Turbulencia a 2 rodas

Sempre que vejo uma placa a dizer "Não pisar a Relva" apetece-me jogar a bola. Sempre que vejo um sinal de "Proibido fumar" considero tornar-me fumador. Venho uma placa a dizer "Proibido sexo na via pública" apetece-me ...vocês percebem a ideia! As regras foram feitas para serem quebradas. Mas há 2 regras que gosto de cumprir. A Lei de Murphy - "Tudo o que pode correr mal, correrá mal" (ou seja, prepara-te para o pior) e "Não digas mal do que não sabes" (poupa-se tempo e o embaraço de pedir desculpas). Mas quebro esta ultima regra em 2 coisas das quais digo cobras e lagartos e que nunca experimentei: comer caracóis e motas.

E como foi minha resolução de fim de ano acabar com estas 2 manchas no meu currículo, aceitei um convite de um amigo para o acompanhar a um pequeno encontro de motoqueiros.
À hora marcada cheguei a casa do meu colega, que prontamente me pediu que esperasse enquanto ele trocava de roupa. E meia hora de espera depois eis que desce as escadas envergando couro e correntes tirados directamente de um filme de sado-masoquismo. Mordendo a língua para não cantarolar o YMCA dos Village People, entrei no carro para o seguir.

E logo ai caiu por terra o primeiro argumento dos motociclistas - que as motas são mais rápidas que os carros. Se eu quiser ir a algum lado pego nas chaves e parto - os motociclistas têm que perder meia hora para se vestirem que nem Freddie Mercury antes de arrancarem: quando estiverem prontos, eu já terei chegado ao destino.

Chegados ao evento, o meu colega assegurou-se que eu era bem recebido dizendo a todos que encontrava que eu gostava de carros mas que procurava reconversão. Fui logo assaltado por uma série de comentários e teorias na sua maioria impróprios para aqui reproduzir.
Algo que eu não conhecia era o gosto dos motoqueiros pela fotografia - descobri que montam câmaras fotográficas na frente do quadro das motas. Uma simpática jovem mostrou-se logo disponível para me mostrar algumas fotografias no seu portátil. E rapidamente percebi o gosto pela fotografia: o que mais sobressaía em todas as fotos (que vi) era o rabo do tipo da mota da frente em calças de cabedal!
E apesar de ter visto vários elementos do sexo feminino, nada parecido com o abaixo ilustrado. Sim, mais uma desculpa para exibir mais uma senhora com pouca roupa...

Ainda contei umas 15 senhoras mas 2 delas não contam...a julgar pelo jogo de "apanha a amígdala" que praticavam não estavam muito interessadas nos homens em couro que as rodeavam.

E claro que o eterno debate de quem era mais rápido, carro ou mota veio ao de cima. De nada valeu citar uma experiência conduzida por Jeremy Clarkson em que numa volta ao circuito de Knokhill uma Yamaha R1 foi mais lenta que um Porsche 911 Carrera 4 (não um dos automóveis mais rápidos do mundo) - porque as motas têm uma menor área de contacto com a pista, logo menor velocidade nas curvas.

De forma graciosa dei o braço a torcer no que toca em velocidade em linha recta, sem discussão possível, as motas são mais rápidas em linha recta. Mas qual é a piada nisso? Por 50 euros a RyanAir leva-vos a Londres em linha recta quase à velocidade do som.
E porque raio, a chegada de cada novo colega é celebrada por aceleradelas ensurcedoras? Quase que aposto que os motores apreciam isso tanto quanto os vizinhos, que lançavam olhares odiosos a cada nova chegada.
Outra coisa que não percebo é a excitação em volta de conduzir algo que se enfia numa valeta se o condutor ousar espirrar. Se querem emoções a preço económico posso recomendar alugarem um filme no vídeo clube? Se eu acertar num cão com o meu carro, em algumas partes do mundo fazem-me uma sande. Se um motociclista acertar num cão, ele é o recheio da sandes.

Portanto, ao invés das motas porque não um jogo de futebol com os amigos? E se têm mesmo que andar de mota, posso recomendar que metam um silenciador nesse cano de escape? Caso contrário vou começar a despejar queijo em spray nos canos de escape que apanhar!

E decididamente, vou deixar os caracóis em paz!

5 comentários:

  • Unknown says:
    8 de janeiro de 2009 às 13:30

    Se te queixavas que não tinhas nenhum comentário aqui vai o meu:
    Estiveste mal, muito mal. E se tiveres tomates experimenta "despejar queijo em spray nos canos de escape das motos que encontrares" e vais sentir a agradável surpresa de ser surpreendido com mijo no escape do teu carro.
    Porque é que estás sempre a falar mal de tudo e todos? Será falta de sexo?

  • Lust Dj says:
    9 de janeiro de 2009 às 16:24

    Paulo...

    desculpa lá mas não era preciso essa tua resposta...

    eu até percebo o Turbo-Lento..

    pk o ppl das motas acelera so para fazer barulho?qual necessidade?redisa

  • Unknown says:
    9 de janeiro de 2009 às 16:49

    Também não concordo que partam os motores só para fazer barulho mas... será que isso também não acontece nos utilizadores de carros? Isso não é problema de ter moto ou carro, é problema de mentalidade do condutor.

    O meu comentário é um pouco pesado, admito.

    Não compreendo que, uma pessoa com idade para ter juízo, com filhos, etc, possa estar a fazer comparações do género "e tal, os carros são mais rápidos que as motos... e que curvam mais rápido... e a galinha da vizinha é pior que a minha..."

    E no que toca aos ambientalistas? Está sempre com o mesmo estilo de conversa.
    _ Se tens filho já era hora de pensares no futuro deles e já agora dos netos. É que nem oito nem oitenta, se nós não começarmos a ter um sentimento ambientalista é óbvio que quem pagará são os nossos descendentes.

  • Unknown says:
    9 de janeiro de 2009 às 18:04

    Quando li o post "Turbulencia a 2 rodas", fiz uma triste viagem no tempo, a uma época em que os motociclistas, segundo os filmes americanos, eram todos : feios, porcos e maus. Esse tempo já passou, e só alguns tristes ainda não se aperceberam disso. Insistem num estilo, que hoje em dia já não impressiona ninguém, a não ser o autor do texto mencionado, e uma ou outra septuagenária, que se assuste com o barulho ou com o fedor dos participantes(nestes o queijo nem vale a pena).
    Face ao exposto, parece-me que o autor não esteve numa concentração de motociclistas. Esteve num "ajuntamento" de "tipos" que usam as motos como quem usa qualquer outro acessório de moda.
    Na verdade, no mundo real, as pessoas que usam motos de forma utilitária, 365 dias por ano(os verdadeiros motociclistas) são cidadãos conscientes, que se preocupam com as questões ambientais, com o excesso de tráfego nas grandes cidades, com a falta de estacionamento, e é claro, são também são pessoas muito mais felizes, porque andar de moto, é fracamente muito bom!
    Quem é que não tem um colega na empresa ou na escola que se levanta mais tarde, chega primeiro,estaciona à porta, gasta menos, e ainda por cima desloca-se com estilo.
    Assim, a minha sugestão para o autor do texto é : MUDE DE AMIGOS, procure gente civilizada ou então não saia de casa, para evitar experiências infelizes.
    Lembro que não faltam atrasados mentais a andar em carros com escapes ruidosos, apêndices e pinturas que chocam os demais transeuntes com o seu mau gosto. Curiosamente, estes últimos, também se juntam de vez em quando. No entanto, não avalio todos os automobilistas por estes tristes exemplos.
    O ponto em comum entre as duas espécies de ruidosos : falta de inteligência, falta de escola ou simplesmente um crânio pequeno.
    As eternas comparações carro/moto, já cansam! Quem é que se importa?
    As conversas sobre a segurança, também já estão gastas! Ninguém julgue que por estar numa caixa de chapa de aço de 1mm de espessura, está livre de morrer num acidente de viação.
    Finalmente, uma sugestão para o autor indicado: informe-se antes de opinar e opine apenas se alguém lhe pedir. Mas...mais uma vez...está tudo relacionado com as más companhias...é o velho senso comum..."Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és!".
    Compre uma moto e seja feliz!

  • Turbo-lento says:
    9 de janeiro de 2009 às 22:57

    o que escrevi foi o relato de uma tarde em que virei um alvo assim que o meu "amigo" (vingança será doce) anunciou que eu era um fã dos carros. E apenas me esqueci de referir o episodio em que um morador da zona veio pedir que fizessem menos ruido - o unico resultado foi que fizeram ainda mais barulho a cada nova chegada. Quase fui agredido porque numa conversa "ousei" falar que uma mota não é assim tão rápida que um carro. Acredito que todos partilhamos as mesmas estradas e
    respeito mutuo é necessário.

    Mas a verdade é que conto pelos dedos de uma mão as vezes que vi um motociclista a cumprir limite de velocidade, ou esperar que eu complete uma ultrapassagem antes de (tentar) passar entre mim e os rails ou o outro carro.

    o ser humano precisa da adrenalina para viver e as vezes faz coisas
    descabidas para o conseguir. Mas a verdade é que temos mais chances de sobreviver ao volante de um carro do que numa mota.

    Não digo que os carros sao menos culpados, mas não devemos desperdiçar a vida tao facilmente.

    Tenho 32 anos e já enterrei 10 pessoas queridas por causa de motas. Fui a 9 funerais em que pais enterraram os filhos - algo que nunca deve acontecer.

    E por ter 2 filhos (4 e 1 ano) sei que vou ter muito trabalho a educa-los para serem pessoas de bem, mas acima de tudo vou tentar mante-los longe das motas.

    Mas descansem os fas das 2 rodas, que tambem estou a preparar um artigo para os terroristas das 4 rodas. Em breve.