Renault Twizy - o eléctrico que faz sentido ?

Alguns leitores reclamam, via email e comentarios, sobre algum "racismo" sobre o automovel electrico, mas a verdade é que pouco tenho contra o automovel electrico mas tudo contra o marketing enganoso de marcas e ainda mais contra as teorias dos ecomentais. Acredito que a tecnologia actual dos automoveis electricos de bateria não vale a pena o investimento (ver veiculos electricos futuro ou treta parte 1 e parte 2) ...mas creio que encontrei um que pode valer a pena, ao ponto que considero vir a adquirir um. E o que é que este electrico tem que os outros não têm? Facil - não é e não tenta ser um automovel.
O grande problema dos automoveis electricos de bateria actuais é que tentam fazer o mesmo que os automoveis classicos mas devido às limitações das baterias (capacidade vs custo vs peso) não o conseguem. E aí entra uma das minhas frases favoritas: "quando não consegues vence-los, faz diferente". E o Renault Twizy é isso mesmo.
O Renault Twizy não é um automovel, é um quadriciclo de 2 lugares...um papa-reformas sem o cheiro a mofo. Mas isso significa que não paga imposto de circulação (apenas paga um imposto municipal bastante inferior) e os seguros são muito mais baixos.
Tal como os outros electricos da Renault aluga-se a bateria por fora, eliminando assim um dos maiores defeitos (que ninguem fala) dos automoveis electricos - ter que trocar a bateria ao fim de alguns anos, um componente que pode sair muito caro. No caso do Twizy, alem do custo de veiculo paga-se 45 euros por mês pela bateria para um máximo de 7.500km\ano. Mas será que as contas batem certas?
Ora se fizermos as contas, 45 euros por mes dão para 33.91 litros por mês de diesel (1l=1.327 euros) e se considerar-mos um consumo de 6 litros/100km (sei que há carros que fazem mais e outros fazem menos, apontei para um valor médio) dá 565km\mês. Além de parecer um valor aceitavel, se fizermos a conta para 12 meses, isso significa que podemos fazer 6.782km por ano, menos que o limite de 7.500km estipulado pela Renault.
É tambem mais facil de conduzir - é mais curto e estreiro que um Smart logo estaciona ainda mais facilmente em cidade. Segundo a Renault a bateria dá para 100km de autonomia, que tendo em conta que é mais leve e não tem luxos até é capaz de chegar lá, se bem que algumas publicações que já conduziram prototipos do Twizy dizem que se for pé de chumbo dá para 60-65km.
É mais barato na compra, é mais barato de manter e o aluguer da bateria até compensa se fizer 565km\mes - mais que isso ultrapassa os 7.500km e paga mais no aluguer, se fizer menos acaba por pagar quilometros que não chega a fazer. E pode ser conduzido sem carta de condução.
Mas, e há sempre um "mas", tem várias limitações. Só tem 2 lugares, não tem ar condicionado (não sei se tem aquecimento ou bancos aquecidos), não pode circular em auto-estradas ou vias rápidas, se quisermos portas temos que as pagar por fora. E a versão acima só dá 45km\h, o Twizy Urban 45.
Se queremos algo mais polivalente temos que ir para a versão Urban 80 que arranca nos 7.690 €, já precisa de carta de condução, mas a potencia passa para 20 cavalos, a velocidade máxima para 80 km/h e o aluguer de bateria para 49 €. E se fizermos as mesmas contas acima, teriamos que fazer 615,5km por mês o que dão anualmente 7.386km. Ainda fica abaixo dos 7.500km mas obriga a mais quilometros por mês para compensar o investimento.
Trata-se de uma viatura muito especifica para um público muito especifico o que limitará um pouco as vendas. Para mim faz algum sentido - a distancia diária bate certo (em ambos os casos) com as minhas necessidades, o custo mais baixo permite competir com um usado para 2º carro mas moro num local em que no Verão temos regularmente 45ºC de temperatura e tenho 2 filhos menores e ambos vão em breve para a mesma escola o que significa que tem 1 lugar a menos. Bem, ele só deve chegar em 2012 nessa altura se verá...

13 comentários:

  • Anónimo says:
    17 de maio de 2011 às 23:22

    Concordo plenamente o futuro é dos híbridos, eléctrico+gasolina/gasóleo e depois eléctrico+hidrogénio, talvez um dia só eléctricos.

  • Besedaeste says:
    18 de maio de 2011 às 11:16

    Pelo menos num futuro próximo, também acho que os próximos tempos passam pela combinação entre os combustíveis fósseis e outra fonte de energia. Agora, não ser preciso carta de condução para conduzir? Só porque dá 45Km/h?!?! É mais um erro crasso dos governantes autorizarem isto. Seja este modelo da Renault, um fabricante com crédito e reputação no mercado automóvel, seja o papa-reformas (Ligier, etc) que qq miúdo ou graúdo podem conduzir. É errado. É injusto. É imoral

    Conduzir na estrada é muito mais do que saber interpretar a luz vermelha do semáforo, o sinal stop e afins. É um princípio muito mau, cria precedentes errados e conduz o países, mais uma vez, a uma sensação de irresponsabilidade. Ou seja, se eu conduzir um veículo Categoria B e estiver a falar ao telemóvel, sou multado por contra-ordenação Grave (sim, só grave, sempre...). Se conduzir este carro sem carta, posso, porque a Lei assim o permite. Porquê? Porque está homologado como quadriciclo e porque não excede os 45Km/h!!!! Como? Isto é rídiculo, simplesmente estúpido. Parece que os governantes não sabem a velocidade média a que se dão os acidentes, não sabem que os crash-tests são a 64Km/h, pouco mais que o limite máximo deste Renault, e que mesmo a esta velocidade, o carro fica praticamente desfeito de frente, com consequências mortais em muitos dos casos. Imaginem um Classe S bater de frente contra isto...

    Até acho o conceito interessante, para andar na cidade. Agora, SEMPRE com carta de condução. Enfim, país(es) de merd%"/&"%#$"%/T&)(

  • Anónimo says:
    18 de maio de 2011 às 17:02

    Para mim é o unico electrico que faz sentido ate hoje, e vai ser bastante usado pelos jovem menores de 18 enquanto nao tiram a carta de ligieros, em substituiçao as scooter's

  • Turbo-lento says:
    18 de maio de 2011 às 18:52

    É um pouco caro para substituir as scotters mas é um principio.

    Concordo que os hibridos possam ser o caminho a seguir no curto-prazo, mas não os full-hibrids como o Prius - muito caros e complexos. Prefiro os mild-hibrids em que o motor electrico e bateria são pequenos demais para permitirem circular apenas em modo electrico (o que mantem espaço ocupado, peso e preço baixos) apenas ajudam nos arranques e acelerações que são as alturas em que o motor a combustão polui mais. Creio que o fiat 500 deverá ser o primeiro a por este principio em práctica.
    Logo se verá como segue a economia em 2012 e depois de um trest-drive logo vejo se avanço ou não....provavelmente não mas veremos.

  • Anónimo says:
    4 de janeiro de 2012 às 05:30

    ñ é necessario habilitaçao no modelo twizy 45 q é o mais barato...ja os outros 2 modelo q agora eu esqueci o nome kkkk...prescisao de habilitaçao pq chegam a ate 80km/h.... e ñ chegam em 2012 chegam em janeiro de 2013 :P

  • Turbo-lento says:
    6 de janeiro de 2012 às 12:14

    Citei a informação da necessidade da carta de condução, já sobre as datas o que esta previsto é que o Renault Twizy e o Renault Zoe sejam apresentados no 1º trimestre de 2012 com as vendas a arrancarem ainda em 2012.
    E continua a argumentar que este é o unico electrico que faz sentido - pena é que duvido que venha a estar nos Renault Roadshow que eu vou visitar em breve.

  • Unknown says:
    4 de julho de 2016 às 18:01

    Boa tarde! Gostaria saber se o carro eléctrico é preciso ter a carta de condução?? Obrigada

  • Unknown says:
    4 de julho de 2016 às 18:14

    Boa tarde! Gostaria saber se o carro eléctrico é preciso ter a carta de condução?? Obrigada

  • Turbo-lento says:
    8 de julho de 2016 às 10:34

    A versão 45 (que não recomendo) não precisa de carta de condução e pode ter um depois dos 16 anos. A versão 80 também não precisa de carta exceto se tiver entre 16 e 18 anos em que acho que precisa de uma carta B1.

  • Unknown says:
    20 de agosto de 2016 às 18:20

    Gostava de saber se posso conduzir um quadricicolo Renault Twizy eletrico sem carta

  • Ramiro Ferreira says:
    20 de dezembro de 2016 às 22:29

    Será que posso conduzir esse carro elétrico sem licença de motorizada

  • Anónimo says:
    1 de outubro de 2017 às 22:42

    Como faço para comprar o essa carro 45

  • Turbo-lento says:
    4 de outubro de 2017 às 11:28

    Em portugal creio que deixaram de ter a versão 45 porque não tem interesse porque ambas as versões tem que se tirar a licença de quadriciclos e como a 45 é muito lenta simplesmente não vale a pena. É que a versão 45 só dá 45 km\h mas a 80 vai até os 85 km\h o que dá muito desembaraço - não somos um chicane móvel e até comemos muitos no arranque.