Salvem o mundo - Matem a vossa bicicleta

Para quem já leu a secção "Quem Somos" recentemente actualizada, devem ter notado o nosso colega Desalinhado, que faz juz à sua alcunha por ser um fã das bicicletas neste blog com aroma de 98 octanas. Recentemente, também o nosso PeterJ confessou um gostinho pelas 2 rodas. Pois hoje pretendo escrever algo que provavelmente vai o chatear, e de certeza que vai chatear os ecologistas - isto porque cheguei a conclusão que a bicicleta não vai salvar o mundo, vai acabar com ele!



Esta revelação veio-me ao ver um episódio do "How its made" no Discovery Chanel acerca da fabricação de bicicletas. Curiosamente, as bicicletas são feitas totalmente à mão uma vez que não há maquinas para o trabalho delicado que exige. Só Taiwan produz cerca de 5 milhões de bicicletas por ano! É muita bicla!



Nos primórdios do homem, vivíamos em aldeias e as pessoas trabalhavam em oficinas no rés-do-chão da sua residência ou cultivavam os campos em redor. Mas o homem sempre quis ir mais longe, explorar para além do que via. A bicicleta veio dar essa liberdade e as pessoas começaram a afastar-se das suas casas. Foi assim que nasceram as "voltas" de bicicleta.



Eu olho para os meus filhos e sei o que vai acontecer - a minha filha de 4 anos já vai na sua segunda bicicleta e o meu rapaz de 1 ano no seu primeiro triciclo. Pela minha experiência, sei que tal como o pai deles, vão querer bicicletas cada vez mais avançadas, vão montar suspensões e travões melhores até que vão chegar aos 17 anos e estão prontos para atirar a bicicleta para o fundo da garagem e pedirem o carro emprestado ao velho pai, eu!


Há um factor histórico que muitos desconhecem, a maioria dos construtores automóveis modernos começaram por fabricar bicicletas.
- a Skoda,

- a Rover (com a Rover safety bike)

- a Peugeot


- a Fiat
e Honda, Fiat e até a KTM. Todos começaram a montar bicicletas, depois meteram-lhe um motor e enfim passaram aos automóveis.


A bicicleta gerou uma vontade pela mobilidade e esse desejo levou à invenção do automóvel e agora eles estão por todo o lado. Se não fosse a bicicleta nada disto teria acontecido.

Agora apliquemos isso aos países sub-desenvolvidos como a Índia, China, Vietname, onde a bicicleta ainda é um meio de transporte de eleição, se bem que muitas já estão a ser substituídas por scooters. A economia destes países esta em crescimento acelerado e graças a carros de baixo custo como o Tata Nano, muitos estão a preparar-se para trocar a sua bicicleta por um carro. Algo que os construtores mundiais à anos esperam - eles sabem que cada uma daquelas bicicletas (e scooters) tem o potencial de se transformar num carro. E porque não? Afinal, nós também temos.


Portanto, já sabem se querem salvar o mundo - matem a vossa bicicleta
Ela queria dizer Bicicletas

5 comentários:

  • CUPRA R says:
    10 de dezembro de 2009 às 18:24

    Eu também sou fã das bicicletas. Tenho uma de uma marca Americana feita sabem onde? Exacto em Taiwan. Mas quero deixar os meus parabéns ao Turbo lento por escrever um post no qual eu me revejo na sua quase totalidade. Eu realmente fui evoluindo na categoria das minhas bicicletas até aos meus 18 anos, altura em que tirei a carta e vendi a bicicleta. Se ao menos eu soubesse que a febre do pedal ia voltar 14 anos depois. Mas entretanto as bicicletas também evoluíram muito e agora é suspensão total da FOX são travões hidráulicos e carbono e alumínio de tecnologia aeroespacial por todo o lado. Isto tudo para chegar ao ponto em que discordo. Não matem a vossa bicicleta pois ela pode tornar-se na vossa paixão novamente. Isto porque apesar de me dar um gozo enorme conduzir o meu carro também curto as minhas voltas de bicicleta no meio da serra, que agora já se tornaram um vício capaz de me fazer levantar bem cedo ao Domingo para chegar à hora do almoço cheio de lama ou pó pois na Serra da Arrábida há muito dos dois consoante a altura do ano, mas um gajo até se sente bem no final. Por isso em jeito de conclusão, se já tiveram uma bicla e a trocaram por um carro, cuidado que o amor à bicicleta volta mais tarde ou mais cedo.Por isso se é verdade que bicicletas e scooters são potenciais carros o inverso também é possível. Um abraço do Cupra r para todos os bttistas e ciclistas e continuem a pedalar.

  • José Neves says:
    10 de dezembro de 2009 às 23:58

    Ó Turbo, discordo totalmente do título e depois de ler o post não compreendo a conclusão. Se calhar é por andar a pedalar por esse país fora e ter a oportunidade de conhecer locais que de carro, que vocês tanto falam bem, (e eu também gosto) nem em sonhos lá chegam!
    Vocês falam muitas vezes da alegria que vos dá conduzir carros mais ou menos potentes, mais ou menos desportivos, mais ou menos xungas... desafio-vos a experimentar os caminhos inóspitos da ria de Faro, as falsas planícies alentejanas da Serra de S. Mamede, a beleza do território albicastrense, a suave agressividade do Marão-Alvão, descobrir os garranos mesmo junto a Viana do Castelo,... só para citar alguns dos inumeros tesouros que temos cá em Portugal! Claro que para isto é preciso pedal e só o tem que quer e se dedica um pouco (não é preciso muito).
    Para terminar, e porque não gosto nada do termo MATAR muito menos associado a BICICLETAS, deixo um apelo ao respeito pelo ciclista. O automóvel é o rei da estrada, mas as bicletas também lá têm que andar e são naturalmente mais frágeis. Nem todos os cicilitas respeitam as regras da estrada ou são suficientemente cuidadosos, mas nem todos os automobilistas o são. Sempre que virem um ciclista, lembrem que pode ser um filho vosso!

  • Turbo-lento says:
    11 de dezembro de 2009 às 10:22

    O que eu quis demonstrar é que, olhando para a historia e para o mundo, que em cada quadro de bicicleta que é montado nasce a vontade para ter um carro. E se assim for, e acreditando nos ecologistas, vai ser o fim do mundo.

  • Turbo-lento says:
    12 de dezembro de 2009 às 18:09

    As bicicletas são um pouco como a masturbação - quando somos jovens tudo bem, mas depois crescemos e arranjamos uma namorada e compra-mos um carro.

  • CUPRA R says:
    14 de dezembro de 2009 às 16:44

    Esse teu comentário deixa-me um pouco preocupado com o futuro do país. É que aqui na minha zona há muita gente a pedalar desde o mais jovem até ao mais velho. Será que a taxa de natalidade vai baixar? E o sexo deixou de interessar!!! É lógico que não. O pedalar até abre o apetite para o sexo e um gajo até ganha mais estaleca, a sério devias exprimentar voltar a pedalar para comprovares se eu tenho ou não razão.