EuroNCAP prepara mudança

Todos conhecemos, e alguns choramos, com os testes do EuroNCAP que há 2 décadas desfazem automóveis novinhos em folha para chegar à conclusão de qual é o mais segura. Os protocolos de teste têm evoluído para acompanhar o desenvolvimento tecnológico no mundo automóvel, mais recentemente têm dado muito valor/pontuação (demasiado até) às ajudas eletrónicas à condução sem as testar - só era preciso estarem presentes, mesmo se fossem muito ineficazes. Mas isso deverá mudar na próxima iteração dos testes previstas a partir de 2026. Claro que ainda não se sabe como vão ser testados ou como as notas vão ser atribuídas, mas já dá para ver para onde vão os testes do EuroNCAP no futuro próximo.


Estudar danos no cérebro
Até agora a proteção dos ocupantes nos testes de embate era avaliada recorrendo aos famosos "crash-test dummies" com sensores para detetar ferimentos externos. Na próxima evolução dos testes também vai ser avaliada a extensão de danos internos no cérebro mais sensível às forças G da desaceleração do embate - avaliara o equilíbrio da célula do habitáculo (que deve ser rígida para proteger os ocupantes) e as zonas de deformação/absorção de energia (para reduzir as forças de desaceleração aplicadas nos ocupantes).

Continuando ainda nos "crash-test dummies", outra evolução é que vai deixar de se usar um "modelo médio" e passaram a ser usados modelos de outras morfologias, idades, tamanho e corpulência.


Avaliação de tecnologias
Para evitar que uma única avaliação tenha um impacto grande demais na nota final (as 0 estrelas do Renault Zoe por exemplo) os resultados relativos às tecnologias passaram a ter 3 campos/domínios de avaliação separados: a segurança da condução, o evitar do acidente e a segurança após acidente.

- segurança da condução: testar a perda de atenção do condução (fadiga, comportamento, distração com o sistema multimédia), eficácia dos dispositivos de vigilância a bordo (sensores e/ou camaras) e outros.

- eficácia dos sistemas que evitam um acidente: estamos a falar de sistemas de cruise control ativo, ajudas à manutenção de faixa, travagem automática, evitar de obstáculos e outros.

- eficácia dos sistemas pós-acidente: estamos a falar dos sistemas de deteção/identificação de acidente, chamada de emergência automática, disponibilização de informação de primeiros socorros em caso de incendio ou desencarceramento (especialmente nos elétricos).


Funções de condução autónoma
Está prevista, mais adiante, o testar das funções de condução autónoma (porque ainda não existe condução autónoma) em várias condições (chuva, neve, nevoeiro) e situações. Esta avaliação não fará parte da notação final para não penalizar veículos sem acesso aos sistemas mais dispendiosos.

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