O Sistema KERS na F1

Como grande parte de vocês sabem, este ano os monolugares serão mais “verdes” incluindo nos seus componentes um sistema recuperador de energia, a F1 como actividade comercial que é não se pode alienar se do meio circundante e estes últimos anos virou moda ser ecológico (não digo que seja necessariamente mau, mas temos de reconhecer que virou moda)....Este ano a FIA decidiu alterar alguns regulamentos técnicos que açambarcam a instituição de sistemas recuperadores de energia. O KERS terá como partes mais integrantes, um gerador, uma bateria, um motor eléctrico e cablagem a ligar tudo. Quando os monolugares de F1 travam, energia cinética que possuem é dissipada em forma de calor nos discos de travão, pneus, etc…de forma a reaproveitar parte dessa energia cinética, foi incluído um gerador(2) junto ao eixo traseiro(1), esse gerador aproveita a rotação que o eixo traseiro possui para gerar energia, energia essa que é posteriormente canalizada para uma bateria(4) através de um CPU(3).
Quando necessário o piloto pressiona um botão(5) presente no volante do monolugar que despontará a descarga de energia no motor eléctrico que resultará na disponibilização de potência extra ao monolugar.
Ao nível de corrida a FIA colocou algumas restrições de forma a balizar as potencialidades de este sistema. Os mais significativos serão que o motor eléctrico terá uma potência máxima de sensivelmente 80 cavalos, e estes mesmos 80 cavalos só estarão disponíveis 6 segundos a cada volta.
As alterações mais significativas que terão numa corrida normal serão a potência extra que um piloto poderá dispor quando lhe apetecer, esta potência extra será ainda mais significativa dado duas outras alterações, a redução das rotações por minuto máximas de 18000 para 17000 (que significa invariavelmente uma redução de potência) logo estes 80 cavalos são mais notados na potência máxima disponível no monolugar. A segunda alteração será inclusão de pneus slicks, estes possibilitam maior tracção, factor que tem muita importância à saída de curvas lentas por exemplo. Uma das características do motor eléctrico, para além da potência que disponibilizam, é o binário, e este é muitíssimo mais elevado (4 vezes mais possivelmente) que num motor a gasolina de potência similar, binário este que é muito importante para quando o motor se encontra em rotações baixas como por exemplo na saída de curvas lentas, tendo pneus slicks que possibilitam a captação desse mesmo binário extra será bastante valioso.
O contra disso será possivelmente que as equipas decerto irão definir curvas onde usar essa potência extra a cada volta, e possivelmente a escolha de todas as equipas serão as mesmas curvas. Logo a homogeneidade que se pretendia combater, voltará a acontecer.
Este sistema possibilita ultrapassagens na minha perspectiva quando um piloto mais lento vai à frente de um mais rápido e utiliza o power button nas curvas referidas no parágrafo anterior de forma a maximizar as potencialidades do KERS, o piloto mais rápido não necessita de utilizar nessas mesmas curvas dado que vai com um andamento mais elevado e consegue manter se colado à traseira do piloto mais lento sem necessitar de utilizar a potência extra que o KERS disponibiliza, mas chegando á recta da meta, não existe KERS que safe o piloto mais lento, dado que já utilizou todos os segundos do KERS que tinha disponíveis, o piloto mais rápido cola-se à traseira do piloto mais lento, puxa o carro para o lado e espeta-lhe com 80 cavalos extras e lá vai ele. E antes que comecem a dizer que o piloto mais rápido não aguenta muito tempo colado à traseira do piloto mais lento, aguardem por um próximo artigo que abordará a temática da aerodinâmica e as alterações que foram implementadas.

2 comentários:

  • Nelson Cruz says:
    4 de março de 2009 às 21:31

    Nos carros de estrada a recuperação de energia em travagem tem de facto fins "verdes" (redução de consumos). Mas na F1 não é bem assim. O objectivo é acomular energia geralmente desperdiçada para dar um "boost" quando necessário/útil.

    Eu acredito q irá possibilitar algumas tácticas interessantes a nível de ultrapassagens. E sempre é um incentivo ao desenvolvimento destes sistemas.

    As equipas vão todas usar sistemas electricos ou tb vai haver sistemas mecânicos (q foram os mais falados inicialmente)?

  • Desalinhado says:
    7 de março de 2009 às 11:07

    Será tudo eléctrico. É o sistema mais eficiente, reaproveitando melhor a energia desperdiçada.
    Realmente não será uma tecnologia para combater o consumo de combustível, mas sempre se associam à ideia de serem verdes o que cai sempre bem junto dos patrocinadores.
    Mas vendo as coisas por outro prisma, as equipas de F1 dispõem da tecnologia e dos fundos para desenvolverem estas tecnologias... e depois toca aos construtores implementarem estas mesmas tecnologias nos veículos civis