000 euros. E a pressão das marcas para despachar stock parado é enorme - tudo vale para manter a produção, especialmente entre as marcas de volume não alemãs. Estes descontos - que em marcas como a Opel e Peugeot Citroen podem chegar aos 3.000 euros.
 
Têm surgido várias noticias de que o mercado possa ter estabilizado e até subido (a nivel europeu Junho teve uma queda de 6.2% quando os 6 primeiros meses foi de 6.6%, logo uma melhoria) - o problema é que todos os incentivos e registos/vendas aos concessionários (veículos comprados pelos concessionários não por consumidores) escondem a verdadeira procura por consumidores não sendo possível dizer que na verdade estamos a ver uma melhoria na confiança dos consumidores.
 
E estes descontos são um problema para o futuro - os construtores estão a habituar os consumidores a descontos de 10 a 20% sobre o preço de catálogo e isso vai ser difícil de inverter. Um construtor tipo Audi ou BMW que tem bons produtos e uma longa lista de espera diz logo que não regateia, mas uma Renault, Citroen, Peugeot ou Opel provavelmente aceitam regatear.
Esta situação é duplamente má para os construtores porque ao não haver um quadro limpo do que está a acontecer, as marcas não conseguem fazer planos a longo prazo. Mas será que têm alternativa aos descontos? Sinceramente não vejo nenhuma porque a alternativa é fechar a porta. E grandes perdas e produzir sempre é melhor que as enormes perdas de não produzir. "Fechar as portas" é uma expressão porque das marcas em piores lençóis estão cobertas pelos governos locais - duvido que os governos deixem cair a PSA e Fiat, se bem que no caso da Fiat está também protegida pela Chrysler e pelos "santo Marchionne".
 
Creio que para já vamos a ver o continuar dos descontos e o aparecimento de marcas low-cost um pouco por todo o lado graças ao exemplo da Dacia que sozinha esta a aguentar a Renault. Já a longo prazo vejo as coisas mais negras - o desemprego é enorme entre as gerações mais novas (particularmente entre a faixa de 18 a 24 anos) e todas as sondagens/estudos dizem que estes não estão muito interessados em vir a adquirir um automóvel próprio. Acresce a isto a pressão de governos em violentar a carteira dos condutores e a crescente fiabilidade dos actuais automóveis.

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