Febre automovel

Sei que as segundas-feiras conseguem ser muito deprimentes: é o inicio da semana, muitos acabaram agora as férias...mas para mim (e para a minha esposa) esta segunda-feira é particularmente deprimente - ontem disse-mos adeus ao nosso bom e velho Toyota Yaris.


Após 10 longos anos de fieis serviços, sem nunca se queixar ou avariar, a verdade é que recentemente passava mais tempo parado na garagem do que a ser usado. E é com muita pena que o vimos partir, o que para nós já se tinha tornado num membro da família. Mas é estranho que é só uma máquina, não vai sentir a nossa falta, mas nós vamos sentir a dele.


E enquanto tentava racionalizar a venda, apercebi-me de algo interessante. Temos uma equipa de 5 pessoas a colaborar com este blog (se quiseres ser o 6º avisa) e nenhum de nós alguma vez explicou ou comentou de onde veio a febre dos automóveis. Como é que começou? De onde veio? Mais interessante, temos cerca de 14.000 leitores por dia, onde é que eles apanharam o bichinho de 4 rodas e 1 motor?

No meu caso, culpo os meus pais pela minha febre automóvel (pai culpado, mãe cúmplice). O meu pai trazia-nos carros da Matchbox de vez em quando, e o primeiro que me ficou na mente foi um Peugeot 205 Turbo 16 nas cores da Peugeot Sport.


As idas às especiais do Rally de Portugal e as regulares visitas ao salão automóvel na Exponor em que voltávamos carregados de todo o tipo de panfletos e autocolantes ajudaram a cimentar o amor pelos automóveis.


Sei que não é desculpa, afinal muitos dos rapazes e raparigas gostavam de brincar com carros e não os vejo a escrever sobre carros. Mais curioso é que haja pessoas a ganharem a vida a escreverem sobre carros (não me importava, nada diga-se), mas conduzir um carro não é propriamente algo exclusivo de alguns, não é nada de especial...então como explicar a quantidade de jornais, revistas e sites sobre carros?


É que não há grande coisa para dizer sobre os carros - dai que neste blog raramente escreve-mos (tirando as noticias) sobre os carros, mas sim sobre pessoas. Podemos olhar para o mundo de muitas formas e perspectivas, nós (eu, em particular) gostamos de olhar para o mundo através do para-brisas.

Já houve quem me disse que estamos a desperdiçar tempo e energia que teriam sido mais bem aplicadas em vendas por telefone. E você, onde apanhou o bichinho de 4 rodas e 1 volante?

P.S - se mora para os lados do Barreiro e vir um Toyota Yaris dourado, dê um buzinadela.

7 comentários:

  • Miguel says:
    7 de setembro de 2009 às 11:30

    No meu caso, nem sei bem quem "culpar" mas existem fotos em que os meus irmãos estavam a brincar com carrinhos na minha testa tinha eu cerca de um ou dois anos. Sei que o meu pai já na altura era coleccionador e construtor de miniaturas, sei por fotos que tive bolos de aniversário em forma de carro, sei que os 6 anos tive o meu primeiro carro a pedais para correr com os meus irmãos e primos, sei que garagem dos meus pais, sei que desde os meus 9 ou 10 anos não faltei a um único rally de Portugal até se ter mudado para o Algarve, vi o Sena a ganhar no Estoril, fui a dezenas de provas em Vila do Conde, desde que me lembro as paredes da garagem dos meus pais estão cheias de posters de carros, sei que só faltei a última edição do salão automóvel na exponor... enfim haveria ainda algo mais para dizer, no entanto a conclusão é que a paixão por 4 rodas e 1 volante persegue-me desde que me lembro e pelo que me parece não me vai deixar tão cedo.
    Curioso é que à dias fiz um Quiz no Facebook para saber como cada um vai morrer. No meu resultado dizia que ia morrer aos 91 ao volante de um carro novo.
    Espantoso!

  • Desalinhado says:
    7 de setembro de 2009 às 15:07

    Penso que a minha paixão é ligeiramente diferente da vossa, vou tentar explicar me.
    O que me atrai nos automóveis não é pura e simplesmente o automóvel, vai mais além que as 4 rodas e 1 volante, são todas as inovações que existem nos automóveis, todas aquelas particularidades que optimizam todo o funcionamento do automóvel, e estas vão desde a dinâmica, tracção, potência, travagem, e porque não eficiência.
    A engenharia existente nas máquinas lembra me a “Ode Triunfal”, de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, e correndo o risco de parecer um maluco, eu sinto verdadeiramente todas aquelas sensações! Nunca vi um poema que tão bem transcrevesse um sentimento meu!
    Daí a minha paixão por Formula 1, toda a procura da optimização do funcionamento de um automóvel limitado por regras bastante rígidas.
    Uma confidência da minha parte, durante o fim de semana da fórmula 1, acreditem ou não, dou muito mais importância ás notícias das soluções técnicas implementadas por cada equipa durante o GP do que à tabela de classificações!

    É impressionante a capacidade que cada uma daquelas pessoas pertencentes às diferentes equipas tem de se auto-exceder, e a procura insaciável por novas soluções que traga vantagem em relação aos adversários!

    Era miúdo e pensava, “Quando crescer quero ser como o Colin Chapman”... para a sociedade já sou visto como um adulto, mas ainda sou uma criança em várias coisas e não tenho pressa alguma em crescer. Para isso já me basta o dia-a-dia.

  • anarquista_duval says:
    7 de setembro de 2009 às 22:50

    Eu devia ter 3 anos e eu meu pai esqueceu-se de mim dentro de um velho 404 enquanto afinava o motor, com o escape roto. Desde então fiquei traumatizado: levo com carros o dia todo, venho para aqui ler sobre carros e às vezes ainda tenho sonhos... é doentio..


    Mas tb tenho muito essa paixão de "modernidade", das máquinas a gritar, das "sinfonias industriais", da técnica, de como as coisas funcionam. como é k se faz akilo, como é k se projectam coisas para durar tanto tempo e levar pancada até mais não... e de puxar de vez em qdo o motor até ao corte, só para ouvir akilo... e para lhe dar uma "limpeza"...

    Enfim, é demencial...

  • Turbo-lento says:
    8 de setembro de 2009 às 00:45

    Isto é delicioso - só 3 comentarios e já me deram ideias para escrever sobre "a ditadura do motor de combust~so interna", "gasolina acima do gasoleo" entre outras ideias...continuem a comentar. Dêm-me ideias!

    Se bem que estou a dar retoques finais no porque é que a Super-bock é importante para a industria automovel...

  • Besedaeste says:
    8 de setembro de 2009 às 12:06

    No meu caso, eu equiparo a paixão pelos automóveis à paixão pela música, pelas mulheres, pelos animais, e por tudo o que é orgânico e tem vida! Pode ser non-sense, mas a verdade é que todos nós já sentimos sensações ao volante que nos fizeram verdadeiramente sorrir de orelha a orelha, e deveu-se a quê? Simplesmente a uma punhado de peças mecânicas bem oleadas em conjunto com algumas leis de Físicas (os tais G's, como nas mulheres...). Ou seja, não há explicação para tal, apenas surge, aparece e começa a fazer parte de nós. Eu, quando tinha uns 12 anos, dei por mim a conduzir o Fiesta do meu pai na rua, e aos 14 a andar com ele na auto-estrada sozinho, com o meu pai ao lado (eu sei... não devia, mas era criança e o meu pai dizia que conduzia melhor que muita gente encartada e que era para eu aprender... e a verdade é que a polícia nessa altura andava entretida com verdadeiros casos de polícia e não com manchetes de jornal - "criança de 14 anos apanhada na A1"...). Espero que esta doença nunca nos passe, e que a Bayer nunca invente uma vacina, pois senão a vida corre o sério risco de perder alguma da piada que ainda vai tendo... :-)

  • CUPRA R says:
    25 de novembro de 2009 às 19:07

    É bom saber que existem mais pessoas como eu, e que vêm o automóvel para além das 4 rodas e um volante. Para mim a febre dos automóveis começou assim que nasci pois o meu Pai é mecânico um tio e um primo também. Portanto eu vivi dentro de oficinas grande parte da minha infância no meio de carros ás peças e completos e lembro-me particularmente de um FORD CAPRI 3000GT Vermelho, Grande máquina na altura. Assim como também me lembro através de fotos da minha primeira aventura no mundo da mecânica, caí num tabuleiro cheio de óleo de motor usado vestido de lavadinho e com roupa branca, lindo. Acabei na banheira a ser lavado com OMO porque OMO lavava mais branco naquela altura.
    Portanto também a mim me corre nas veias esta febre (não contagiosa) dos automóveis eu papo tudo é F1, Rally, GT`s, Troféus, WTCC, DTM etc... mas não só ele é motas, barcos, aviões, se tem motor e rodas eu gosto. Mas a maior paixão são os automóveis embora não esteja ligado ao mundo da mecânica e dos automóveis por grande pena minha mas a vida é assim dá muita volta e nem sempre conseguimos o que queremos. Um abraço para todos vós do 4 Rodas e 1 Volante. E continuem com este blog pois está muito bom.

  • Os Terriveis says:
    18 de julho de 2010 às 20:10

    No meu caso acho que devo culpar o meu pai pois ele é mecânico e aos seis meses ja andava de volta dos carros no colo dele e quando tinha 1 ano ja via rallyes com o meu pai e mãe, mas no meu caso o que mais me atrai e o propio desporto automovel a competividade, o cheirinho a gasolina , o barulho do motor , a propia mecanica do carro por exemplo o funcionamento do motor como tendo 15 anos ja descobri isso quando tinha 12.e a propia essencia eu acho na minha opinião é isso que nos faz maluquinhos por carros no dia em que os automoveis de combustao interna acabarem será o dia mais triste da minha vida.
    quem gosta de carros como eu nas nossas veias nao corre sangue mas corre gasolina,( em alguns deve correr diesel daí serem um pouco lentos mas o diesel ta mais desenvolvido). potanto para mim tudo o que tenha um volante quatro rodas e um motor( MCI) eu adoro.

    Fiquem bem pessoal