Negociações PSA-Dongfeng - mais detalhes

Quando começou a falar-se de uma parceria entre a PSA e a GM disse que não se pode confiar nos americanos, parece que segundo a Reuters tive razão - a razão pela qual a PSA esta a negociar com os chineses da Dongfeng Motors é porque a GM quer reduzir a cooperação com a PSA, quem sabe acabar com a parceria.
 
E tudo roda em torno da China - poucos meses depois do anunciar da parceria GM-PSA a parceira da GM na China, a Shanghai Automotive (SAIC), vetou vários dos planos da parceria e desde então tudo parece ter ficado em águas de bacalhau. Já em 2013 o governo francês aprovou um plano de reestruturação da PSA que incluía a fusão com a Opel e novamente a GM recusa.
 
Com os crescentes indicadores que a GM não iria honrar a sua parte a PSA partiu a procura de novo parceiro - o objectivo da PSA é um aumento de capital de 3 mil milhões de Euros (que a valor de mercado actual corresponde a 68% da PSA) com a Dongfeng e governo francês a comprarem partes iguais da PSA (entre 20 e 30%). Assim sendo, os 7% da GM dilui-se, a família perde o controlo e a Dongfeng ganha acesso à tecnologia e a PSA a novos mercados.
 
Mas, e há sempre um "mas", há crescentes preocupações sobre o real estado das finanças da PSA, especialmente os objectivos de consolidação da divida e redução da capacidade produtiva e despesas. A PSA irá apresentar os resultados do terceiro quadrimestre na próxima semana, aí vamos descobrir.
 
E como fica a aliança com a GM? Bem, pelo que leio ambos continuam empenhados na compra de componentes e logística em conjunto e 3 programas para produzirem automóveis pequenos e monovolumes (C3 Picasso/Meriva, Zafira/C4 Picasso/5008) apartir de 2016.
Mas o vice da GM Steve Girsky disse à Reuters que o futuro desta aliança poderia ser afetada pelo nível de controlo/influencia que a Dongfeng tenha na PSA - sim, também me cheira que já se decidiram: é que segundo o acordo inicial entre PSA-GM, a GM tem o direito de virar costas se outra parte tiver mais que 10% da PSA além da família Peugeot. Ou seja, tudo o que foi feito até agora desaparece. Soa familiar não?
 
O ministro francês das finanças não negou o envolvimento do governo frances neste negócio. Os sindicatos também já falaram e curiosamente parecem gostar da ideia (devem ter percebido que a situação pode ficar muito complicada em breve) desde que haja controlo francês.

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