CEO da General Motors diz pouca coisa

Mary Barra conseguiu ser a primeira CEO de um construtor automóvel e acabadinha de chegar ao lugar (só detém a cadeira à 2 meses) já esta a ter uma prova de fogo com este SwitchGate - que a levou a ser chamada ao congresso americano para ser ouvida em inquérito. Li várias transcrições vídeos e resumindo em poucas palavras - ainda estão a investigar e ninguém perdeu o emprego por esta confusão toda.

As perguntas foram várias e diretas - como é que a GM aceitou peças defeituosas, ou porque é que um problema detetado em 2001 só em 2014 é que é corrigido - infelizmente respostas diretas e concretas foram quase nenhuma nas mais de 2 horas de audição. Barra fintou quase tudo dizendo que ainda não tem informação suficiente para responder. A mais chocante, para mim, é quando lhe perguntaram se sim ou não a GM iria compensar as vítimas ela respondeu que ainda não decidiram!
Senadora - "Might that include victim compensation?"
Mary Barra - "We haven't made any decisions on that,"

Uma mudança interessante da posição da GM - passaram de dizer que iriam partilhar toda a informação, compensar toda a gente e reparar os automóveis para se fecharem em copas, partilhar apenas o que acham apropriado e "vamos ver se devemos pagar algo a quem perdeu um membro da família". E se adicionarmos a crescente lista de automóveis a recolher é fácil perceber - Barra percebeu que se continuar a ser "boazinha" vai ser comida quer na empresa quer na opinião pública e entrou em modo "Margaret Thatcher": Barra, a dama de ferro do mundo automóvel.
É preciso tomates - especialmente quando se está a ser acusado de produzir e vender um automóvel que sabiam ter um elemento defeituoso, que decidiram não reparar porque seria caros demais, aprovaram uma solução que até a GM admitiu não funcionar mas estimativas atuais dizem que reparar o problema custaria 2 a 5 dólares por automóvel.

E ninguém ainda perdeu o seu emprego na GM - nem o tal engenheiro que escreveu num memorando que relativamente às várias soluções para este problema disse “None of the solutions represents an acceptable business case”/"Nenhuma das soluções são aceitáveis financeiramente". Sim, dá vómitos. E aí entra outra frase de Barra que diz muito: "Today’s GM will do the right thing"/"A GM atual tomará a atitude certa". Ou seja, a "velha GM não o fez. O que me trás a história recente da GM - pelos vistos nenhuma das direções da GM dos últimos anos sabe nada acerca do negócio automóvel!
Meu Deus, o que virá aseguir?

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