Volkswagen XL1 - o mais importante de Genebra 2013

Em cada grande salão automóvel gosto de estudar os vários modelos apresentados e procurar qual é o mais significativo, aquele que vai ter maior impacto no futuro. Não talvez agora, talvez mais tarde, mas aquele que marca um inicio. O salão de Genebra de 2013 trouxe muitas novidades e modelos vistosos como o LaFerrari ou Lamborghini Veneno, mas para mim o mais importante de todos no Salão de Genebra 2013 foi o Volkswagen XL1.

Os construtores já se convenceram que apenas com híbridos convencionais e os eléctricos não conseguem cumprir os próximos limites de emissões europeus - apartir de 2015 a média das emissões tem que ser 130g CO2/km e apartir de 2020 95g CO2/km. Só o CEO da GM Dan Akerson é que vê um futuro nos eléctricos a bateria ao anunciar que a GM esta a trabalhar num veiculo deste tipo capaz de 200 milhas de autonomia, mas um um dos responsáveis da Nissan (a marca responsável pelo automóvel eléctrico mais vendido no mundo) disse que a previsão da procura dos automóveis eléctricos saiu completamente furada e estão um pouco perdidos no que fazer a seguir. A Volkswagen parece saber a resposta a essa pergunta.

A Volkswagen disse que só ira produzir uma 1ª série de 250 exemplares do incrível XL1 e apartir daí seria "conforme a procura" - ou seja, o XL1 é caro como o fogo e deve custar, segundo estimativas, 100.000 euros e a marca alemã calcula que hajam apenas 250 pessoas com a carteira para tal brinquedo! Mas não é o XL1 em sí que é importante, são as tecnologias e lições que esconde debaixo daquele aspecto de nave espacial e que em breve vão estar debaixo de todos os Volkswagen.

Sim, muito provavelmente o seu próximo VW (e próximo estou a falar apartir de 2020), será um híbrido. Alias, quase todas as marcas vão ter em breve uma gama principalmente híbrida. E as palavras-chave são: Preço, Peso e Performance aerodinâmica.

Os híbridos plug-in são mais utilizáveis que os 100% eléctricos e ao ser híbrido permitirá circular em modo eléctrico em cidade (onde o motor clássico perde) sendo confortável, silencioso e sem emissões, e recarrega a bateria nos troços em que circula a velocidades mais elevadas. Claro que há o grande problema dos híbridos plug-in: o preço. A produção em grande escala ajuda a baixar o custo, mas um dos factores mais importantes (e já falei nele extensivamente) é a nova plataforma modular MQB - já esta preparada para todo o género de motorizações, logo não há custo de adaptação ou mudança de linhas de produção. E já há sinais disso mesmo, a VW esta a estudar meter o sistema híbrido do XL1 no Up.

Peso é outro factor importante na guerra aos consumos e emissões, e híbridos significam mais peso de baterias e sistemas eléctricos. E ai entra a tecnologia do fibra de carbono - o XL1 é inteiramente feito em fibra de carbono mas ao invés da tecnologia clássica usa o mesmo sistema do Sesto Elemento, que além de ser usado para peças individuais poderá em breve ser usado para criar um chassis completo por injecção a quente em moldes. Rápido e leve.

A eficiência aerodinâmica é outro ponto importante, e apesar do estranho formato ser pouco pratico (no mínimo) o XL1 tem um um detalhe que todos os concepts têm: câmaras ao invés de espelhos retrovisores. Este gadget nunca chegou à produção em série porque era um inferno para homologar e nenhum construtor ousou tentar - até agora, a VW conseguiu. E não é apenas um gadget, os espelhos retrovisores são um dos elementos mais perturbadores da aerodinâmica. Este gadget vai trazer silencio de rolamento, melhor performance aerodinâmica, menos pontos cegos e muitas outras possibilidades. Mas são todos os refinamentos aerodinâmicos que este modelo aplica que vão em breve surgir.

A pressão é grande para cumprir os novos limites de emissões que se avizinham, mas o tiro de partida desta corrida já foi dado e a Volkswagen parece ter saído na frente. Preparem-se para ver muito deste XL1, ou partes dele pelo menos, por aí.

3 comentários:

  • Anónimo says:
    13 de março de 2013 às 13:13

    Bom artigo, gostava de ver mais artigos deste tipo no blog.

    Cumprimentos

  • Ribeiroplace says:
    13 de março de 2013 às 19:51

    Bom artigo, eu só não concordo com a tecnologia híbrida, para ter um carro que tenha um motor eléctrico e outro a diesel, ser eficiente mas ser mais caro, prefiro ter dois carros, um diesel para grande distâncias e um eléctrico citadino, o excesso de tecnologia e sistemas híbridos assustam-me, se quiser poupança escolho eléctrico, se quiser prazer de conduzir escolho motor clássico sem pensar em consumos!

  • Turbo-lento says:
    14 de março de 2013 às 11:22

    Com as regras de emissões que vêem aí os construtores ou têm muitos electricos para compensar os motores classicos, ou apostam numa gama hibrida e dividem o mal. Mas como os electricos não têm convencido os consumidores...