Mais um dia, mais confusão

Agora é a Continental metida ao barulho - fazendo jus à fama do pais em que tudo serve para processar alguém a Continental Automotive Systems americana (uma filial da Continental alemã) está a ser processada em ligação com toda esta confusão das ignições defeituosas na GM.
 
É que a Continental fabrica os airbags e os sensores de airbags usados nestes automóveis problemáticos, em particular os sensores que disparam os airbags em caso de acidente. Se não têm seguido este caso, como a ignição saltava de Ligada para Acessório e isso desligava os airbags (além do motor e assistência aos travões). Este novo processo diz que devido a isso o sistema da Continental era defeituoso e em combinação com os restantes problemas era perigoso.
Os advogados que defendem esta adição afirmam que a Continental conhece este problema desde 2005 quando se reuniram com a GM para investigar um acidente de um Chevrolet Cobalt. E pelos vistos não fizeram nada para alterar o algoritmo que dispara os airbags.
 
Curiosamente o chefe do NHTSA disse não ter ideia que os airbags não disparam quando a ignição esta na posição acessório ou desligada e que ia investigar.
 
Nessa pergunta até consigo responder, em 2 partes. Pelo que lí e conheço, os airbags são desligados quando a ignição esta na posição desligada ou acessório porque com a ignição nessa posição o automóvel está estacionado - disparar os airbags com o carro estacionado seria apenas dar mais uma despesa porque o carro ou não teria ocupantes ou não haveria impacto para necessitar airbags. Creio que foi a BMW que numa geração anterior do Serie 5 e/ou 7 os airbags estavam sempre activos e para assaltar o carro bastava dar uma pancada violenta numa secção dianteira para airbags dispararem e as portas abrir automaticamente.
É impossível dizer com certeza, mas aposto que em quase todos os automóveis fabricados os airbags são desactivados se a ignição não estiver ligada - além do problema acima mencionado também evita descarregar a bateria.
Segunda parte da questão é que apesar de comprar os componentes à um fornecedor, muitas vezes os construtores fazem engenharia inversa do software e criam a sua própria versão do software que gere o componente.
 
Infelizmente é mais um caso de abutres cheirarem um cadáver e começam a juntar-se - a GM esta cada vez mais apertada e os advogados cheiram o dinheiro facil. Além dos casos de acidentes mortais, há cada vez mais processos de pessoas a queixarem-se de perda de valor de revenda dos seus automóveis e aí entram os advogados - que têm o problema que os automóveis em questão quase não têm valor comercial nos EUA.
 
E a General Motors já está a proteger-se desses casos - fez um pedido ao tribunal de falências para protecção da "nova GM" de processos legais dirigidas a produtos da "velha GM" (ou seja antes da falência de 2009). ou seja, segunda a "nova GM" os automóveis em questão foram fabricados pela "velha GM" logo a "nova GM" não deve ser responsabilizada. Mas a GM diz não esta a tentar fugir com o rabo à seringa...completamente - disseram que vão reparar todos os automóveis afectados e aceitam a sua responsabilidade civil e legal relativamente a automóveis acidentados. Ou seja, os restantes têm que passar pelo tribunal de falências para tratar com a "velha GM" e isso significa que qualquer indemnização será muito mais baixa.

1 comentários:

  • Anónimo says:
    24 de abril de 2014 às 00:21

    já o meu pai me tinha avisado após os primeiros problemas que tive com dois Opel de 97... "carros de macau... montados por peças oriundas de qq país e instaladas atrás de uma garagem Alemã - só dá merd" ele tinha razão pela sua experiência com carros desse grupo.