Pneus verdes

Infelizmente continua a intenção da União Europeia em forçar que todos os carros novos sejam equipados com pneus ecológicos. Estes pneus reduzem emissões porque produzem menos atrito - os mais atentos às aulas de física rapidamente concluíram que ao diminuir o atrito, diminui o poder de travagem logo aumentam as distancias de travagem .

É extremamente difícil reduzir a resistência ao rolamento dos pneus sem degradar a aderência - mas alguns construtores não fugiram ao desafio.

Os pneus podem consumir devido à sua resistência ao rolamento (deformação e calor dissipado) cerca de 20% do combustível queimado pelo motor. Os pneus de baixo atrito actuais que têm menos 15 a 20% de atrito são capazes de baixar os consumos (e logo as emissões) em 3 a 4%, mas como consequencia as distancias de travagem podem aumentar até 10%.


A comissão europeia quer fazer o uso destes pneus obrigatórios já em 2012 - uma medida ecológica, mas que pode colocar em perigo os passageiros do automóvel equipado. O anterior Seat Ibiza Ecomotive foi muito elogiado pelos seus consumos, mas muitas revistas o criticaram pelas distancias de travagem (particularmente no molhado) como "preocupantes" e mesmo "perigosas".

Mas alguns construtores de pneus conseguiram recuperar alguma da aderência destes pneus sem prejudicar os consumos. A Michelin tem o seu novo Energy Saver, a GoodYear tem o EfficientGrip e a Pirelli um novo P7.


Estas empresas investiram milhares de horas e euros do seu bolso para fazer este desenvolvimento - mas não há nenhuma legislação que defina um nível mínimo de aderência dos pneus em estrada húmida.

Com as pressões ambientalistas actuais, é possível que um construtores de pneus simplesmente reduza o atrito ao mínimo e anunciam que os seus pneus poupam muitos litros de combustível...mas será o mesmo que conduzir com sabonetes presos nos pés.

Concordo em salvar as arvores, mas não ao custo de vidas humanas!

2 comentários:

  • Anderson G says:
    9 de outubro de 2009 às 15:29

    Acho que vocês portugas não são muitos espertos e estão criando polêmica por muito pouco.

    Pneus podem ter menos atrito e boa aderência, uma coisa não depende diretamente da outra.

  • Turbo-lento says:
    10 de outubro de 2009 às 23:13

    Isto é comentario de quem não teve aulas de fisica no secundário, ou se teve não prestou atenção.

    O atrito entre 2 superficies é o que faz com objectos desacelerem até que parem. Sem atrito um carro nunca seria capaz de parar. Fisica básica.

    É o atrito entre os pneus e a estrada que faz os carros avançarem e travarem - e o atrito de um pneu depende do piso da estrada, do tipo de borracha e da configuração do piso do pneu.
    Mais atrito = mais aderencia = maior poder de travagem = menores distancias de travagem, mas infelizmente tambem mais consumo.

    Para cada acção, há uma acção de dimensão identica mas oposta.

    E isto é Fisica, e o senhor Newton ganha sempre. Se não acredita, atire uma pedra para cima na vertical por cima da sua cabeça e espere.

    Acredito que seja possivel optimizar os pneus de baixo atrito mas vai haver sempre uma perda de aderencia, logo segurança. E o que eu escrevo PRINCIPALMENTE, é que não há legislação que defina aderencia minima dos pneus.

    Infelizmente, para satisfazer os ecomentais, é mais barato e rápido para os construtores equiparem os carros com pneus destes do que seria investir em tecnologias que reduzam o peso dos veiculos. Porque aí também é fisica: menos peso = maior rendimento = menos consumo = menos emissões. Mas isso demora tempo demais para os ecologistas que acreditam que para salvar o ambiente vale tudo, incluindo colocar pessoas em perigo.

    Mas se o Anderson continua a achar que os "Portugas" não estão a ser muito espertos proponho o seguinte: equipe o seu carro com pneus ecologicos de uma marca chinesa (por exemplo) e vá dar um passeio com a sua familia lá num dia de chuva. Se alguem sobreviver, volte para nos contar como correu a viagem.