Ponto de situação Dieselgate: 09-03-2016

A telenovela dieselgate continua a desenrolar-se e fica mais um um ponto de situação sem tretas, conservantes ou adoçantes acrescentados.

Tic-tac Volkswagen
Até agora a Volkswagen não conseguiu apresentar uma resolução para os motores afetados pelo dieselgate que satisfizesse as autoridades americanas e agora, porque afinal são americanos e tudo tem que ter uma contagem decrescente, o juiz federal americano Charles Breyer deu à VW até ao dia 24 de Março para uma solução definitiva. Pelo meio a VW está a tentar chegar a um acordo extra-judicial ao processo movido pelo departamento de justiça, EPA(Environmental Protection Agency) e CARB (California Air Resources Board) no valor de 46 biliões de dólares. Não há detalhes sobre esta tentativa de acordo, que ira sem dúvida sair muito caro à VW, que podera nos EUA incluir comprar certos automóveis de volta. Algo ficou claro ao juiz - sem acordo com a EPA e CARB sobre como reparar os motores mais nada avança.


Parlamento Europeu arrancam inquérito
O parlamento europeu começou a usa investigação sobre o escândalo de emissões da Volkswagen e se os reguladores podiam ter feito mais para evitar este debáculo. Esperam que este inquérito demore 1 ano, mas tendo em conta a divisão que há sobre este assunto (especialmente como as recentes regras passaram à justa com alguma ajuda de portugueses) é possível que isto venha a dar em nada com os construtores de um lado e os verdes do outro.


VW ira apresentar resultados a 28 de Abril
Está confirmada que a conferencia anual de acionistas do grupo Volkswagen ira decorrer no dia 28 de Abril, depois do adiamento para conclusão da auditoria interna.


VW não vê razão para compensar acionistas
Quando o dieselgate explodiu o valor das ações caiu brutalmente ferindo os investidores - e desde então a Volkswagen já tem dúzias de processos por parte de investidores. E todos com este argumento: que a Volkswagen tinha a obrigação legal de informar atempadamente os investidores sobre os problemas das emissões, argumentando que se a marca tivesse informado da situação 15 dias antes teria sido possível parar a queda abrupta das ações. No meio de uma longa comunicação a marca alemã disse que o processo legal por parte dos acionistas não tem mérito, que a direção não violou as suas obrigações e que antes do anuncio do incumprimento a 18 de Setembro de 2015 não havia informações que tivessem impacto sobre o valor das ações. 

Só um pequeno problema - é que pelos vistos Winterkorn terá recebido avisos em 2014...


Avisos de 2014 não chamaram à atenção de Winterkorn
Segundo a Volkswagen, o anterior CEO Martin Winterkorn foi alertado a 23 de Maio de 2014 dos problemas com as emissões nos EUA mas o tema "não recebeu inicialmente particular atenção por parte da gestão" - traduzindo diretamente do comunicado. Winterkorn terá recebido em Maio de 2014 um memorando sobre o estudo por parte dos investigadores americanos para a International Council on Clean Transportation (ICCT) que levantavava questões sobre se os veículos da marca estariam a poluir acima dos limites legais. Este memorando estaria enterrado entre muitos outros temas num email de fim de semana e não havia qualquer indicação se Winterkorn tivesse lido o memorando que nem indicava a fonte. Já em Novembro de 2014 Winterkorn recebem outro memorando sobre o tema que incluia um custo sobre a situação nos EUA (na altura estimado em 20 milhões de euros) e em Julho de 2015 participou numa reunião em que foi discutido a questão das emissões diesel. Mas a questão é que se falava de um "possível problema" mas que ninguém (pelo menos segundo a Volkswagen) sabia que se estava activamente a falsear as emissões e portanto nenhum alarme terá disparado no construtor. Agora o problema é prova isso.


França arranca investigação ao DieselGate
O governo frances iniciou uma investigação formal à Volkswagen por fraude agravada nos automoveis vendidos em frança. O inquerito preliminar arrancou em Outubro passado com as buscas nos escritórios franceses da Volkswagen.


Empregos em risco
Quando toda a gente começou a cair em cima da Volkswagen disse na altura que a estabilidade de empregos viria à baila - é que o grupo Volkswagen emprega directamente mais de 600.000 pessoas em 120 fabricas pelo mundo fora e as penalidades a serem muito elevadas para suportar não é preciso ser bruxo quem vai pagar a conta infelizmente. O CEO Matthias Mueller já veio dizer recentemente que o escandalo poderá causar danos financeiros substanciais e dolorosos ao construtor e noutra reunião o menbro da direção Osterloh veio (como um aviso indirecto) pedir às autoridades americanas "que considerem a dimensão social e empregadora ao decidir as penalizações a aplicar à Volkswagen".

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